Pontos turísticos do Pantanal viram “ilha de entulho”

10 de fevereiro de 2004

Abrindo a Semana do Meio Ambiente, toneladas de lixo começaram a ser retiradas do corixo entre o rio Cuiabá e a baía de Siá Mariana

 

 

 

Não é só o material que flutua em uma lama pastosa que preocupa moradores do local. No fundo do corixo estão objetos mais pesados como geladeiras, bujões de gás, pedaços de sofás. Segundo o chefe de gabinete da prefeitura de Barão do Melgaço, Antônio Marques da Silva, o acúmulo de lixo no local é um fenômeno que, em maior ou menor escala, se repete há dez anos.

No entanto, há quem diga que a tempestade que assolou Cuiabá, em abril de 2001 – quando córregos que deságuam no rio Cuiabá inundaram arrastando dezenas de casas das margens – agravou ainda mais o cenário. Isso significa dizer que os entulhos percorreram uma distância aproximada de 200 quilômetros rio abaixo.

A ilha de lixo de Manoel Isaac vem mudando a rotina dos moradores da região. Passagens por entre os camalotes vêm sendo abertas por empresários do turismo para ligar o rio às baías, como se fossem estreitas estradas vicinais. O barqueiro Sebastião Leite, por exemplo, precisa dar uma grande volta para desviar da sujeira. "Não posso passar por aqui com turista. Dá vergonha", diz.

 

Soluções

A curto prazo, o acúmulo de lixo nas baías pode não ter solução. Empresários do turismo local acreditam que o ideal seria um grande mutirão de limpeza, o que, no entanto, exige estrutura de pessoal e barcos. "Não podemos fazer isso sozinhos. É preciso ter recursos do poder público. Além disso, é preciso realizar esse trabalho continuamente", afirma Marcos de Souza, proprietário de uma pousada na região.

A prefeitura de Cuiabá, segundo o secretário de Meio Ambiente de Cuiabá, Jair Durigon, vem pensando em algumas alternativas. Uma delas, idealizada pelo próprio órgão, é a instalação de redes flutuantes ao longo de cursos d'água, para impedir a passagem de resíduos sólidos dos pequenos cursos d'água.

Outra proposta foi idealizada pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos. Trata-se do alargamento de alguns pontos dos córregos de Cuiabá, obras que seriam capazes de carrear os resíduos sólidos para as margens. O material poderia ser recolhido em grades laterais, que poderiam impedir que seguisse viagem. A possibilidade de colocar a idéia em prática vem sendo estudada pela prefeitura.

Técnicos da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fema) apontam que a saída definitiva para o problema está na educação e em debates sobre o destino que as cidades dão ao lixo urbano. Em Nobres e Rosário Oeste, 400 quilômetros rio acima das baías, estão sendo construídos aterros sanitários, o que pode colaborar com a solução do problema.

Triste histórico

Esta não é a primeira vez que as baías de Siá Mariana e Chacororé ganham as páginas da imprensa com denúncias de afronta ao meio ambiente. Em 1998 o Ministério Público denunciou a construção de duas casas em plena área de proteção ambiental. Uma delas, amarela e de proporções generosas, está concluída e completa. Da outra, foi erguida apenas a estrutura. Mas ambos os casos continuam emperrados no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

Quase semelhante à viagem que o lixo faz de Cuiabá até chegar no corixo Manoel Isaac é a tramitação do processo. Alguns entraves explicam a demora da tramitação. Um deles foi o pedido de suspeição do desembargador José Jurandir de Lima, com quem estava um dos processos. A ação elaborada pelo promotor do Meio Ambiente Domingos Sávio em 2000 apontava que magistrado seria amigo do dono da casa, o que, a seu ver, colocaria por terra a necessária imparcialidade no julgamento do caso. Na última petição de Domingos Sávio, encaminhada no dia 25 de março deste ano, ele chega a "suplicar pelo pronto julgamento do feito".

Operação de limpeza na baía do Pantanal

Toneladas de lixo foram retiradas do canal Manoel Isaac, que liga o rio Cuiabá a baía de Siá Mariana, em Barão de Melgaço, durante o primeiro dia de operação de limpeza do corixo. O trabalho abriu a Semana do Meio Ambiente em Mato Grosso e está sendo desenvolvido por cerca de 50 homens da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fema), Polícia Ambiental, Juizado Volante Ambiental (Juvam), Prefeitura de Barão de Melgaço e representantes de associações de moradores e colônia de pescadores de Barão de Melgaço.

Segundo o coordenador de Desenvolvimento de Recursos Pesqueiros da Fema, Júlio Reiners, somente no primeiro dia da operação foram usados 600 sacos de lixo, cada um com capacidade para 100 litros. "Foi retirado de tudo. Pneus, isqueiros, máquinas de lavar, geladeira, embalagens de refrigerante, de remédios, chinelos, sapatos, bolas, tudo o que você imaginar", enumera Júlio Reiners lembrando o dano ambiental que o lixo está acarretando no Pantanal. "Está acontecendo o aterramento do canal. Já não se pode mais ir de barco até a baia", comenta.

Júlio Reiners ressalta, no entanto, que a coleta de lixo não vai resolver o problema. Para isso, é necessário fazer com que a população da zona urbana e ribeirinha se conscientize que todo lixo jogado nas ruas, nos córregos ou nos rios da Grande Cuiabá vai parar no Pantanal. Um exemplo foi a tempestade de 24 de abril de 2001, em Cuiabá, que arrastou uma quantidade imensa de lixo para os córregos e que foi parar nas baias. "O Pantanal está recebendo uma grande quantidade de lixo, causando, talvez, um dano ambiental irreparável", observa.

Conforme Reiners, o trabalho de coleta do lixo nas baias de Barão de Melgaço não tem data para terminar. "Não vamos retirar 100% do lixo, porque é impossível, mas estaremos trabalhando para que haja uma conscientização das pessoas para que não joguem lixo em qualquer lugar", observa. Em maio, oito pessoas que foram flagradas praticando pesca predatória irão pagar as infrações com a retirada do lixo do corixo Manoel Isaac. O material coletado deverá ser levado para o aterro de Barão de Melgaço.

Como uma forma de combater o problema, o Comitê Interinstitucional de Combate a Caça e a Pesca Predatória está planejando uma operação com o objetivo de notificar os pesqueiros localizados às margens do rio Cuiabá, onde é comum a pratica da pesca amadora e se cobra a entrada, no sentido de fazer com que os proprietários busquem uma destinação adequada para o lixo deixado nos barrancos.

Uma quantidade grande de lixo é deixada nos barrancos e, apesar do proprietário cobrar a entrada, não existe nenhuma preocupação em coletar o lixo deixado.

Durante as comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, a Coordenação de Desenvolvimento de Recursos Pesqueiros montou um estande no Parque Mãe Bonifácia, onde expôs apetrechos proibidos como redes, tarrafas, espinheis e armadilhas, além de procurar mostrar os processos que os infratores podem responder pela prática de crimes ambientais.

O Pantanal e o Ecoturismo

Pantanal tem ecoturismo diferenciado

3 de fevereiro de 2004

  summary Os operadores da Itália, Alemanha, Suiécia, Inglaterra, França, Canadá e Atlanta (EUA) cumpriram uma extensa programação, com sobrevôos e visitas de carros, cavalo e barco, conhecendo a rica diversidade, as acomodações das pousadas, a lida do gado e os costumes e causos do homem pantaneiro. Depois, em Campo Grande, durante dois dias participaram… Ver artigo

 


summary


Os operadores da Itália, Alemanha, Suiécia, Inglaterra, França, Canadá e Atlanta (EUA) cumpriram uma extensa programação, com sobrevôos e visitas de carros, cavalo e barco, conhecendo a rica diversidade, as acomodações das pousadas, a lida do gado e os costumes e causos do homem pantaneiro. Depois, em Campo Grande, durante dois dias participaram de um workshop, no Hotel Jandaia, para troca de experiências e entrevistas com os donos das pousadas. A vinda destes operadores é estratégica para o projeto de ecoturismo dentro do Parque do Pantanal. Além do conhecimento que eles acumulam, representando as principais agências de seus países, o primeiro contato permitiu a discussão de um perfil do ecoturismo ideal para atrair o turista interno e externo, através de um produto que não seja apenas de contemplação da natureza, mas de peso cultural – o homem, a culinária e o artesanato.


“É uma primeira troca de informações das pousadas com o mercado que para que possamos definir o que oferecer a esse turista exigente dentro de um contexto mais amplo, que é o de se criar uma atividade sustentável e de baixo impacto”, explicou Reginaldo Luís Lima de Barros, coordenador do projeto. “Vamos dar suporte técnico às pousadas, para que se estruturem, estabelecendo parcerias com os operadores internacionais”.


Junto com os operadores – entre eles, um brasileiro, Luiz Lobo, que atua nos Estados Unidos -, veio também um dos maiores fotógrafos de natureza do mundo, o suéco Staffan Widstrand, que vai auxiliar a APPAN a montar um esquema pesado de marketing para “vender” o parque no exterior. As pousadas vão contar, ainda, com a consultoria da francesa Sylvie Blangy, que apresentará um relatório com propostas de melhoria dos serviços.


Reginaldo Barros disse que para garantir um produto de qualidade, primeiro o Parque do Pantanal e a associação das pousadas priorizam a organização do setor. “Queremos saber o que estes operadores viram, suas sugestões e críticas, para vendermos bem esse produto como um diferencial dentro do Pantanal”, disse. Novos eventos institucionais serão promovidos para colocar o mercado em contato com os pantaneiros.


Organização das pousadas chama atenção de técnicos franceses


O fato de as pousadas do Parque do Pantanal estarem organizadas, por meio da APPAN, é um fator positivo que chamou a atenção da consultora de ecoturismo da França, Sylvie Blangy. “Isso conta muito na Europa, dá uma visão global do compromisso com a conservação do meio ambiente”, disse a consultora, que já apresentou à APPAN um relatório sobre sua visão da estrutura das pousadas, dos serviços e dos atrativos. “O lugar não é hoje um grande destino, não é muito conhecido, mas tem um potencial extraordinário quanto à vida e à cultura, muito presentes”, observa Blangy, que dá uma receita para o sucesso do projeto desenvolvido pelo Instituto Parque do Pantanal (IPP): “Os proprietários estão preocupados com o turismo de massa. Isso é bom. Mostra o interesse das lideranças políticas e empresariais com a conservação, um ingrediente certo para atrair o turista europeu”.


A consultora, com experiência de mais de 20 anos no setor, disse que o Pantanal, com o projeto das pousadas, pode vir a ser o laboratório do ecoturismo no Brasil. Ela gostou do que viu e fez algumas observações: “A informação é tudo, levando em conta, sobretudo, essa harmonia da natureza com o homem, que não é comum em nenhum outro lugar do mundo”.


O brasileiro Luiz Lobo, natural de Brasília, há 16 anos trabalhando em Atlanta (EUA), adiantou que houve um consenso no grupo: o perfil de ecoturismo proposto dentro do Parque do Pantanal é viável e deixou a todos entusiasmados. “Em geral, é o melhor lugar para se visitar, o único ainda com a natureza intacta, mas com o maior problema: o mundo ainda não o conhece”. Lobo diz que uma pequena fração de turistas americanos já compra pacotes na região.


“Uma maior divulgação vai reverter esse processo. Vamos apoiar a iniciativa do parque, pois, como operadores, queremos crescer junto com as pousadas”, acrescentou o brasileiro, que é jornalista com mestrado em marketing. “Já existe um padrão de serviços, que precisa ser melhorado em níveis diferentes, para atender a mercados diferentes. Os guias, por exemplo, devem ter uma visão ampla do ambiente e de como atender as curiosidades de exigentes turistas”, lembra Luiz Logo.


Saiba mais sobre o Parque do Pantanal


O Parque Natural Regional do Pantanal é modelo de preservação ambiental no Brasil para implantação de unidades de conservação em outros ecossistemas e no Cerrado. Criado com base na experiência de 40 anos dos parques franceses e apoio da Comunidade Européia, não é um processo polêmico de desapropriações – como os parques estaduais e nacionais, a maioria hoje e quase todos abandonados -, mas com capacidade de aglutinação os produtores e de valorização da cultura local.


O parque abrange uma área de cinco milhões de hectares, dos quais 1,5 milhão hoje estão sendo trabalhados. É um sistema de desenvolvimento sustentável que une a comunidade local e cria mecanismos técnicos, através de pesquisas e novas tecnologias, para fortalecer as propriedades. Os principais produtos do projeto gerenciado pelo IPP (Instituto Parque do Pantanal) são: organização da cadeia produtiva (comercialização do vitelo pantaneiro e animais exóticos) e o ecoturismo.


A carne ecológica
Atualmente, 144 propriedades de seis municípios aderiram ao parque, cujo maior incentivador é o violeiro e fazendeiro Almir Sater, que alavancou o projeto do vitelo pantaneiro, carne nobre (de bezerro) que entra no mercado agora nesse ano de 2003. Sater, que está engajado há seis anos na viabilização da produção e comercialização da chamada carne ecológica, como pequeno produtor rural na região de Rio Negro, ganhou o título de “Embaixador do Pantanal”.


O homem pantaneiro é o grande beneficiado nesse processo de fortalecimento da economia da região, além de ser reconhecido como o guardião do Pantanal há mais de 200 anos. A proposta do parque vem de encontro a uma antiga tese de quem lá vive e sofre as pressões de fora, principalmente das ONGs internacionais: um Pantanal rico, produtivo e brasileiro. “Viver lá é muito complexo e espero que o homem também tenha destaque nesse projeto”, disse Almir Sater.


Desinformação sobre a região não desanima pantaneiros


Sílvio Andrade, de Campo Grande
Os operadores de turismo europeus revelaram, durante a rápida passagem
pelo Pantanal, que a região ainda é desconhecida no mundo. Sabe-se, lá, apenas,
que é um lugar alagável, Patrimônio da Humanidade, habitado por onças e jacarés,
e não como um dos principais destinos turísticos do Brasil.


“Esse é o nosso maior gargalo”, disse o músico e empresário do setor, Guilherme Rondon, dono da pousada Barra Mansa, na região do Rio Negro. A visita dos operadores e o encontro deram o norte para Rondon e aos demais fazendeiros que estão entrando em um novo e rentável negócio, o ecoturismo dentro do Parque do Pantanal.


De nada valerá a qualidade desse serviço, aliando natureza e cultura, e o potencial da região se não houver um trabalho forte de marketing lá fora. “Eles (operadores) se encantaram com a nossa hospitalidade, os passeios de barco e a cavalo, a força do homem pantaneiro, mas é um mundo encantado que não tem clientes”, diz Fernando de Barros, dono da pousada Mangabal, na Nhecolândia (Corumbá). “Nem as embaixadas do Brasil têm informações sobre nossa região. Quem vem ao Pantanal informou-se através de amigos ou pela Internet”.


E são informados de forma equivocada. A desinformação sobre o Pantanal, por culpa dos órgãos de turismo do Estado e do Governo Federal, não abalou o projeto de ecoturismo do Parque do Pantanal e muito menos os pantaneiros, que vêem nessa nova atividade uma forma de recuperar a economia local e evitar o êxodo do homem nativo, que está perdendo a sua cultura. Ao contrário, as discussões sobre qualidade e marketing selaram uma parceria com esses operadores, que passarão a prestar apoio à APPAN.


“Foi altamente positivo esse contato com os operadores, que estão engajados no projeto não apenas comercialmente, mas numa consultoria bem mais ampla para divulgar maciçamente o Pantanal”, explicou o coordenador do projeto, Reginaldo Barros. “Eles serão uma espécie de amigos do Pantanal e vão difundir isso junto a seus clientes, no mundo todo, enquanto trabalhamos com uma folhetagem, participação em feiras internacionais”.


Donos de pousadas
Os donos das pousadas, todos associados à APPN, estão apostando no novo negócio. A visita dos operadores deu-lhes uma visão maior desse turista estrangeiro exigente, que prima pela qualidade dos serviços e pacotes bem definidos – perfil que o projeto desenhou para o Parque do Pantanal, ou seja: um produto diferenciado, com credibilidade, transparente e fiel ao dinamismo do sistema hidrológico da região. Mais: aliando, sempre, natureza contemplativa com a cultura do homem, essa espécie ameaçada de extinção. “Avançamos muito e agora temos a responsabilidade de manter essa sinergia, abrindo as portas do Parque Pantanal lá para fora”, ressaltou Reginaldo Barros.


José Carvalho, dono da pousada Campo Neta, em Corumbá, acha que dentro de três anos o ecoturismo se profissionaliza mais e se consolida. “É uma tendência que está ajudando a mudar a consciência ecológica dos peões, valoriza a mão-de-obra, gera empregos e aumenta a renda”, diz.



Pantanal will have a differentiated ecological tourism
Besides a quality seal and a special classification from Embratur, the pantanal culture will have a special approach


It has been decided. Pantanal will have a differentiated Eco-tourism, with a quality seal and a special classification from Embratur (Brazilian Tourist Office). This will be one of the main products that Pantanal Park, created in May of this year with the support of the European Community and the French Environmental Fund, will offer to the tourism market starting 2003. This new segment started taking shape , through the APPAN (Association of the Inns of Pantanal), as an alternative to strengthen the economy of the region. One of the first initiatives, after the creation of the park, was consolidated these last few months, with the visit to our the state (Mato Grosso do Sul) of seven representatives of the first tour operators from Europe and the United States. They spent four days visiting the inns, located in the cities of Aquidauana, Miranda, Corumbá, Rio Negro, Rio Verde and Corguinho, knowing the actual structure and the type of tour packages that can attract the foreign tourist.


The tour operators from Italy, Germany, Sweden, England, France, Canada and Atlanta (U.S.A.) followed an extensive program, with scenery flights and visits by car, by horse and by boat, getting to know the rich diversity, the accommodations of the inns, the cattle handling and the customs and tales from the pantanal people. Later, in Campo Grande, the capital of the state, during two days they participated in a workshop, in Jandaia Hotel, for the exchange of experiences and interviews with the owners of the inns. The visit of these operators was strategical for the project of Eco-tourism inside the Pantanal Park. Besides the knowledge that they accumulated, by representing the main agencies of their countries, this first contact allowed the debate of a profile on the ideal ecological tourism in order to attract the internal and external tourist, through a product which is not only for the contemplation of nature, but of a cultural character as well – the locals, the typical food and the handcrafts.


“It is a first exchange of information of the inns with the market so that we can define what to offer to this demanding tourist inside of a wider context, which, in other words, is to develop a sustainable activity and with low impact”, explained Reginaldo Luis Lima de Barros, coordinator of the project. “We will offer technical support to the inns, so that they are structured, establishing partnerships with the international tour operators”.


Together with the tour operators – among them, a Brazilian, Luiz Lobo, who works in the United States -, also came one of the most famous nature photographers of the world, the Swedish Staffan Widstrand, who will assist the APPAN to put together a major marketing project “to sell” the park in other countries. The inns will also count with the consultation of the Frenchwoman Sylvie Blangy, who will present a report with proposals of improvement of the services.


Reginaldo Barros said that in order to guarantee a quality product, first the Pantanal Park and the association of the inns prioritize the organization of the sector. “We want to know what these operators saw, their suggestions and comments, to sell this product well as a differential within the Pantanal” added Barros. New institutional events will be promoted to put the market in contact with the Pantanal people.


More about the Pantanal Park
The Pantanal Regional Nature Park is a model of environmental preservation in Brazil for the implantation of conservation units in other ecosystems and in open pasture. Created based on the 40 years experience of the French parks and with the support of the European Community, it did not undergo a controversial process of dispossessions – as it has happened to many state and national parks, the majority today and almost all abandoned -, but with the capacity of producers number growth and with the proper attention to the local culture.


The park encloses an area of five million hectares, of which 1,5 million are under work. It is a system of sustainable development that joins the local community and creates technical mechanisms, through research and new technologies, to strengthen the properties. The main products of the project managed by IPP (Institution of Pantanal Park) are: organization of the productive chain (commercialization of Pantanal veal and exotic animals) and Eco-tourism.


Ecological Meat
Currently, 144 properties of six towns joined the park, whose most important motivator is the country guitar player and farmer Almir Sater, who developed the project of Pantanal veal, a noble meat (calf meat) that will enter the market this coming year, in 2003. Sater, who has been engaged for six years in enabling the production and commercialization of a meat known as ecological meat, as small agricultural producer in the region of Rio Negro, was given the title of “Ambassador of the Pantanal”.


The Pantanal people are the ones who will most benefit from this process of strengthening the economy of the region, besides the fact of being recognized as the keepers of the Pantanal for more than 200 years. The proposal of the park relates to an old thesis of those who live there and suffer the pressures from outside, mainly from international NGOs: a rich, productive and Brazilian Pantanal. “To live there is very complex and I expect that the local population will also have a major role in this project”, said Almir Sater.