Urutau, o pássaro raro que visitou escritórios em Brasília

13 de fevereiro de 2004

  O urutau tem cabeça chata e larga, ocupada em grande parte pelos olhos, e asas; e cauda longas e duras. Quando os olhos são fechados, notam-se duas fendas na pálpebra superior, por onde é capaz de observar os arredores de “olhos fechados”. Sua defesa é se fazer confundir com um galho seco O Departamento… Ver artigo

 







O urutau tem cabeça chata e larga, ocupada em grande parte pelos olhos, e asas; e cauda longas e duras. Quando os olhos são fechados, notam-se duas fendas na pálpebra superior, por onde é capaz de observar os arredores de “olhos fechados”. Sua defesa é se fazer confundir com um galho seco


O Departamento de Produção Brasília recebeu, no dia 25 de setembro de 2001, a visita de um pássaro raro que encantou a todos os funcionários. Durante algumas horas pela manhã, o urutau permaneceu imóvel, pousado sobre a placa de identificação do departamento, alheio ao espanto e à admiração de todos. O biólogo Fernando Vieira Machado, do Departamento de Meio Ambiente de Furnas, registrou o acontecimento.


Segundo o biólogo, o urutau vive em bordas de mata, cerrados, paisagens abertas com palmeiras e outras árvores esparsas.


O urutau já havia sido observado por biólogos durante operação de resgate da fauna na área de serra da Mesa.


Lendas indígenas – O som emitido pelos urutaus é um dos mais impressionantes dentre as aves do país, lembrando um lamento humano. Em razão dessa característica, várias lendas indígenas referem-se ao canto do urutau. Já para os matutos da Amazônia, varrer o chão embaixo das redes das filhas com as penas do pássaro protege a castidade delas.


Fernando Vieira explicou que a alimentação do urutau consiste basicamente de insetos, caçados em pleno vôo. A principal característica destas aves é de nunca pousarem no solo, e permanecerem eretos quando pousam em galhos. Se são perturbadas, esticam-se e levantam a cabeça até o bico dirigir-se verticalmente para cima e a cauda tocar no tronco. Com isso, confundem-se com uma ponta de galho seco ou o prolongamento de uma estaca, uma camuflagem chamada “mimetismo de galho”.


Os urutaus põem um único ovo, chocado em posição ereta e incubado pelo macho. O tempo de incubação dura, aproximadamente, 33 dias. Mais os 51 dias de permanência no ninho, temos o total de 84 dias, um dos períodos de desenvolvimento mais prolongados para as aves deste continente.


O urutau pertence à Ordem dos Caprimulgiformes, família dos Nyctibiidae. No Brasil, ocorrem as seguintes espécies: Nyctibius grandis (Urutau, Mãe da Lua Gigante); Nyctibius griseus (Urutau) e Nyctibius aethereus (Mãe da Lua Parda).