Morte anunciada

5 de março de 2004

Chega-se ao último trimestre do ano e até agora, dos R$ 9 míseros milhões reservados no orçamento da União para a recuperação do rio São Francisco, apenas 0,28% foi liberado. Ao denunciar o descaso com o Velho Chico, o deputado Clementino Coelho, do PPS de Pernambuco, lembrou que o governo federal e as autoridades ambientais… Ver artigo




  • Chega-se ao último trimestre do ano e até agora, dos R$ 9 míseros milhões reservados no orçamento da União para a recuperação do rio São Francisco, apenas 0,28% foi liberado.



  • Ao denunciar o descaso com o Velho Chico, o deputado Clementino Coelho, do PPS de Pernambuco, lembrou que o governo federal e as autoridades ambientais fogem do compromisso de recuperar o rio.



  • Por essas e outras é que os adversários do projeto de transposição ganham espaço e denunciam a iniciativa como a morte anunciada do “rio da integração nacional”.



Pesque-e-solte




  • Em breve, será transformado em lei o projeto 1.884, de 1999, que disciplina a pesca amadora em todo o país.



  • O projeto, de autoria dos deputados do PMDB, Euler Morais, de Goiás e Flávio Derzi, do Mato Grosso do Sul, proíbe a comercialização ou a industrialização de produtos originários da pesca amadora, e condiciona sua prática à licença expedida por órgão ambiental.



  • E também estimula as atividades do pesque-e-solte, que começam a ser largamente praticadas nos rios do Pantanal, especialmente entre os pescadores jovens.



Mais polêmica




  • Vem aí mais polêmica.



  • A Comissão de Meio Ambiente da Câmara aprovou projeto do deputado Paulo Rocha, do PT do Pará, que proíbe a supressão, mediante corte raso, da floresta primária em imóvel rural localizado na região Norte e no Centro-Oeste, onde a devastação já é acentuada.



  • As exceções ficam por conta de execução de obra ou atividade de utilidade pública, assim como o espaço destinado à agricultura familiar.



  • Mesmo nestes casos, é obrigatória a permanência da cobertura arbórea de no mínimo 50% da propriedade.



Devastação no Maranhão




  • O Maranhão não costuma freqüentar o noticiário sobre devastação de recursos naturais.



  • Mas não é porque tudo lá anda às mil maravilhas.



  • Agora mesmo o deputado Paulo Marinho, do PFL maranhense, está denunciando a devastação das florestas primitivas maranhenses, iniciada com os grandes projetos agropecuários e intensificada com os projetos de assentamentos.



Vantagem orgânica




  • As empresas que se dedicarem à produção de orgânicos – alimentos sem o uso de agrotóxicos ou transgênicos – poderão ser dispensadas do pagamento do Imposto Territorial Rural, o ITR.



  • É o que dispõe projeto de autoria do deputado Fernando Ferro, do PT de Pernambuco, já aprovado pela Comissão de Agricultura e Política Rural da Câmara.



  • Pelo projeto, ficam isentas do pagamento do Imposto de Renda as pequenas empresas que se dedicarem à produção orgânica, assim como os pequenos produtores rurais.



Mortalidade infantil




  • Em apenas três anos, de 1995 a 1997, morreram 342 mil crianças com menos de cinco anos no Brasil, média superior a 110 mil crianças por ano.



  • Causa principal: doenças geradas por falta de água tratada e coleta de esgotos.



  • Nesse mesmo período – denuncia o senador Lúcio Alcântara, do PSDB do Ceará – a falta de saneamento básico provocou a internação hospitalar de mais de dois milhões de brasileiros.



FPE ecológico




  • Se vingar o projeto da senadora Marina Silva, do PT do Acre, teremos um Fundo de Participação dos Estados – FPE – ecológico.



  • Quer a senadora que uma parte do dinheiro do fundo seja aplicada numa compensação financeira aos estados que abrigarem em seus territórios áreas de conservação da natureza ou terras indígenas demarcadas.



  • Essa reserva – segundo o projeto – corresponderia a dois por cento dos recursos globais do FPE, o que não é pouco.



Acima dos partidos




  • A iniciativa é do senador paraense Luiz Otávio, atualmente sem partido.



  • Ele propôs a criação, no Senado, de uma comissão temporária, sem qualquer conotação política e ideológica, destinada, exclusivamente, a discutir e propor soluções aos problemas da Amazônia.



  • Preocupa o senador a frase do presidente francês François Mitterand: “Os países que detêm a posse de florestas equatoriais úmidas precisam compreender que sua soberania sobre elas é relativa”.



Convivendo com a seca




  • Até que enfim, busca-se institucionalizar a centenária disputa entre o homem, a terra e o tempo, em torno da convivência com a seca.



  • Está pronto para ser votado na Câmara projeto dos deputados Wellington Dias, do PT do Piauí, José Pimentel, do PT do Ceará e Waldir Pires, do PT da Bahia, instituindo o Programa Permanente de Convivênia com o Semi-Árido – PPCS.



  • A principal vantagem do projeto é criar um sistema permanente de atendimento aos 30 milhões de brasileiros que vivem nos 115 milhões de hectares do semi-árido, com destaque para a bolsa-produção.



  • Trata-se de meio salário mínimo para cada família que mantiver na escola seus filhos de 7 a 14 anos.



Mudando para o gás




  • Quem quiser converter seu automóvel a gasolina para o gás natural receberá incentivos fiscais e creditícios.



  • É o que determina projeto de autoria do petista baiano Jaques Wagner, já aprovado pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara.



  • Também poderão ter acesso ao benefício as frotas, os táxis e os carros de transporte escolar.



  • As vantagens são traduzidas em financiamento dos recursos utilizados na conversão, a juros subsidiados e prazos generosos.



Sem controle




  • É obrigatória a indicação, nas embalagens de produtos dietéticos e similares, das quantidades de edulcorantes utilizados em suas composições.



  • Também será obrigatória a inscrição, no rótulo, da Ingestão Diária Aceitável.



  • Tal é o que dispõe projeto de autoria do deputado baiano sem partido, Luiz Moreira, já aprovado na Câmara e a caminho do Senado.



Desprezada




  • Seca, cinzenta, intransponível, salvo pelos vaqueiros com suas vestimentas de couro, a caatinga é desprezada até pelas organizações ambientalistas.



  • A queixa é do deputado Paes Landim, do PFL do Piauí, uma das regiões mais secas do Nordeste, onde a caatinga prolifera.



  • Para ele, nem mesmo a beleza exótica da caatinga, tão bem descrita por Euclides da Cunha, consegue sensibilizar os ambientalistas.