Tráfico de animais

MMA e Renctas querem combater tráfico de animais na ponta do consumo

11 de fevereiro de 2004

O ministro informou, também, que irá propor aos ministros de Meio Ambiente ibero-americanos a criação de uma rede internacional de combate ao tráfico de animais silvestres. O objetivo é atacar o tráfico na sua ponta principal, a do consumo, conseguindo a cooperação dos países compradores para que possam inibir o comércio ilegal de animais. “É… Ver artigo









O ministro informou, também, que irá propor aos ministros de Meio Ambiente ibero-americanos a criação de uma rede internacional de combate ao tráfico de animais silvestres. O objetivo é atacar o tráfico na sua ponta principal, a do consumo, conseguindo a cooperação dos países compradores para que possam inibir o comércio ilegal de animais. “É evidente que o sucesso dessas iniciativas depende dos entendimentos que o governo federal vem realizando no âmbito internacional, especialmente com os países que são os receptores da fauna silvestre que é contrabandeada do Brasil”. Entre os países que mais compram espécimes da fauna e flora brasileira estão os Estados Unidos, Canadá, Japão, Inglaterra e França. Segundo o coordenador geral da Renctas, Dener Giovanini, o tráfico de animais só perde para o tráfico de drogas e armas em volume de dinheiro.”Hoje no Brasil existem 400 quadrilhas especializadas que usam as mesmas rotas das drogas, movimentando com o tráfico internacional entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões”, disse.







Tráfico de animais e Biopirataria

CPI vai investigar denúncias de tráfico de animais e plantas

2 de fevereiro de 2004

Comissão da Câmara Federal vai ouvir madeireiras, ONGs e autoridades governamentais

Começou a funcionar na Câmara dos Deputados a Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI – destinada a investigar as denúncias envolvendo o tráfico de animais e plantas no Brasil. O relator da CPI, deputado Sarney Filho (PFL-MA), ex-Ministro do Meio Ambiente, anunciou que pretende convidar representantes do Greenpeace e das empresas madeireiras para falar sobre a extração ilegal de madeiras, especialmente o mogno. Também serão convidados a falar sobre o tráfico de animais e plantas o ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, o presidente do Ibama, Rômulo Barreto Mello, e o coordenador Geral da Renctas, Dener Giovanini.


O presidente da CPI, deputado Luiz Ribeiro (PSDB-RJ) anunciou que pretende criar três sub-comissões para trabalharem paralelamente à CPI: uma para estudar a consolidação da legislação, outra para investigar as denúncias do tráfico de espécies da fauna e a terceira para o tráfico de espécies da flora. Ao final de suas investigações, que deverão estender-se pelos próximos quatro meses, as sub-comissões elaborarão relatórios que serão apreciados pela CPI. Composta por 16 membros, a CPI do tráfico de animais e plantas inclui entre seus membros parlamentares ativistas na área ambiental, como Sarney Filho (PFL-MA); Fernando Gabeira (PT-RJ) e Luciano Zica (PT-SP).


Também fazem parte da Comissão Parlamentar de Inquérito os deputados Átila Lins (PFL-AM); Francisco Rodrigues ( PFL-RR); Luiz Ribeiro (PSDB-RJ); Nilson Pinto (PSDB-PA); Ricarte de Freitas (PSDB-MT): Asdrúbal Bentes (PMDB-PA); Moacir Micheletto (PMDB-PR); Nair Xavier Lobo (PMDB-GO); Augusto Farias (PPB-AL); Augusto Nardes (PPB-RS); Josué Bengtson (PTB-PA); Rubens Bueno (Bloco PDT-PPS-RS) e Badu Picanço (Bloco PL-PSL-AP). Os deputados Asdrúbal Bentes e Fernando Gabeira foram eleitos, respectivamente, para 1º e 2º vice-presidência da CPI.


Lobo Guará, o nosso lobo quase extinto
Fazendeiro captura lobo em Cristina (MG) e leva animal ao Zoo de Varginha


Beatriz Fernandes Barros – de São Lourenço
Um dos mais belos canídeos existentes, o lobo guará – Chrysocyon brachyurus – é também o maior da América do Sul. Naturalmente tímido, procura manter uma distância segura do homem. Mas com o desenvolvimento da agropecuária no Brasil, sua área de sobrevivência foi reduzida drasticamente, e hoje é comum aparecer em fazendas, atraído por galináceos ou cheiro de comida. Foi assim que, no último dia 20 de novembro, foi encontrado um lobo guará na zona rural de Cristina, sul de Minas Gerais. Depois de imobilizar o animal, o proprietário da fazenda informou à Polícia Ambiental da região. Aí entrou em ação o tenente Gilson Pereira e sua equipe, que se encarregaram de transferir o lobo para uma clínica em São Lourenço, onde a veterinária Maria Emília Chaves tomou as devidas providências para cuidar do animal debilitado. Feito isto, ele foi levado para o zoológico mais próximo, em Varginha, onde ficará em observação até que se defina um melhor destino para ele. Devido a redução de seu habitat natural, à caça indiscriminada, às queimadas e à captura para zoológicos, o lobo guará entrou para a lista do Ibama de animais ameaçados de extinção.


Esta espécie de lobo guará está acostumada a caminhar livremente nos campos abertos (precisa de 15km em linha reta para sobreviver). Antigamente ele era encontrado desde o norte da Argentina até a fronteira com a Amazônia, no sentido norte-sul; e da Bolívia até o sertão de Pernambuco, no sentido leste-oeste. Hoje sua população se restringe a algumas áreas protegidas ou afastadas do Cerrado. Como conseqüência houve uma modificação de seus hábitos alimentares, o que o tornou ainda mais próximo do homem. Apesar de ter hábitos noturnos, o lobo guará não é feroz e só ataca quando acuado, preferindo fugir na maioria das vezes. Ao anoitecer costumam ficar debaixo das árvores frutíferas para se alimentar de seus frutos. Seus uivos são ouvidos a longas distâncias, e seu som característico foi interpretado pelos indígenas como “gua-á, gua-á”, daí seu nome original. Na língua Tupi Guará também significa avermelhado.


Suas pernas longas foram adaptadas para se locomover com destreza na vegetação do Cerrado. Por incrível que pareça, o lobo guará não tem o olfato aguçado como o cão, por isso utiliza sua visão penetrante para caçar. As grandes orelhas lhe permitem uma melhor audição e o ajudam na caça. Sua alimentação preferida se baseia em pequenos animais e frutas silvestres como a lobeira, que o protege de um parasita renal e serve como vermífugo natural. Conhecer a história e os hábitos do lobo guará é de extrema importância para que possamos colaborar com a sua preservação e tira-lo da lista de animais ameaçados de extinção.


Características
Nome científico: Chrysocyon brachyurus
Nome vulgar: Lobo – Guará
Nome inglês: Maned Wolf
Altura: até 1 m
Peso: aproximadamente 25kg
Pêlo: Espesso e de cor avermelhada no dorso e preto nas pernas
Gestação: 66 dias
Longevidade: 14 anos
Habitat: campos e cerrado
Distribuição geográfica: Centro-Oeste brasileiro e regiões de cerrado, leste da Bolívia, norte da Argentina.