Rede de ONGs lança campanha de preservação da Mata Atlântica
17 de fevereiro de 2004Campanha na Rede – Em Salvador, o Gambá – Grupo Ambientalista da Bahia, informou que 12,7 mil assinantes participam até agora do documento, mas o número ainda é considerado baixo pelos organizadores. “Nossa meta é reunir cerca de 70 mil assinaturas em Salvador, o que equivale a aproximadamente 3% dos habitantes da capital”, informa Gilson… Ver artigo
Campanha na Rede – Em Salvador, o Gambá – Grupo Ambientalista da Bahia, informou que 12,7 mil assinantes participam até agora do documento, mas o número ainda é considerado baixo pelos organizadores. “Nossa meta é reunir cerca de 70 mil assinaturas em Salvador, o que equivale a aproximadamente 3% dos habitantes da capital”, informa Gilson Correia, do Gambá, assessor da coordenação da rede de ONG’s. Na Semana do Biológo, encerrada dia seis de setembro, um posto de coleta da entidade ficou de plantão na UCsal – Universidade Católica de Salvador, coletando assinaturas de estudandes, professores, funcionários e visitantes. Os interessados em participar da campanha podem acessar e assinar o documento via Internet, no portal da campanha (www.desmatamentozero.ig.com.br).Pelo projeto, apresentado inicialmente pelo ex-deputado Fábio Feldmann (PSDB-SP) em 92, e depois reapresentado por Jaques Wagner, são estabelecidas restrições e critérios para o corte, a supressão e a exploração da vegetação, tanto nas áreas rurais quanto nas urbanas. O projeto também reforça o controle do Poder Público sobre o uso da Mata Atlântica, pelo órgão ambiental estadual, do Ibama e do Conama. Já aprovado nas Comissões de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias, e na de Finanças e Tributação, o projeto hoje tramita, em regime de urgência urgentíssima, na Comissão de Constituição, Justiça e Redação, onde aguarda parecer do relator Fernando Coruja (PDT-SC) para finalmente ser votado em plenário.
Devastação – Para o presidente do Gambá, Renato Cunha, um dos principais fatores que atuam na destruição da Mata é a exploração madeireira, que acontece em maior escala sobretudo no Sul do Brasil e no Sul e extremo-Sul baiano. Outra problema, informa ainda o presidente do Gambá, é que as Unidades de Conservação Ambiental, que garantem a preservação das áreas, ainda não foram totalmente implantadas. Apesar da devastação acentuada, a Mata Atlântica abriga uma parcela significativa da diversidade biológica do Brasil, com altíssimos níveis de endemismo. A riqueza é tão significativa que os dois maiores recordes mundiais de diversidade botânica para plantas lenhosas foram registrados nessa região (454 espécies em um único hectare do Sul da Bahia, e 476 espécies em amostra de mesmo tamanho no Norte do Espírito Santo). As estimativas indicam ainda que as áreas de Mata Atlântica abrigam 261 mamíferos (73 deles endêmicos), 620 espécies de pássaros (160 endêmicas), 260 anfíbios (128 endêmicos), além de aproximadamente 20.000 espécies de plantas vasculares, das quais mais da metade restritas à própria Mata Atlântica. Para alguns grupos, como os primatas, mais de dois terços das formas são endêmicas. Apesar desta grande biodiversidade, a situação é extremamente grave, pois das 202 espécies animais ameaçadas de extinção no Brasil, 171 são da Mata Atlântica. Mesmo reduzida e muito fragmentada, a Mata Atlântica exerce influência direta na vida de 70% da população brasileira que vive em seu domínio. Nas cidades, áreas rurais, comunidades caiçaras e indígenas ela regula o fluxo dos mananciais hídricos, assegura a fertilidade do solo, controla o clima e protege escarpas e encostas das serras, além de preservar um patrimônio histórico e cultural imenso.