Ecologia & Saúde

É fogo!…

5 de março de 2004

      Tem gente parecendo estar cega e surda para os ensinamentos que a Mãe Natureza vem dando desde que os filhos de Adão começaram a povoar o planeta Terra e, desatinadamente, passaram a agredi-lo. Todos vêem que o meio ambiente está sendo destruído pelas agressões das pessoas; ouvem falar ou lêem sobre esta ação… Ver artigo

 

    Tem gente parecendo estar cega e surda para os ensinamentos que a Mãe Natureza vem dando desde que os filhos de Adão começaram a povoar o planeta Terra e, desatinadamente, passaram a agredi-lo. Todos vêem que o meio ambiente está sendo destruído pelas agressões das pessoas; ouvem falar ou lêem sobre esta ação e, mesmo assim, muitos fazem que nada estão vendo e escutando. Será que só abrirão os olhos e ficarão de ouvidos atentos quando a desertificação estiver generalizada e até irreversível?

Um exemplo de comportamento agressor do meio ambiente é o que volta a repetir-se no Centro-Oeste do Brasil, nesta época do ano, quando não chove na região. Estamos falando das queimadas, que matam árvores e animais e calcinam o solo. Pode-se até admitir que se queimem restos vegetais economicamente inaproveitáveis, de putrefação demorada e difícil remoção, o que dificulta o plantio em novas áreas agrícolas. Mas o que se observa é o fogo posto repetidamente num mesmo local, que tenderá a virar um deserto.

E o pior acontece quando se pretende "limpar" com fogo o terreno sem fazer-se aceiros convenientes, no período quente do dia e ainda se estiver ventando. Aí se estará cutucando a tragédia com idéia curta. Isto mesmo, porque serão enormes as possibilidades de o fogo sair do controle humano, espalhando-se para todos os lados, desgraçando propriedades alheias e até, lamentavelmente, áreas de proteção ambiental. O incêndio num parque ou floresta nacional pode ter conseqüências irremediáveis, quando acaba com espécies vegetais e animais só ali encontradas. Nesse caso, pode-se desequilibrar o meio ambiente, porque aqueles bichos e plantas eram indispensáveis na cadeia alimentar e demais aspectos da interdependência dos componentes da fauna e flora da região. E desastre ainda maior poderá ser sentido posteriormente, se descobrir-se que entre os seres extintos pelo fogo e outras agressões ao meio ambiente havia animais e vegetais indispensáveis às pesquisas para a obtenção de remédios curadores de, por exemplo, câncer, AIDS etc. Aí, restará aos fogueiristas chorar as matas que destruíram.

Então, quem observar alguém incendiando a vegetação de forma criminosa deve denunciá-lo à polícia. Se ele for um doente mental, será condenado a ir para um hospício tratar sua piromania. Se não tiver esta atenuante, irá ver o sol pelas grades numa cadeia comum, porque crime ambiental, se a lei for cumprida à risca, é inafiançável é produz perda da liberdade por alguns anos. Mas, antes de apelar para a polícia, deve-se gritar é fogo!…, chamando os bombeiros, para que evitem a propagação do incêndio. O melhor seria não ter de denunciar nem alertar ninguém. Para chegar-se a este ideal, as pessoas devem começar a convencer os outros a não agredirem o meio ambiente.

Armação ilimitada (4)

Por falar em incêndio em reserva florestal, uma parte significativa do Parque Nacional de Brasília foi queimada criminosamente no final de julho. O fogo começou num local onde, certamente, 99,9% dos freqüentadores habituais nunca pisaram, por ser de acesso difícil e estar fora do circuito das trilhas de cooper e caminhadas. Apesar disto e sem mais aquela, um funcionário do IBAMA, com capa antifogo ocultando-lhe o rosto, apareceu na TV dizendo que "são os visitantes que metem fogo no parque". Já que ele fez uma acusação caluniosa e difamatória generalizante, é o caso de colocá-lo em observação, para descobrir-se se integra o esquema da armação ilimitada para privatizar este e outros parques nacionais, fechando-os, numa primeira fase, "porque os freqüentadores agridem o meio ambiente". Quanto ao Parque Nacional de Brasília, já o tornaram antieconômico, depois que afugentaram cerca de 70% dos visitantes pagantes, plantando-se nos veículos de comunicação notícias de que a água de lá está contaminada, sem que os que continuaram bebendo-a tivessem problemas gastrointestinais. 

Alimentos mofados

O mofo faz parte do processo de reciclagem natural da matéria orgânica. Quando alguém morre, seja um humano, animal ou vegetal, inicia uma viagem de retorno à origem, ou seja: decomponhe-se, reintegrando-se à terra. Os alimentos, portanto, também têm este destino, devendo ser consumidos antes de deteriorados pela ação de bactérias associadas a fungos, num processo que pode originar toxinas altamente prejudiciais à saúde de quem os comer. Este é o caso do amendoim que andam vendendo por aí. O público deve observar o produto com toda a atenção, não comprando o que tiver aparência alterada, que é o caso de quase 70% das marcas comercializadas, conforme pesquisa divulgada no "Fantástico". O mofo do amendoim é perigosíssimo: gera a aflatoxina, causadora de câncer no fígado, que mata mesmo.

Povo sadio

Os donos dos veículos de comunicação, principalmente da TV, precisam aprender a lucrar mais, desde que tornem os brasileiros saudáveis, de cabeça e corpo. Para tanto, é preciso conscientizar a galera da importância de preservar o meio ambiente, a fim de terem água, ar e alimentos puros, inclusive locais para o lazer em contato com a natureza. Então, devem ser produzidos muito mais programas sobre ecologia e divulgados não tarde da noite, como acontece hoje. Assim, principalmente as novas gerações, formarão um povo sadio, agitando o mercado publicitário e o caixa dos barões da mídia.

* Sérgio Ângeli é jornalista; Amália Ângeli, nutricionista.