Caro leitor:

25 de março de 2004

  É muito bom coordenar uma equipe que todo mês faz um esforço grande para produzir um jornal voltado para a valorização da vida. É muito bom buscar os fatos, descobrir as histórias e mostrar o trabalho daqueles que lutam para aumentar a conscientização ambiental e melhorar a qualidade de vida das comunidades mais pobres…. Ver artigo

 


É muito bom coordenar uma equipe que todo mês faz um esforço grande para produzir um jornal voltado para a valorização da vida. É muito bom buscar os fatos, descobrir as histórias e mostrar o trabalho daqueles que lutam para aumentar a conscientização ambiental e melhorar a qualidade de vida das comunidades mais pobres. É bom, também, mostrar aos ricos algum caminho de como parar de desperdiçar e de como não poluir pela ganância. Sim, é muito bom ajudar a diminuir a miséria, na cidade ou no campo, porque ela é perversa. Ela mata o homem e a natureza. Para ter vida é preciso ter ar puro, ter arvoredos, ter água boa, ter saúde, ter emprego e ter esperança. 


E a vida está na capa dessa edição, quando mostramos as duas crianças índias, que nas águas lindas do rio Tocantins, celebram o renascimento da tribo dos Avá-Canoeiro. Uma tribo que foi dizimada pelo homem branco e que, hoje, tem no mesmo homem branco a força para renascer. Mas esse homem branco tem nome e sobrenome: é a antropóloga Eliana Granado e toda equipe do Departamento de Meio Ambiente de Furnas Centrais Elétricas. Eles são os responsáveis por esse quase milagre. 


Milagre que infelizmente ainda não chegou aos índios Pataxó que, como tantos outros índios, ao longo desses 500 anos, trocaram os cânticos de fé e as cerimônias nas matas brasileiras por lamentos e pedidos de socorro. Fica a ameaça de que, nos próximos 500 anos, o 19 de Abril – Dia do Índio – se transforme apenas em uma data para lembrarmos aqueles que, um dia, habitaram por primeiro a Terra de Vera Cruz. 


****


Além da matéria de capa sobre os índios, falamos sobre os 500 anos, abrindo com um artigo especial do presidente Fernando Henrique Cardoso “O Brasil e o Desenvolvimento Sustentável” na página 5.


****


A Amazônia, que no último levantamento do INPE, perdeu mais 14% da floresta, está na página 7 e, na página 9, um levantamento geral da devastação que o Brasil sofreu nesses 500 anos de ocupação. Uma perda grande, como diz Garo Barmaniann, do WWF, uma situação muito ruim, mas que, como na linguagem do futebol, dá para virar o jogo nesse segundo tempo.


****


Ainda nessa edição, uma cobertura especial do seminário “Aguas – 2000 Qualidade de Vida e Desenvolvimento”, realizado pelo Senado Federal, onde se discute o uso e o abuso dos recursos hídricos no Brasil. 


****


Meus amigos, é muito bom curtir a natureza e celebrar a vida. Sem vida não há nem como vibrar com o fechamento de mais uma edição da Folha do Meio e, muito menos, torcer para que o homem seja verdadeiramente de boa vontade e vire o jogo nesse segundo tempo dos novos 500 anos.








SUMMARY


Dear Reader:


It is very good to co-ordinate a team that every month makes a great effort to produce a newspaper directed to valuing of life. It is great to search for the facts, to discover our history and to show the work of those that fight to increase environmental awareness and to improve the quality of life of the poor communities. It is also good to show the rich a way to stop wasting and not polluting due to greed. Yes, it is very good to help diminishing misery, whether in cities or fields, because it is perverse. It kills mankind and nature. For life to fully exist it is necessary to have pure air, trees, clean water, good health, a job and hope.


And life is in the front-page of this edition, where we show two Indian children in the beautiful waters of Tocantins River, while they celebrate the renaissance of the Avá-Canoeiro tribe. A tribe who was almost extinct by the white man and that, today, has with help of the same white man the force to be born again. But this white “man” has a name and a last name: she is the anthropologist Eliana Granado and her team, supported by Furnas Power Plants. They are responsible for this semi-miracle.
A miracle that sadly still has not reached the Pataxós indians who, as many other indians, along these 500 years, changed their chants of faith and the ceremonies in the Brazilian bushes for moans and pleads for help. This threat will continue, into the next 500 years, that on April 19th – the Day of the Indian – will become only a date to remember those that, one day, had first inhabited the Land of Vera Cruz. 


****


Besides the cover article on indians, we talk about the 500 years, opening with a special article by president Fernando Henrique Cardoso ” Brazil and Sustainable Development ” on page 5.


****


The Amazon, that in the last INPE survey lost 14% more of the forest, is on page 7 and, on page 9, with a general survey on the devastation that Brazil suffered in these 500 years of occupation. A great loss, as Garo Barmaniann of WWF says, a very bad situation but as said in soccer slang, it is possible to turn the table in this second half.


****


Still in this edition, a special article on the Seminary ” Waters – 2000 Quality of Life and Development “, carried out by the Federal Senate, where if it was discussed the use and abuse of water resources in Brazil.


****


My friends, it is very good to enjoy nature and to celebrate life. Without life it is not possible to cheer with the completion of another edition of Folha do Meio and, even less, to hope for mankind to be of truly good will and turn the table this second half for the next 500 years.

Caro Leitor…

24 de março de 2004

  Quando liguei a TV para ver o plantão do noticiário daquela manhã de 11 de setembro, não imaginava que dali a 15 minutos iria ver o pior: como todo o resto do mundo, assistiria, ao vivo e em cores, um segundo Boeing 767 sendo arremessado contra o World Trade Center, meca do capitalismo da… Ver artigo

 


Quando liguei a TV para ver o plantão do noticiário daquela manhã de 11 de setembro, não imaginava que dali a 15 minutos iria ver o pior: como todo o resto do mundo, assistiria, ao vivo e em cores, um segundo Boeing 767 sendo arremessado contra o World Trade Center, meca do capitalismo da maior potência do mundo. Era uma tragédia em cascata: além do grande número de mortos do atentado, havia a imolação de seres humanos, muitos treinados e muitos voluntários, que numa questão de minutos se posicionaram dentro dos prédios para ajudar salvar vidas, mas foram também tragados pela surpresa de um desastre ainda maior: o segundo avião, talvez algumas bombas e o desabamento total das torres gêmeas. Sim, um mutirão de apoio e salvamento sucumbia debaixo da poeira, ferros e concretos. Meu pensamento voou no tempo e no espaço. Aterrissou em Hiroshima, naquele 6 de agosto de 1945. 


Ao visitar Hiroshima, em 1998, me chocou muito saber que além do sacrifício das pessoas atingidas diretamente pela bomba atômica, aquela também era uma tragédia em cascata: imolou seres humanos – muitos treinados e muitos voluntários – que numa questão de horas e dias se dirigiram à cidade para ajudar e salvar vidas, mas foram também tragados pela surpresa de um desastre ainda maior: a até então desconhecida radioatividade que entrava em seus corpos para sempre.


Como as repercussões da primeira bomba atômica jogada sobre alvos humanos ainda não terminaram, também as repercussões dos terríveis e ousados atentados terroristas em solo americano mal começaram. Os milênios passam, mas a violência continua sendo uma realidade banal, a altura de homens comuns, sejam eles assaltantes, guerrilheiros, terroristas, fundamentalistas ou religiosos das cidades, das montanhas ou dos desertos. 


A verdade é que, depois desse trágico dia 11 de setembro de 2001, que nem Hollywood ousou retratar, o sistema político e financeiro do mundo, a globalização, a segurança internacional, as garantias dos Direitos Humanos e as prioridades das nações mudaram irreversivelmente. A única certeza é que a História da humanidade continua sendo escrita e é, inevitavelmente, a soma de tudo que o Homem fez de bem e de mal. 


Valem duas perguntas. Primeira: desde o crime de Caim, passando pelas guerras, pelas ocupações colonialistas na Ásia, América e na África, pelas discriminações raciais, Holocausto, Inquisição, crimes terríveis em nome de Deus e do diabo, bombas atômicas, quantos males poderiam ser evitados? E a segunda pergunta: o homem aprendeu a lição?


•••


Para lembrar o Dia da Árvore e início da Primavera, nada melhor do que um papo bem descontraído com Harri Lorenzi, o botânico que sabe cuidar das plantas na terra e no papel: seu jardim botânico particular e suas belíssimas publicações falam por si. (pág. 5 a 14)


•••


Ecoturismo é o novo nome da paz. Duvida? Leia a matéria (pág. 18 a 23) sobre a Conferência de Ecoturismo em Cuiabá e comprove: onde tem ecoturista tem harmonia, amor e paz.

Caro leitor:

24 de março de 2004

Gostaria de voltar à edição de fevereiro, quando lembrei ao amigo leitor que ética e estética são as duas palavras mágicas que farão a diferença neste novo milênio. Dizia que nas atitudes, ações e até mesmo no mundo material do fazer ou fabricar, só haverá qualidade, ordem, amizade, harmonia e paz, onde houver ética e… Ver artigo

Gostaria de voltar à edição de fevereiro, quando lembrei ao amigo leitor que ética e estética são as duas palavras mágicas que farão a diferença neste novo milênio. Dizia que nas atitudes, ações e até mesmo no mundo material do fazer ou fabricar, só haverá qualidade, ordem, amizade, harmonia e paz, onde houver ética e estética. Pois bem, nessa edição, o tema volta com força total. Volta na bela entrevista que o botânico Guillean Prance deu à jornalista Mariana Barbosa, em Londres, onde ele colocou muito bem: ?A difícil e complexa questão ambiental só será solucionada quando houver uma mudança ética e moral na sociedade?. E mais: ?Temos que envolver todas as religiões do mundo para produzir uma ética que diga que o Homem precisa agir como verdadeiro zelador do planeta Terra?. A entrevista de Ghillean Prance está nas páginas 9, 10, 11 e 12 desta edição e vale a pena ser lida e meditada, pois ela mostra a angústia de um ambientalista sério preocupado com os rumos do egoísmo devastador do ser humano.


***


O tema ética está também na matéria de capa “O racismo na escola”. Por ser um material didático importante nas escolas brasileiras, a Folha do Meio em todas edições de maio – para lembrar a Abolição da Escravatura – coloca a questão negritude, raça e discriminação em pauta. E aproveitando o lançamento do livro editado pelo MEC “Superando o racismo na escola”, organizado pelo professor Kabengele Munanga, tratamos do assunto com dicas para professores e exemplos de preconceitos até nos livros didáticos. Páginas 5, 13 e 14.


***


E a discussão sobre ética, como linguagem desse século, continua e está muito bem explicada pela professora Cosete Ramos, na página 7, onde ela fala sobre o grande desafio deste milênio: justamente a Educação do Caráter. 


***


Voltando, caro leitor, ao que disse no início dessa nossa conversa, veja como a ética está presente em todos os outros temas dessa edição: na página 3 o Prêmio Nobel da Paz, Norman Borlaug, fala dos transgênicos e pede um voto de confiança para os cientistas, pois eles devem ter chance de alimentar o mundo. Logo em seguida, o senador Bernardo Cabral (PFL-AM) clama pela ética das ONGs e chega a propor uma CPI para desmistificar as ONGs picaretas; a discussão em torno do Código Florestal é só uma relação de ética entre a produção e a preservação; e o jornalista Arnaldo Jabor amplia o debate, envolvendo inclusive a ética da imprensa, quando discute o espaço que a mídia dedica aos formadores de opinião egoístas e vazios, ilhados nos muitos castelos de Caras de nossa sociedade.


***


Está aí, amigo leitor, mais uma edição da Folha do Meio. Temos certeza de que a vida só é vivida quando olhamos para trás, mas ela só pode ser entendida quando olhamos para frente. E é olhando para frente que acreditamos que o apelo de Ghillean Prance será atendido: – Procuram-se bons zeladores para o planeta Terra!








SUMMARY


Dear reader:


We would like to remind you of the February edition, when we mentioned to our reading friend that ethics and beauty are the two magic words that will make the difference in this new millennia. We said that in the attitudes, actions and even in the material world of making or manufacturing, there will only be quality, order, friendship, harmony and peace, where there are ethics and beauty. Well, then, in this edition, the theme comes back with full strength. It returns in the beautiful interview that the botanical scientist Guillean Prance gave to the journalist Mariana Barbosa, in London, where he said so truthfully: the difficult and complex environmental issue will only be solved when there is an ethical and moral change in society. And more: ?We have to involve all the religions in the world to produce the necessary ethics that says that mankind needs to act as the true caretaker of planet Earth?. The interview of Ghillean Prance is on pages 9, 10, 11 and 12 of this edition and it is worthwhile to be read and meditated upon, for it shows the anguish of a serious environmentalist worried about the paths of the devastating selfishness of human beings.


***


The theme of ethics is also in the cover story ” Racism in schools “. Since Folha do Meio is an important educational material in Brazilian schools, we will remember the Abolition of Slavery in all May editions, placing the issue of negritude, race and discrimination in our guideline. And by taking the advantage of the release of a book edited by the Ministry of Education and Culture” Surpassing racism in schools “, organized by teacher Kabengele Munanga, we deal with the this subject with tips for teachers and examples of prejudice even in educational books. On pages 5, 13 and 14.


***


The discussion on ethics, as the language for this Century, continues and is well explained by teacher Cosete Ramos, on page 7, where she talks about the great challenge of this millennia: the Education of the Character.


***


We return, dear reader, to what we said in the beginning of this edition, see how ethics is present in all the other themes of this edition: on page 3 the Nobel Peace Prize winner, Norman Borlaug, talks about transgenic products and asks for some trust for scientists, for they must have a possibility of helping feed the world. Soon after that, senator Bernardo Cabral (PFL-AM) pleads for ethics in the NGOs and even considers investigations to demystify some ?fake? NGOs; the quarrel about the Forest Code is just a relation of ethics between production and preservation; journalist Arnaldo Jabor extends the debate, also involving the ethics of the press, by discussing about the space that news dedicates to selfish and shallow opinion makers, who are separated from society inside their many castles.


***


Here is, reading friend, another edition of Folha do Meio. We are certain that life is only lived when we look backwards, but it only can be understood when we look forward. And by looking forward is that we believe that the pleads of Ghillean Prance will be answered: – Good caretakers for planet Earth are needed!

Caro leitor

22 de março de 2004

  Chegamos ao 2001. E o Homem continua sua busca incessante pelo entendimento e pela Paz. Uma busca sem fim! Um caminho cada vez mais difícil. Sonho impossível? Parece. Se no passado esse entendimento e essa Paz eram conquistas por razões humanitárias e por razões éticas, hoje, meus amigos, apesar de ainda valerem as razões… Ver artigo

 


Chegamos ao 2001. E o Homem continua sua busca incessante pelo entendimento e pela Paz. Uma busca sem fim! Um caminho cada vez mais difícil. Sonho impossível? Parece. Se no passado esse entendimento e essa Paz eram conquistas por razões humanitárias e por razões éticas, hoje, meus amigos, apesar de ainda valerem as razões humanitárias e éticas, há uma outra razão fundamental: a da sobrevivência. No Planeta Terra vivem 6 bilhões de seres humanos e outros trilhões de seres animados e inanimados. Qual é o sonho impossível? É que todos vivam em perfeito equilíbrio. Sabemos que a realidade não é bem essa. E, se a vida terrestre é uma corrente, quando se arrebenta um elo, toda corrente pode se romper. O encontro de Estocolmo, em 1972, deu o sinal de alerta. A RIO}92 mostrou que se a degradação continuasse no mesmo ritmo, o caos estava próximo. A RIO+5 e tantos outros encontros, reuniões de cúpulas, Kyoto, agora Haia são esforços dos líderes políticos mundiais na busca de mudança para o padrão de desenvolvimento. 


Mas, como os homens do passado, as nações do presente não se entendem e os gases tóxicos continuam chegando à atmosfera, os recursos naturais continuam sendo dilapidados, a poluição e desperdício da água crescendo e a pobreza aumentando. Solução? Há que ser encontrada, mesmo que a busca pelo entendimento e pela Paz continue sendo um sonho impossível. O relatório do WWF é claro: se todos os 6 bilhões de seres humanos consumirem os recursos naturais e emitirem dióxido de carbono nos mesmos níveis do cidadão médio dos Estados Unidos seriam necessários, pelo menos, mais dois Planetas Terra. Grave? Pior. Está em jogo a sobrevivência.


***


Muita coisa boa e interessante o amigo leitor encontrará ainda nessa edição. Mas, não deixe de ler a entrevista com o sambista, poeta, cientista e zoólogo Paulo Vanzolini, feita pelo cineasta e biólogo Ricardo Dias. Vanzolini fala de Amazônia, de fronteiras, narcotráfico, ONGs e de Exército com a mesma familiaridade com que canta seu grande sucesso musical: Ronda. 


***


Dezembro, mês do nascimento de Jesus, mês do assassinato de Chico Mendes. Aproveitando o trabalho da TV Globo (Fantástico) no quadro “A Hora da Verdade” quando colocou frente a frente Ilzamar Mendes, viúva de Chico Mendes, e seu assassino, Darci Alves, fizemos a reconstituição do programa e ainda fizemos uma entrevista exclusiva com o pai de Darci, também preso, Darli Alves. O que há de comum nisso tudo?


***


Amigo leitor: e assim se foi mais um ano. Para a Folha do Meio é o décimo segundo. Foi muito bom ter seu apoio e receber a força de nossos parceiros anunciantes. A todos um Feliz Natal e que 2001 seja o início da realização desse sonho impossível, pelo qual todos lutamos. Em nome de toda equipe que faz a Folha do Meio Ambiente, o abraço de Silvestre Gorgulho. 






SUMMARY


We have reached the year 2001. And Mankind continues in the endless search for understanding and Peace. A never-ending search! A path each time harder. Is this an impossible Dream? It seems so. If in the past this quest for understanding and Peace was due to humanitarian and ethical reasons, my friends, even though it still is so, there is another main reason: survival. 6 billion human beings live on Planet Earth together with other billions of life forms and non-living forms. So, what is the impossible dream? It is that all may live in perfect equilibrium. We know that our reality is not exactly a perfectly balanced one. And, if life on Earth is a chain, when a link is broken, all chain may break apart. The Stockholm meeting, in 1972, gave the stress signal. RIO}92 showed that if degrading continued in the same pace, chaos was near. RIO+5 and so many other meetings, such as in Kyoto, and now The Hague are efforts from world political leaders in search for changes in the development pattern. 


But, just like mankind in the past, present day nations have not reached an agreement while toxic gases are still affecting the atmosphere, natural resources are still being wasted, pollution and water wastefulness grow and poverty increases. Solution? Must be found, even if the search for understanding and Peace remains an impossible dream. O report from WWF is clear: if all the 6 billion human beings use up natural resources and emit carbon dioxide in the same levels of an average United States citizen it would be necessary, at least, two other planets as Earth. Serious? Worse. Our survival is at stake.


***


Friendly reader, you will find many good and interesting news in this issue. There is an interview with samba musician, poet, scientist e zoologist Paulo Vanzolini, made by filmmaker and biologist Ricardo Dias. Vanzolini talks about the Amazon, borders, drug trafficking, NGOs and the Army with the same ease he sings his great hit: Ronda.


***


December, the month we celebrate the birth of Jesus is also the month we remember the murder of Chico Mendes. Making use of Globo TV (Fantástico News program) on the “A Time for Truth” when Ilzamar Mendes, widow of Chico Mendes, and his murderer, Darci Alves, met face to face, we present a summary of program and also show our exclusive interview the father of Darci, who is also arrested, Darli Alves. What is similar in all of this? 


***


Dear friend: another year has passed. For Folha do Meio it is the twelfth year. It was great having your support and receiving strength from our partner advertisers. To all a Merry Christmas and may 2001 be the beginning of the accomplishment of this impossible, dream that we all strive for. On behalf of all the staff that makes Folha do Meio Ambiente, warm greetings from Silvestre Gorgulho.

Caro leitor

22 de março de 2004

  O homem é o maior poluidor das águas, é o maior destruidor das florestas e é o maior desperdiçador de recursos naturais. Vale até uma contestação: o homem polui, desmata, usa e abusa dos recursos naturais porque ele precisa gerar riqueza para movimentar suas máquinas, para comer, se vestir e buscar seu bem-estar. Ele… Ver artigo

 


O homem é o maior poluidor das águas, é o maior destruidor das florestas e é o maior desperdiçador de recursos naturais. Vale até uma contestação: o homem polui, desmata, usa e abusa dos recursos naturais porque ele precisa gerar riqueza para movimentar suas máquinas, para comer, se vestir e buscar seu bem-estar. Ele precisa viver. Certo e errado. Certo porque, de fato, o homem – como os animais – precisa usar a natureza para viver. Errado porque o homem pode muito bem usar sua inteligência, sua racionalidade para saber usar e saber aproveitar corretamente o que a natureza lhe oferece. 


Vamos a alguns exemplos: o caso das nascentes dos rios. A matéria das páginas 17, 18 e 19 mostra muito bem como o homem se destrói, destruindo os mananciais. No Rio de Janeiro é assim: o rio Ubatiba agoniza, o rio Maracanã agoniza, o Guandu agoniza, as lagoas agonizam, as praias agonizam e até o grande rio Paraíba do Sul agoniza. De quem é a culpa? Em primeiro lugar do cidadão comum, que não faz sua parte. Além de jogar o lixo por toda parte, poluir sem dó nem piedade, não denuncia as grandes empresas poluidoras, não exige mais da fiscalização, não procura votar com os políticos comprometidos com o meio ambiente e não marca cerrado as autoridades que têm obrigação de promover uma gestão adequada dos recursos hídricos. Se o homem usasse 10% de sua energia para fazer, como cidadão, o que faz como torcedor, a natureza estaria salva. Como torcedor ele se une numa torcida organizada, come o pão que o diabo amassou para brigar pelo seu time: cobra dos jogadores, demite técnicos, encosta a diretoria na parede e provoca mudanças. Por que não fazer isso como cidadão para mudar as cidades, melhorar a educação, diminuir a violência e poluir menos? Será que as pessoas não perceberam que a poluição é uma violência que mata silenciosamente, aos poucos, e muito mais do que o crime comum? 


E os exemplos são vários: a questão da degradação do Cerrado, como mostra a reportagem de capa, no estudo que a Unesco acaba de fazer e está nas páginas 11 a 15; veja a questão dos desperdícios. Quando alguém abre uma torneira e tem uma água pura, não pode imaginar os investimentos e o trabalho que a sociedade fez para que isso acontecesse. O desperdício também é uma forma de violência ambiental. E as sujeiras das praias? Esse é o lugar mais democrático do mundo. Na praia vai o rico, o pobre, o saudável, o doente, a criança e o velho. Ficam lado a lado. Se é um lugar de lazer, para que sujar?


Será que o homem, justamente por saber que é um destruidor e um poluidor potencial , não pode usar um pouquinho mais de sua inteligência para entender que quem não protege a natureza, hoje, por amor, vai ter que fazê-lo amanhã pela dor?


Amigo leitor, que nesse novo Milênio a palavra-chave seja ética. Ética com os homens e com a natureza.

Caro leitor

22 de março de 2004

  Quando a ONU escolheu o dia 22 de março para celebrar mundialmente o Dia da Água, com certeza não o fêz motivada pela obra do grande compositor brasileiro Tom Jobim, que – juntando água e março – criou uma das mais belas canções de sua lavra: Águas de Março. Sim, no Brasil as águas… Ver artigo

 

Quando a ONU escolheu o dia 22 de março para celebrar mundialmente o Dia da Água, com certeza não o fêz motivada pela obra do grande compositor brasileiro Tom Jobim, que – juntando água e março – criou uma das mais belas canções de sua lavra: Águas de Março. Sim, no Brasil as águas de março fecham o verão, com promessas de vida em seu coração… Promessas de vida, só? Muito mais, pois o mundo se conscientizou, finalmente, que água é tudo: é promessa, é compromisso e é realidade de vida. E por que a ONU revolveu criar um dia de reflexão sobre os recursos hídricos? Simples, justamente porque a água é o mais importante, o mais estratégico recurso natural que a humanidade dispõe. E o petróleo? Ah!, ninguém, nem o Homem e animal algum, bebe petróleo. Vive-se sem petróleo, mas não vive-se sem água. Daí o dia de reflexão, num tempo em que os conflitos entre pessoas, empresas e países vão longe. Nestas comemorações, a ONU incentiva países, escolas e organismos não governamentais a lembrarem a data com palestras, seminários, teatros e movimentos de cidadania. O objetivo é sensibilizar a população, sobretudo as crianças, para as três vertentes que devem ser debatidas para serem corrigidas: o abuso, os desperdícios e as contaminações das nascentes e dos rios. Essa edição da Folha do Meio é praticamente dedicada à Água. São 18 páginas para falar das formas de poluição – mineração, densidade demográfica, os poços artesianos e os esgotos – e dos esforços para preservar as nascentes e recuperar as matas de galerias e matas ciliares. De todos esses esforços, duas personagens se destacam: as ações do professor Jacy Guimarães, pela educação, conscientizando moradores da área rural no Centro-Oeste, e do empresário Carlos Schneider, pelo capital, comprando nascentes em Santa Catarina para sua coleção. A verdade é que ninguém nasce para ser apenas predador na vida. E, também, ninguém nasce com a cabeça feita só para defender o meio ambiente. Um e outro comportamento vão sendo modelados. A vida se encarrega de ensiná-los aos homens. Para o bem e para o mal.

****

Notícias do Conama – esse é o novo espaço criado pela Folha do Meio para que nossos leitores não só recebam as informações do que já é lei, mas também do andamento dos debates em torno das portarias e resoluções sobre a política ambiental brasileira.

****

Amigo leitor: depois de ler essa edição, vale mirar nos exemplos do professor Jacy e do empresário Schneider e guardar para sempre essas duas lições, que Adélia Prado, num verso magistral, soube tão bem sintetizar: "O que a memória amou, ficou eterno".

Caro Leitor

22 de março de 2004

  Certa vez, conversando sobre biotecnologia com o embaixador de um país da África, se não me engano do Egito, com muita ênfase, ele dizia:  – Como ser contra os transgênicos? Eu vejo um povo com fome, agora! Eu encontro uma soja ou um arroz transgênico mais barato, porque teve menos custo na produção. E… Ver artigo

 

Certa vez, conversando sobre biotecnologia com o embaixador de um país da África, se não me engano do Egito, com muita ênfase, ele dizia: 


– Como ser contra os transgênicos? Eu vejo um povo com fome, agora! Eu encontro uma soja ou um arroz transgênico mais barato, porque teve menos custo na produção. E esses produtos vão matar a fome deste povo, agora! Por que vou ficar discutindo se no futuro esse produto vai dar alergia? O que é pior, a fome agora ou a alergia, se acontecer, no futuro? E o embaixador foi ainda mais enfático ao perguntar: – Por que esse pessoal que é contra os transgênicos não faz campanha, não briga, não patrulha quem usa droga? Essa, sim, faz mal agora, no futuro e sempre! 


Está armada a polêmica. E ela é ainda mais forte quando a voz autorizada do cientista Norman Borlaug – Prêmio Nobel da Paz em 1970 – defendeu num artigo aqui mesmo na Folha do Meio, a chance que os cientistas devem ter de alimentar o mundo. E sua conclusão era dura: – Não pensem, nem por um minuto, que nós vamos construir uma Paz mundial permanente sobre estômagos vazios e miséria humana. 


Não há como fugir desta discussão. Como cientistas ou jornalistas, como cidadãos do Primeiro, do Segundo ou do Terceiro Mundo é hora de fazer um balanço sobre os transgênicos e sobre o que as grandes autoridades científicas estão dizendo. Qualquer ação do Homem, neste mundo de Deus, pode ser para o bem ou para o mal. Pode ser para ajudar a vida ou para apressar a morte. Se os produtos transgênicos estão aí já na segunda geração, por que não divulgar aqueles que vieram para a vida? Por que não conhecê-los, para entendê-los melhor? Nesta edição, vamos apostar numa discussão sadia e promover um levantamento dos produtos transgênicos que realmente trazem benefícios aos consumidores, aos produtores rurais e ao meio ambiente.


Para terminar, amigo leitor, gostaria de lembrar uma conferência de Brian Dyson, ex-presidente da Coca-Cola no Brasil. Ele dizia que temos que imaginar a vida como um jogo, no qual cada um de nós vive fazendo malabarismo com cinco bolas. Essas bolas são: o trabalho, a família, a saúde, os amigos e a alma. O trabalho é uma bola de borracha. Se cair, bate no chão e pula. Mas as outras quatro são frágeis. São de cristal. Se caírem, ficarão danificadas. E aí Dyson mostra como conseguir o equilíbrio na vida, fazendo 12 observações muito interessantes. A décima é a seguinte: Nunca tenha medo de aprender. O conhecimento é leve, é ameno, é um tesouro que se carrega facilmente e ninguém pode roubar. 


Se o amigo leitor quiser ler as outras 11 observações de Dyson, é só ir nesta página, na internet, que as encontrará. <www.folhadomeioambiente.com.br>

Caro Leitor

22 de março de 2004

  A crise energética está aí. Quem não fez o dever de casa? Por isso, não há como começar essa carta, sem lembrar das várias matérias que fizemos no decorrer destes últimos anos sobre uma das importantes questões quando se fala em crise de energia: o descaso ambiental com as nascentes e com os rios… Ver artigo

 


A crise energética está aí. Quem não fez o dever de casa? Por isso, não há como começar essa carta, sem lembrar das várias matérias que fizemos no decorrer destes últimos anos sobre uma das importantes questões quando se fala em crise de energia: o descaso ambiental com as nascentes e com os rios brasileiros. A falta de ações integradas para proteção de mananciais, preservação das bacias hidrográficas e gerenciamento dos recursos hídricos, tudo isso é o responsável final pelo rebaixamento de água nas barragens. Como a matriz energética brasileira é hidrelétrica, fácil tirar a conclusão. E a verdade continua sendo dura: quem não protege hoje, por amor, os mananciais e os rios, vai acabar por fazê-lo pela dor. Se não fizer às claras, vai fazer às escuras. 


***


O mês de maio começa com as comemorações pelo Dia do Trabalho. E a Folha do Meio, em tempo de globalização, mostra as delicadas relações entre trabalho e meio ambiente, emprego e qualidade de vida e o que diz a Agenda 21 a respeito. Por que a terceirização aumentou a produtividade, mas diminuiu a segurança no trabalho.


***


Voltamos aos transgênicos. Dessa feita fomos conversar com o professor Volney Garrafa, da UnB, que nos mostra em sua entrevista o valor da bioética, a única saída para o diálogo e a tolerância. O nó não está na tecnologia, mas no seu controle. 


***


Outro tema que merece uma leitura mais atenta é sobre a exploração de petróleo no estuário do Rio Amazonas, pois as prospecções começaram sem o EIA-RIMA e a deputada Socorro Gomes (PCdoB-PA) advertiu da Tribuna do Congresso: “Há que haver um Programa de Gestão Ambiental Integrado abrangendo toda a área do estuário do Amazonas”. A verdade é que o risco ambiental na região é uma realidade. 


***


Antes de terminar, caro leitor, vamos passear pelas páginas centrais e conhecer o primeiro Parque Nacional do Brasil: o Parque do Itatiaia, um santuário que corre risco pelo grande número de invasões e pelo comércio ilegal do palmito. Como não lembrar do verso de Vinicius de Moraes sobre o Parque do Itatiaia: “Oh! viajante fatigado / Se no teu passo cansado / Aqui vieres pousar / tu voltarás satisfeito / Com risos claros no peito / E calmas santas no olhar!”

Caro Leitor…

22 de março de 2004

    O Brasil comemorou a Semana do Meio Ambiente em tempo de apagão. E esse terrível apagão coloca todos nós diante de um fato concreto, independente do mau planejamento dos responsáveis: chegou a hora de aprender que o individualismo tem que ceder lugar à cooperação, sem a qual é impossível a vida em sociedade…. Ver artigo

 


 


O Brasil comemorou a Semana do Meio Ambiente em tempo de apagão. E esse terrível apagão coloca todos nós diante de um fato concreto, independente do mau planejamento dos responsáveis: chegou a hora de aprender que o individualismo tem que ceder lugar à cooperação, sem a qual é impossível a vida em sociedade. Evidente que a crise de energia vai atingir em cheio a qualidade de vida dos brasileiros, mas ela servirá muito bem para ilustrar quais os limites que a sociedade impõe ao nosso comportamento.


***


Pela via bem clara do apagão, outros temas que envolvem a solidariedade humana, como a defesa do meio ambiente, o combate ao consumismo, o desperdício exacerbado e o combate às drogas podem ser trabalhados (nas escolas e nas famílias) de forma prática, sem descuidar dos princípios fundamentais que regem a vida civilizada. Hoje é apagão da energia, amanhã será o apagão da água. A verdade é uma só: a solidariedade humana é essencial para a felicidade de cada indivíduo. Trazemos amplas matérias sobre como o Brasil comemorou a Semana do Meio Ambiente nas páginas.


***


Outro destaque nessa edição: a questão dos resíduos sólidos e a quantidade de projetos de lei que tramitam na Câmara Federal sobre o tema. São 52 projetos e uma comissão especial de deputados tentando colocar ordem nessa discussão. Não está fácil. Enquanto isso os estados, percebendo a omissão federal, vão legislando e criando suas leis. O emaranhado de leis cresce e o que era para ser simplificado, se complica. A reciclagem não caminha, o desperdício aumenta e os lixões crescem. Vale a pena ler essa matéria que está nas páginas 13 a 17 e que traz, inclusive, o telefone e e-mail dos deputados membros da Comissão Especial.


***


Floresta Amazônica – mais uma vez acende a luz vermelha do desmatamento e o INPE comprova: mais de 15% da maior floresta tropical do mundo já foram devastados. Além de denunciar os municípios que mais desmatam, a reportagem mostra como o modelo de implantação da cultura da soja na Amazônia está baseado em grandes volu-mes de incentivos oficiais. E mostra ainda como os assentamentos para reforma agrária vão abrindo clareiras e deixam o Ibama tão preocupado que vêm aí duas instruções normativas para regularizar as autorizações de desmatamento de pequeno produtor. Página 22 e 23. Na página 24, as alternativas de mercado para produtos verdes.


***


Ao se integrar a todas as comemorações pela Semana do Meio Ambiente, a equipe da Folha do Meio lembra a seus leitores que vale a pena cada um fazer sua parte. A palavra mágica se chama solidariedade, pois vale a pena fazer, mesmo que se possa fazer muito pouco.

Caro Leitor…

22 de março de 2004

  No Brasil é sempre assim: os problemas vão chegando de mansinho e, de repente, viram tragédia. E olha que não é por falta de aviso. Exemplo bem atual e clássico: o apagão. Há muito, os técnicos fazem relatórios, a imprensa repercute e o mundo vai girando normal, até que chega o dia que não… Ver artigo

 


No Brasil é sempre assim: os problemas vão chegando de mansinho e, de repente, viram tragédia. E olha que não é por falta de aviso. Exemplo bem atual e clássico: o apagão. Há muito, os técnicos fazem relatórios, a imprensa repercute e o mundo vai girando normal, até que chega o dia que não dá mais para segurar. Pegos de surpresa, ou não, as autoridades acabam tendo que tomar medidas drásticas: racionam a energia, atropelam direitos constituídos, criam sobretaxas e forçam uma queda no consumo, recolocando na mesa a questão da economia e do desperdício dos recursos naturais.


Motivo de advertência dos técnicos, chegando também de mansinho, outro problema se avizinha e pode acabar virando tragédia, nesta escuridão que é a ganância e a falta de consciência generalizada pela gestão dos recursos hídricos: a preservação dos rios brasileiros. Não existe um rio que passe por qualquer centro urbano que não vire esgoto natural das indústrias e dos habitantes. Os exemplos estão ai aos montes. Só para citar alguns rios até navegáveis: Rio Tietê, rio Paraíba do Sul, rio Uruguai, rio Guaíba, rio Capiberibe, rio das Velhas, rio Grande, rio Canoas e para resumir toda esta triste lembrança, o outrora belo, magestoso e imponente rio São Francisco.


Em 1995 visitei por duas vezes a nascente do São Francisco e bebi sua água cristalina na Casca D}Anta, da Serra da Canastra. Primeiro choque: próximo a São Roque de Minas, no município de Vargem Bonita, uma enorme ferida provocava revolta extrema: 32 garimpos maculavam as águas do Velho Chico com sujeiras várias e o terrível mercúrio. Dizem que dois destes garimpos o Ibama já conseguiu fechar. Deve ser essa a correlação que existe entre os focos de poluição e assoreamento para o que é fiscalizado nos 2.700 km de extensão do rio-símbolo nacional, como o chama o Presidente Fernando Henrique na sua entrevista exclusiva. (páginas 7 a 11) Mas o Presidente FHC, na sua entrevista, vai além do Velho Chico e fala sobre soberania, sobre desenvolvimento sustentável e diz como temos que tirar lições dessa crise de energia.


Mas o leitor pode continuar navegando pelo São Francisco nessa edição e vai encontrar uma ampla reportagem mostrando o mutirão que se arma em Minas e Bahia para revitalizar o Velho Chico, inclusive com o apoio da Unesco. E quem sabe o leitor pode, de alguma forma, também dar sua força para tentar barrar essa insensatez que é o desmatamento das matas ciliares, a pesca predatória, a irrigação desenfreada, o fim das lagoas marginais, os garimpos e tantas outras agressões que estão deixando o Velho Chico senil, triste e à beira da morte. O xará, São Francisco lá do céu, está sempre lembrando: é dando que se recebe. Amém!

Caro Leitor…

22 de março de 2004

  Durante recente congresso de informática, alguém usou um supercomputador para mostrar a explosão de bytes produzidos pelo homem: dos desenhos nas cavernas até 1999, a humanidade produziu cerca de 12 bilhões de gigabytes de informações. Agora bastarão dois anos – 2001 e 2002 – para que se produzam 18 bilhões de gigabytes. É toda… Ver artigo

 


Durante recente congresso de informática, alguém usou um supercomputador para mostrar a explosão de bytes produzidos pelo homem: dos desenhos nas cavernas até 1999, a humanidade produziu cerca de 12 bilhões de gigabytes de informações. Agora bastarão dois anos – 2001 e 2002 – para que se produzam 18 bilhões de gigabytes. É toda a história do homem em menos de 700 dias. É a explosão da informação, devidamente guardada em dados, provocando a explosão do conhecimento. Como a principal coisa na vida é o uso do conhecimento e ter a informação que gera o conhecimento é ter o poder, o homem vai chegando cada vez mais perto dos céus. Faz máquinas que produzem e que destroem, inventa produtos para o bem e para o mal, remédios e venenos, desvenda o mistério da vida, cria plantas e animais, faz dos clones uma realidade que assusta, mexe e remexe com o meio ambiente. Menos de 700 dias significam mais saber do que toda a história da humanidade. Confesso que isto me assusta. Vejo nossas cidades cheias de tecnologias, automóveis de última geração, computadores que ligam cafeteiras e banheiras para chegar em casa e ter as melhores mordomias a tempo e a hora, metrôs velozes, heliportos e resultados das bolsas e das loterias nos painéis eletrônicos. Tudo isso é tecnologia feita de bytes e plásticos. Onde ficarão as praças, os parques, os jardins, as árvores, a vida? Bem diz o professor Ozanan Correia Alencar, jardineiro-mór de Brasília e coordenador do IX Encontro Nacional de Arborização Urbana, a ser realizado em outubro na Capital Federal: o romântico nas cidades não são os shoppings. São os jardins e as flores. Que me perdoem os 18 bilhões gigabytes, mas como seria bom se o homem produzisse menos gigas e mais sorrisos, mais compreensão e mais amor.


Nessa edição, além da entrevista com o professor Ozanan, que fala sobre os segredos da arborização urbana (páginas 7 a 10), temos uma grave denúncia de especulação de terra em Alto Paraíso, na bela Chapada dos Veadeiros, que envolve o deputado federal Michel Temer (páginas 11 a 13); uma aula do professor Raymundo Garrido respondendo 18 perguntas de como funciona a Outorga do direito de uso da água (páginas 23 a 26); e uma belíssima aula de educação holística: estudantes que trocaram os gigabytes das cidades pela experiência de usar a sabedoria dos povos primitivos para descobrir na natureza as pegadas dos animais (páginas 20 a 22). 


Amigo leitor, o homem complica tanto a vida que só vai acabar encontrando a felicidade quando voltar aos primeiros bytes. À sua origem. Simplesmente, rastreando suas próprias pegadas.


Obrigado, SG

Caro leitor…

19 de março de 2004

  Vamos falar de vida. E a vida é o que não falta nas Reservas da Biosfera. É bom saber que o Brasil dá um grande salto na gestão das áreas protegidas, especialmente com a criação das novas reservas criadas. A importância essencial das Reservas da Biosfera é que elas são o elemento que faltava… Ver artigo

 

Vamos falar de vida. E a vida é o que não falta nas Reservas da Biosfera. É bom saber que o Brasil dá um grande salto na gestão das áreas protegidas, especialmente com a criação das novas reservas criadas. A importância essencial das Reservas da Biosfera é que elas são o elemento que faltava ao país, para o seu zoneamento ecológico. Elas nos dão diretrizes corretas, baseadas em critérios científicos, e sobretudo a indicação clara dos corredores ecológicos tão necessários à conservação da biodiversidade. Pensando bem, esse é um exemplo do que pode ser feito não só no Brasil, mas também a nível de América do Sul. A verdade é que ao alcançarmos o zoneamento ecológico do continente, estaremos cumprindo a tarefa de liderança que nos cabe num dos assuntos de importância estratégica para a humanidade. Tudo sobre as Reservas da Biosfera está nas páginas 8 a 12. Vale a pena conhecer bem, para preservar melhor.


****


Dando seqüência a série que prometemos fazer sobre gerenciamento dos Recursos Hídricos, vamos tratar nesta edição de como fazer e para que serve um plano de bacia. A entrevista com Raymundo Garrido, Secretário de Recursos Hídricos do MMA, está nas páginas 25 a 28.


****


E o 2001 tão esperado e cantado vai chegando ao fim, amigo leitor. Dezembro é tempo de balanço, de férias para descansar o espírito e de programar o 2002 que promete chegar com muitas mudanças. Esse final de 2001 está sendo muito trágico para o mundo: atentados terríveis, bioterrorismo, guerra total contra o Alfeganistão e, o que deixa todos mais tristes, a luz no fim do túnel não está fácil de ser vista.


Disso tudo, guardo na lembrança o que aprendi na escola primária, com minha professora D. Maria da Penha Sacramento: “Poder exercido com violência, é difícil de ser exercido por muito tempo”. A História está cheia de exemplos.

Caro Leitor…

19 de março de 2004

  O ser humano evoluiu, criou condições de um viver melhor, ocupou o planeta, expandiu seus domínios para o espaço, enfim, seguiu os ditames dos livros sagrados: cresceu e se multiplicou. Mas, o incrível é que quanto mais o Homem vive, mais a Terra continua sendo uma Torre de Babel. A luta e a coragem… Ver artigo

 


O ser humano evoluiu, criou condições de um viver melhor, ocupou o planeta, expandiu seus domínios para o espaço, enfim, seguiu os ditames dos livros sagrados: cresceu e se multiplicou. Mas, o incrível é que quanto mais o Homem vive, mais a Terra continua sendo uma Torre de Babel. A luta e a coragem fazem um povo nascer e morrer. As disputas fazem com que nações surjam e acabam. A prepotência e a arbitrariedade erguem impérios, mas a História comprova que também os impérios não resistem e fenecem. E quando o Homem perceberá o valor da diversidade e conseguirá conviver harmonicamente com as mais diversas culturas sobre a Terra? E quando todos habitantes da Terra conseguirão dividir sonhos e bens entre si? Definitivamente, para se construir uma Paz duradoura, o Homem tem que aprender muito. Tem que entender que a magnanimidade e a bondade têm que ser maior do que a mesquinhez, a ousadia e a bravura. Tem que compreender que os novos tempos devem ser de tolerância e não de coragem.


****


Justamente para entender o valor da paciência e da civilidade sobre a soberba e a maldade, em relação à Terra e aos Homens, é que vale a pena ter um momento de reflexão, lendo a entrevista de Leonardo Boff nesta edição da Folha do Meio. Autor de mais de 60 livros sobre a Teologia de Libertação, Ecologia e Desenvolvimento Sustentável, o último deles “O Casamento entre o Céu e a Terra”, o teólogo e escritor Leonardo Boff apresenta sua visão holística e conclama pela harmonia entre habitantes deste mundo. “O consenso deve ser para a Paz e não para a Guerra”, lembra Boff e alerta: ou mudamos o padrão de desenvolvimento ou morreremos todos, como aconteceu com os dinossauros.


****


Soltos nas matas, os pássaros alegram e enfeitam a natureza. Cantam e encantam os homens. Por isso há quem os ame e cria grupos, organizando clubes e associações para melhor curtir esta maravilha de animais que desperta cada vez mais o interesse de observadores. Além do prazer, esta atividade esportiva de Ecoturismo também favorece a formação de uma consciência ecológica. Outubro é comemorado pelos 80 milhões de “Birdwatchers” (Observadores de Pássaros) como o mês das aves. Vamos conhecer um pouco mais esta atividade, aprendendo observar, identificar e curtir as aves.


Está aí mais um edição da Folha do Meio e, ao lê-la, amigo leitor, devemos entender que a vida é precisamente como os pássaros. Pode ser cheia de cor, mas pode ser também escura, pode ser grande ou pequena, pode ser de uma riqueza deslumbrante ou de uma pobreza atroz, pode ter um cantar alegre ou triste, mas a vida é precisamente como uma ave: passa voando.

Caro leitor…

15 de março de 2004

  Como na canção, todo o ano começa e termina sempre igual: com um pouco de pesar pelo que não aconteceu de bom, com muitos agradecimentos pelo que ele nos trouxe de conquistas e sempre com muita expectativa de sorte e saúde pelo novo tempo que se aproxima. Pelo menos por um minuto, romper um… Ver artigo

 


Como na canção, todo o ano começa e termina sempre igual: com um pouco de pesar pelo que não aconteceu de bom, com muitos agradecimentos pelo que ele nos trouxe de conquistas e sempre com muita expectativa de sorte e saúde pelo novo tempo que se aproxima. Pelo menos por um minuto, romper um novo ano significa fortalecer nossa fé, refazer nossos sonhos e realimentar nossas crenças. A verdade é que um novo ano não pode significar apenas um caminho novo. Tem que significar, sobretudo, um novo jeito de caminhar. Sem muita pressa, mas também sem perder tempo. E acendendo os faróis na marcha a ré de 2002, a gente pode tirar pelo menos uma grande lição.


Não há como deixar de valorizar o maior espetáculo de democracia deste planeta que aconteceu em terras brasileiras: as eleições de outubro. Uma eleição que elegeu um nordestino pobre, que adentrou a metrópole de São Paulo num pau-de-arara e que com muito esforço e muita luta venceu na vida. Vencer na vida é pouco. Fez História. O metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva provou que com determinação, honestidade e bom senso se pode ganhar uma revolução. Sem uma gota de sangue derramada. Eis a lição: Lula fundou um partido e fez deste partido um exército de paz. Por três vezes tentou ganhar uma eleição. Por três vezes perdeu. Não recuou. De cada eleição perdida, fez um aprendizado diferente. Manteve seu exército unido para, na quarta tentativa, atravessar o Rubicão. O povo escolheu um líder e esse líder soube construir uma vitória. E a vitória chegou para ganhar o poder de uma nação de quase 200 milhões de habitantes, que tem a oitava economia do mundo. Terrorismo, guerrilha, atentados? Não! Pela força das armas, não! Um brasileiro simples, trabalhador e que veio da pobreza dá a grande lição ao mundo: com fé, honestidade, perseverança, ideal, muita conversa, entendimento e muita paciência se pode se pode tomar o poder. Quantos países, nos cinco continentes, inclusive vizinhos aqui, se digladiam, se matam, dizimam sua juventude num mar de sangue para não chegar a lugar nenhum? Quantos países, os exemplos estão aí, as mudanças no poder são provocadas por guerras, guerrilhas e atentados e eles acabam vivendo num rodízio de conflitos? Se Nelson Mandela deu, ao mundo, o exemplo do século, Lula deu o exemplo da década.


A grande lição que fica deste 2002, vem justamente de Luiz Inácio Lula da Silva e de sua nova ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. É tão simples, amigo leitor, como o vôo de uma sabiá: os homens seriam mais felizes, mais de bem com a vida, primeiro, se não julgassem tantas coisas impossíveis; e, segundo, se lutassem mais no campo das idéias e menos no campo de batalhas. Ganhar o poder no abraço significa não perdê-lo, depois, no laço.
Obrigado por estarmos juntos em 2002. Um Feliz Natal e muitas bênçãos para 2003.SG

Caro leitor…

15 de março de 2004

  Em primeiro lugar, amigo leitor, gostaria de compartilhar com você nossa alegria. Minha, pessoal, e de centenas de jornalistas que nestes quase 14 anos passaram aqui pela redação da Folha do Meio Ambiente. Dia 19 de novembro fui a Belo Horizonte para participar do Imprensa Verde 2, ou como queiram, o Green Press 2…. Ver artigo

 


Em primeiro lugar, amigo leitor, gostaria de compartilhar com você nossa alegria. Minha, pessoal, e de centenas de jornalistas que nestes quase 14 anos passaram aqui pela redação da Folha do Meio Ambiente. Dia 19 de novembro fui a Belo Horizonte para participar do Imprensa Verde 2, ou como queiram, o Green Press 2. Há dez anos, em maio de 1992, foi realizado o primeiro encontro, também em Belo Horizonte: o Green Press 1, um mês antes da RIO}92. Foi prestigiadíssimo. Patrocinado pela ONU, governos e entidades internacionais contou com a presença de profissionais de 30 países. Foram cinco dias de debates. A inscrição foi paga: 80 dólares para jornalistas, 60 dólares para estudantes e 130 dólares para não-jornalistas. Preço que não espantou os interessados: vieram 250 jornalistas do exterior, num comparecimento total de mais de 1.000 participantes. Parecia ser esse o alto preço a pagar para entrar na onda verde do momento. Afinal de contas, a grande mídia começava a se preparar para ter uma editoria de meio ambiente. Mais: alguns jornais, como o Jornal do Brasil, iria publicar uma edição diária sobre ecologia, durante a RIO}92, em inglês. Pois bem, o Green Press 1 foi sucesso de público, de conteúdo e de recomendações, tendo publicado inclusive a Carta de Belo Horizonte.


E como foi o Imprensa Verde 2 ou Green Press 2? Bem, para começar teve poucos patrocinadores. Nenhum de nível internacional. Em segundo lugar, apesar das inscrições serem gratuitas, compareceram menos de 200 pessoas. E em terceiro lugar, a grande mídia ignorou o segundo encontro redondamente. Foi realizado graças exclusivamente à sensibilidade do ministro José Carlos Carvalho, de sua assessora Eliana Lucena e ao altruísmo militante de dois jornalistas: Hiran Firmino e Américo Antunes. E o que teve o segundo encontro melhor que o primeiro? Muita coisa. O Imprensa Verde 2 mostrou alguns pontos fundamentais: primeiro que o jornalismo ambiental nasceu e é uma realidade que está conquistando desde estudantes até profissionais consagrados, independente de ONU, de governos e até de uma certa aleivosia da própria grande mídia. Longe do modismo daquele primeiro momento, hoje esse é um jornalismo consciencioso e bastante aguerrido. E vale lembrar ainda: é um jornalismo que madurece ao sabor da melhor das emoções: amor à natureza, ao Homem e à vida.
Ah! esqueci, amigo leitor, de dizer porque gostaria de compartilhar nossa alegria. Simples, nossa alegria está na página 14 e 15 desta edição. Justamente por ter a Folha do Meio Ambiente participado (era o único jornal ambiental na época) e divulgado o Green Press 1, em 1992, e ter participado e estar divulgando o Green Press 2, agora em 2002. É a alegria de ter dado passos pioneiros, firmes e corajosos há mais de uma década.
E para selar nossa alegria ao despedir, um recado em poesia, de Soares da Cunha, aos consumistas inveterados:


Se o mundo pudesses ter,
Nem ele te bastaria,
Pois nada é capaz de encher
Quem tem a alma vazia.


Obrigado,SG

Caro leitor…

15 de março de 2004

  Lula aqui e Sabiá lá. Ambos chegaram ao poder. Lula, aqui, tem a responsabilidade dos milhões de votos que recebeu e não pode frustrar um eleitorado que pediu mudanças, mas sinalizou que não abre mão da harmonia e da paz. O Sabiá, lá, por decreto assinado por Fernando Henrique Cardoso foi oficializado como a… Ver artigo

 


Lula aqui e Sabiá lá. Ambos chegaram ao poder. Lula, aqui, tem a responsabilidade dos milhões de votos que recebeu e não pode frustrar um eleitorado que pediu mudanças, mas sinalizou que não abre mão da harmonia e da paz. O Sabiá, lá, por decreto assinado por Fernando Henrique Cardoso foi oficializado como a Ave Nacional. Dois símbolos de um Brasil que busca obstinadamente representar uma nação livre, respeitada e justa. Lula, presidente da República, é agora o todo poderoso que pode alavancar ou derrubar mercados e que pode realizar ou destruir sonhos. Mais modesto, o Sabiá quer apenas ser livre para habitar as matas e quintais das casas brasileiras e para, com seu canto, continuar inspirando nossos compositores e poetas. Lula está aqui. E Sabiá está lá.


Por falar em símbolo, um outro símbolo brasileiro pede socorro: o Pau-Brasil. O escritor Eduardo Bueno lançou o belíssimo livro Pau Brasil e resgata um momento crucial do nosso passado: o ciclo econômico do Pau-Brasil, uma riqueza que sempre foi nossa e nunca pôde ser nossa. A árvore-símbolo brasileira que agoniza.


Nesta edição tratamos de um dos mais importantes temas para a saúde do homem: a qualidade dos alimentos. Antes, o homem comia o que plantava. No máximo, o que o vizinho plantava. Hoje, o pão nosso de cada dia percorre uma cascata invisível de transformações: os alimentos têm nomes sofisticados, estão expostos em embalagens mais sofisticadas ainda, vêm de lugares inimagináveis, são manipulados na colheita e na industrialização e são expostos com todo charme e apelo de marketing nas gôndolas de supermercados. Mais: a globalização está profundamente presente na questão dos alimentos. Como monitorar a qualidade das frutas, do leite, da carne, das bebidas e dos hortigranjeiros? Em tempo de tanta violência, não seria oportuno pensar também na segurança alimentar? Por ocasião das comemorações do Dia da Alimentação, a Folha do Meio Ambiente aborda os esforços dos pesquisadores brasileiros no sentido de garantir o contínuo melhoramento da qualidade e da oferta de alimentos.


Sabiá, Pau-Brasil e tantas outras espécies de nossa flora e fauna que se vão. Passados 502 anos, continuamos sem valorizar essa dádiva que Deus nos deu, a exuberante biodiversidade de nossas florestas. A partir desta edição, em parceria com a Renctas, a Folha do Meio passa a divulgar sistematicamente a grande luta para acabar com o terrível tráfico de animais silvestres que explora os mais pobres, enriquece os intermediários e dizima nossas mais belas mostras de pássaros e bichos.


E, em nome da nossa biodiversidade, deixo para o amigo leitor essa beleza de trova do Soares da Cunha:


Qual menino sonhador
Eu fico às vezes pensando
Que a borboleta é uma flor
Que gosta de andar voando…


SG

Caro leitor

15 de março de 2004

Cada conferência, cada encontro e cada workshop – sejam eles promovidos pelas Nações Unidas ou patrocinados por um simples município do mais pobre país do mundo – cumpre um papel importante na mudança dos padrões de desenvolvimento da sociedade. Mais do que um simples seminário ou um grande evento de estudos sócioeconômico-ambientais, cada discussão é… Ver artigo









Cada conferência, cada encontro e cada workshop – sejam eles promovidos pelas Nações Unidas ou patrocinados por um simples município do mais pobre país do mundo – cumpre um papel importante na mudança dos padrões de desenvolvimento da sociedade. Mais do que um simples seminário ou um grande evento de estudos sócioeconômico-ambientais, cada discussão é parte de um processo contínuo de aprendizado e de aperfeiçoamento pelos diversos setores de atividades na busca de corrigir rumos, buscar opções saudáveis e viáveis para um novo padrão de desenvolvimento. Como? Conscientizando, minimizando os desperdícios, supervalorizando os recursos naturais, promovendo o reuso e a reciclagem da matéria-prima, introduzindo práticas de correção das distorções que agridem a biosfera, desenvolvendo tecnologias limpas e criando alternativas de financiamento, através do crédito e benefícios fiscais, para o desempenho industrial e comercial vantajoso na relação com o meio ambiente.



E a Conferência Mundial de Johannesburgo 2002 se situa neste conceito. É mais uma oportunidade para os humanos repensarem sua ocupação no planeta Terra. Por quê? Simplesmente porque o sucesso fantástico do desenvolvimento científico-tecnológico dos humanos como raça significa, infelizmente, o insucesso fantástico de todos os outros tipos de vida – animal, mineral e vegetal – sobre a Terra. O homem se revelou o maior beneficiário, o maior explorador e o maior predador dos recursos naturais do planeta. Gostaria de lembrar aqui o escritor Carl Sagan, quando ele muito bem diz que a Terra é uma anomalia.
“Em todo o sistema solar, ao que se saiba, é o único planeta habitado. Nós, humanos, somos uma, entre milhões de espécies que vivem num mundo em florescência, transbordando vida. No entanto, a maioria das espécies que existiram não existem mais.
Depois de prosperarem por 180 milhões de anos, os dinossauros foram extintos. Todos, sem exceção. Não sobrou nenhum. Nenhuma espécie tem garantido seu lugar neste planeta. E estamos aqui há apenas 1 milhão de anos, nós, a primeira espécie que projetou os meios de sua autodestruição.



Somos raros e preciosos porque estamos vivos, porque podemos pensar dentro de nossas possibilidades. Temos o privilégio de influenciar e talvez, controlar o nosso futuro. Acredito que temos a obrigação de lutar pela vida na Terra – não apenas por nós mesmos, mas por todos aqueles, humanos e de outras espécies, que vieram antes de nós e a quem devemos favores. E por todos aqueles que, se formos inteligentes, virão depois de nós.



Não há nenhuma causa mais inteligente, nenhuma tarefa mais apropriada do que proteger o futuro de nossa espécie.
Quase todos os nossos problemas são provocados por nós mesmos e podem ser resolvidos por nós mesmos. Nenhuma convenção social, nenhum sistema político, nenhuma hipótese econômica e nenhum dogma religioso é mais importante.”
Para concluir, vale dizer: se a Terra é única e é uma anomalia, tenho certeza que é uma anomalia para o bem e para a vida. Que nossa passagem por ela seja também uma anomalia para o bem e para a vida. Amém!

Caro leitor

15 de março de 2004

  Cada conferência, cada encontro e cada workshop – sejam eles promovidos pelas Nações Unidas ou patrocinados por um simples município do mais pobre país do mundo – cumpre um papel importante na mudança dos padrões de desenvolvimento da sociedade. Mais do que um simples seminário ou um grande evento de estudos sócioeconômico-ambientais, cada discussão… Ver artigo








 



Cada conferência, cada encontro e cada workshop – sejam eles promovidos pelas Nações Unidas ou patrocinados por um simples município do mais pobre país do mundo – cumpre um papel importante na mudança dos padrões de desenvolvimento da sociedade. Mais do que um simples seminário ou um grande evento de estudos sócioeconômico-ambientais, cada discussão é parte de um processo contínuo de aprendizado e de aperfeiçoamento pelos diversos setores de atividades na busca de corrigir rumos, buscar opções saudáveis e viáveis para um novo padrão de desenvolvimento. Como? Conscientizando, minimizando os desperdícios, supervalorizando os recursos naturais, promovendo o reuso e a reciclagem da matéria-prima, introduzindo práticas de correção das distorções que agridem a biosfera, desenvolvendo tecnologias limpas e criando alternativas de financiamento, através do crédito e benefícios fiscais, para o desempenho industrial e comercial vantajoso na relação com o meio ambiente.



E a Conferência Mundial de Johannesburgo 2002 se situa neste conceito. É mais uma oportunidade para os humanos repensarem sua ocupação no planeta Terra. Por quê? Simplesmente porque o sucesso fantástico do desenvolvimento científico-tecnológico dos humanos como raça significa, infelizmente, o insucesso fantástico de todos os outros tipos de vida – animal, mineral e vegetal – sobre a Terra. O homem se revelou o maior beneficiário, o maior explorador e o maior predador dos recursos naturais do planeta. Gostaria de lembrar aqui o escritor Carl Sagan, quando ele muito bem diz que a Terra é uma anomalia.
“Em todo o sistema solar, ao que se saiba, é o único planeta habitado. Nós, humanos, somos uma, entre milhões de espécies que vivem num mundo em florescência, transbordando vida. No entanto, a maioria das espécies que existiram não existem mais.
Depois de prosperarem por 180 milhões de anos, os dinossauros foram extintos. Todos, sem exceção. Não sobrou nenhum. Nenhuma espécie tem garantido seu lugar neste planeta. E estamos aqui há apenas 1 milhão de anos, nós, a primeira espécie que projetou os meios de sua autodestruição.



Somos raros e preciosos porque estamos vivos, porque podemos pensar dentro de nossas possibilidades. Temos o privilégio de influenciar e talvez, controlar o nosso futuro. Acredito que temos a obrigação de lutar pela vida na Terra – não apenas por nós mesmos, mas por todos aqueles, humanos e de outras espécies, que vieram antes de nós e a quem devemos favores. E por todos aqueles que, se formos inteligentes, virão depois de nós.



Não há nenhuma causa mais inteligente, nenhuma tarefa mais apropriada do que proteger o futuro de nossa espécie.
Quase todos os nossos problemas são provocados por nós mesmos e podem ser resolvidos por nós mesmos. Nenhuma convenção social, nenhum sistema político, nenhuma hipótese econômica e nenhum dogma religioso é mais importante.”
Para concluir, vale dizer: se a Terra é única e é uma anomalia, tenho certeza que é uma anomalia para o bem e para a vida. Que nossa passagem por ela seja também uma anomalia para o bem e para a vida. Amém!

Caro leitor

15 de março de 2004

Há 13 anos saiu a primeira edição da Folha do Meio. E, nesse tempo, todo mês de junho fazemos uma cobertura mais ampla sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente. Aliás, a sociedade encampou tão bem essa iniciativa da ONU e fez desta data um ponto de reflexão tão importante nas escolas, nos governos e… Ver artigo






Há 13 anos saiu a primeira edição da Folha do Meio. E, nesse tempo, todo mês de junho fazemos uma cobertura mais ampla sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente. Aliás, a sociedade encampou tão bem essa iniciativa da ONU e fez desta data um ponto de reflexão tão importante nas escolas, nos governos e nas empresas que as comemorações passaram a ser feitas durante toda a semana. Em muitos lugares, durante todo o mês. Antes, a data era lembrada apenas por governos e escolas, hoje a iniciativa privada, indústrias e empresas, também aderiram a esta reflexão, como podemos ver na reportagem principal desta edição.

Todo este movimento ambiental e toda esta luta pela melhoria da qualidade de vida têm desafios fantásticos pela frente. O primeiro deles é evidente e agride a consciência humana: erradicação da pobreza. O sucesso do homem como povo, como gente, como um ser racional que consegue desvendar segredos da vida, viajar pelo espaço e vencer doenças cria dois gravíssimos problemas: o primeiro é que essas vitórias da raça humana beneficiam apenas uma minoria, uma a elite da raça humana; segundo é que na vitória do bem-estar, o homem acaba usando e abusando dos recursos naturais e prejudicando muitas outras formas de vida do planeta.

Foi justamente no início da Semana do Meio Ambiente que, aqui no Brasil, tivemos a terrível notícia da morte de um jornalista que investigava e tornava público as mazelas de nossa sociedade. A ausência do Estado, o aumento da pobreza, a corrupção desenfreada, a droga, a péssima atuação dos políticos e a consagração da lei do mais forte foram as causas da morte do repórter Tim Lopes e de muitos outros inocentes. Aliás, todos estes motivos acabaram consagrando três verdades:

Primeira: os bandidos, os traficantes e os corruptos temem muito mais o jornalismo investigativo, do que a polícia e a justiça. 

Segunda: a imprensa é a última taboa de salvação dos excluídos, dos oprimidos e dos injustiçados.

Terceira: no vácuo da inércia, da omissão e da impunidade do Estado, os jornais e as televisões sérias ocupam o único espaço na defesa dos direitos humanos e da cidadania.

E essas três verdades fizeram do repórter investigativo Arcanjo Antonino Lopes do Nascimento – Tim Lopes – o mais novo mártir do crime ambiental organizado no Brasil. Quem matou Tim Lopes e quem continua matando muitos outros inocentes anônimos é o tráfico, braço armado da pobreza, da corrupção, da droga, da falta de saneamento, do desemprego e da omissão do Estado. A sociedade continua sendo a grande responsável pelos criminosos que tem. A mudança pode vir em duas formas de participação política: pela luta armada ou pelo voto. Acho que pelo voto é menos doloroso e mais civilizado. E esse é ano de eleições no Brasil, portanto é hora de fazer um bom uso do voto. 

Como dizia sabiamente Arnold Toynbee, o maior castigo para aqueles que não gostam de política, que não se preocupam com seu voto, é saber que um dia serão governados por aqueles que gostam muito da política, fazendo da busca do voto uma profissão.

Caro Leitor…

15 de março de 2004

  Abro esta carta mostrando a importância de se ter um espaço que seja realmente participativo na sociedade organizada. Esse é o cerne da democracia. Nada mais salutar do que discutir, debater, votar e vencer a maioria. Está aí o segredo que facilita a vida em sociedade. Miramos no exemplo do Congresso Nacional. Existem problemas,… Ver artigo

 


Abro esta carta mostrando a importância de se ter um espaço que seja realmente participativo na sociedade organizada. Esse é o cerne da democracia. Nada mais salutar do que discutir, debater, votar e vencer a maioria. Está aí o segredo que facilita a vida em sociedade. Miramos no exemplo do Congresso Nacional. Existem problemas, existem parlamentares que se vendem por interesses escusos, existem posições até anti-democráticas, mas são justamente as posições conflitantes e sua divulgação aberta pela imprensa livre que fazem do Congresso Nacional a Casa da Democracia.


Mas o ponto que quero chegar é o caso do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Tanto na iniciativa privada como no serviço público, há que se compreender a importância dos espaços participativos de decisão. Há uns quatro anos, escrevi aqui mesmo na Folha do Meio um texto que virou referência “Os 7 pecados capitais do Conama”, onde eu mostrava o esvaziamento político e técnico do órgão. Não tanto pelo meu artigo e mais pela situação real que vivia o conselho, houve uma tomada de posição e o renascimento do Conama. A diretoria executiva do novo conselho facilitou a comunicação. Buscou dissolver resistências e articulou os interesses dos dirigentes, para que o Conama fosse ao mesmo tempo democrático e produtivo. Aqui vai um tento para o ex-ministro José Sarney Filho, para o secretário-executivo (hoje ministro) José Carlos Carvalho e para o homem que promoveu essa revolução competente e silenciosa: Maurício Andrés, que está deixando a Diretoria Executiva do Conama para assumir um posto na ANA. Veja nas páginas 30 e 31 a nova estrutura que tornou o Conama democrático e produtivo.


****


A Amazônia está bem representada nesta edição de maio. O lado bom: a secretária Mary Alegretti debate durante quatro horas com parlamentares sobre as ações do governo na Amazônia e abre o jogo: há que ter mais coordenação nas políticas governamentais para a região e até hoje não foi feito um debate mais sério sobre a agência que substituiu Sudam. Páginas 24 e 25. O lado ruim: madeireiras fantasmas estão desmatando a floresta. Páginas 26 e 27


****


Ainda nesta edição temos outro assunto muito importante: como a cidade de Johannesburgo se prepara para receber cerca de 65 mil participantes da RIO+10 e mais de 10 mil jornalistas. Detalhes sobre as conferências, locais dos encontros, dicas para os visitantes, shows e até os problemas potenciais que podem acontecer. Páginas 12 e 13.


 ****


Enfim, mais uma edição está na rua e começamos a preparar a edição do Dia Mundial do Meio Ambiente que coincide também com o aniversário da Folha do Meio: são 13 anos percorridos. A primeira edição saiu em junho de 1989. Que o treze da sorte nos ajude a vencer tantos obstáculos e nos dê ânimo para continuar nesta luta. Aos amigos leitores e às empresas anunciantes, a equipe da Folha do Meio agradece pelo apoio e pela força.

Caro Leitor…

15 de março de 2004

  Confesso que fechei esta edição com gosto. Quatro temas em quatro reportagens distintas valem uma leitura mais atenta. A primeira é sobre a comemoração maior deste mês: o Dia do Índio. Há doze anos, todos os meses de abril, temos discutido e escrito sobre a realidade indígena brasileira. Uma realidade ampla, complexa, aberta em… Ver artigo

 


Confesso que fechei esta edição com gosto. Quatro temas em quatro reportagens distintas valem uma leitura mais atenta. A primeira é sobre a comemoração maior deste mês: o Dia do Índio. Há doze anos, todos os meses de abril, temos discutido e escrito sobre a realidade indígena brasileira. Uma realidade ampla, complexa, aberta em vários cenários e em vários estágios. Enquanto tem muito índio querendo apito, tem muitos outros querendo diploma universitário. Querendo o conseguindo. Para comemorar esta Semana do Índio, trabalhamos no patamar do futuro. No patamar da esperança: estamos discutindo o índio universitário, o índio empresário do turismo, o índio artesão e, sobretudo, o índio resgatado pela igreja na Campanha da Fraternidade 2002: é possível a terra sem males, onde aconteça a plena libertação e a justiça, amém! (páginas 7 a 12).


O segundo tema importante é a entrevista com o ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho. O novo ministro abriu a alma e usou de sua capacidade e inteligência para colocar na mesa um debate atual e certeiro sobre a política ambiental: o Brasil já lançou todos os comandos e ações para implementar um verdadeiro desenvolvimento sustentável. Agora chegou a hora de buscar a participação efetiva da sociedade e de fazer mudanças na política tributária e de crédito, para favorecer as indústrias ecologicamente corretas. O desafio está lançado. Vale a pena conferir nas páginas 13, 14, 15 e 16)


O terceiro tema que gostaria de salientar ao amigo leitor é sobre o encontro ocorrido no BNDES, no Rio de Janeiro, em que, alto e bom som, os banqueiros deram a mão à palmatória: ninguém mais escapa da responsabilidade social e ambiental. A pergunta continua sem resposta: como os bancos vão incorporar a temática ambiental em suas negociações financeiras? A resposta do sociólogo Rubens César Fernandes é dura: o sistema de micro-créditos, para o setor financeiro, no mundo inteiro ainda é um playground de crianças! Todo o debate está nas páginas 18 e 19.


Por fim, uma luz no fim do túnel: empresas descobriram que é uma boa ser parceiros do Ibama para promover educação ambiental, repovoar os rios e recuperar as matas ciliares. Isso no Paraná. Talvez outros estados podem imitar esta iniciativa. Unir responsabilidade social à capacidade técnica, muitas vezes é só uma questão de oportunidade (Páginas 20 e 21). Caro leitor, o Cláudio A. Silva, autor da matéria, fez muito bem em me relembrar que “quem é belo, é belo aos olhos. E basta! Mas quem é bom, é subitamente belo”. A natureza é bela, mas precisa da bondade do homem para continuar bela.

Caro Leitor…

15 de março de 2004

  Quando as coisas não vão bem numa grande empresa, quando a empresa não consegue alcançar seus objetivos, os acionistas se reúnem e trocam a diretoria. É questão de sobrevivência no mercado, uma arena em que quem não tem competência não se estabelece. Assim também deveria funcionar nos municípios. Quando as contas não batem, quando… Ver artigo

 

Quando as coisas não vão bem numa grande empresa, quando a empresa não consegue alcançar seus objetivos, os acionistas se reúnem e trocam a diretoria. É questão de sobrevivência no mercado, uma arena em que quem não tem competência não se estabelece.

Assim também deveria funcionar nos municípios. Quando as contas não batem, quando os funcionários públicos não recebem, quando o lixo se espalha pelas ruas, quando falta o saneamento básico, quando os rios e lagos são poluídos, quando as áreas verdes, as florestas e os parques não são cuidados também chegou a hora dos cidadãos se reunirem para mudar a administração. E como mudar uma administração de uma cidade? Pelo voto. Quando se escolhe um prefeito ou um governador, se escolhe também a qualidade de vida que se quer ter.

E o que acontece hoje na grandíssima maioria dos municípios brasileiros? Os prefeitos são escolhidos para fazer uma política partidária, clientelista e muitas vezes um populismo barato. Muitas vezes, vão administrar uma cidade e não conseguem administrar a própria empresa, a própria família e nem a própria vida. São totalmente descompromissados com as questões mais importantes como o orçamento, o plano diretor e as questões ambientais.

Esquecem que a violência ambiental mata muito mais do que a violência comum. E as provas estão aí: mais de 70% das pessoas que procuram os hospitais, têm como causa a poluição da água, a falta de saneamento.

Está aí a epidemia da dengue. As conseqüências todos sabem, mas quando vão combater definitivamente as causas? Não basta colocar a culpa na comunidade, pois o que falta mesmo é gerência na condução dos serviços públicos: falta de controle sanitário, falta de gerenciamento ambiental das cidades e falta vontade política para resolver o problema.

Culpar apenas a falta de recursos é passar um atestado de incompetência. Um administrador tem que ser criativo, tem que saber como e onde buscar recursos, tem que saber fazer uma mobilização da comunidade para melhorar a educação, melhorar a saúde e melhorar a qualidade de vida. A RIO}92 definiu muito bem: o bom administrador pensa globalmente, mas age localmente. A dengue está aí para comprovar.

****

A preservação dos recursos hídricos e o uso inteligente da água está na ordem do dia. É tema de debates, reuniões e encontros, sobretudo agora em março, pelo Dia Mundial da Água. Em abril, a Unesco lançará dois livros sobre o tema, que prometem reacender o debate em torno do desenvolvimento sustentado e da gestão dos recursos hídricos. Vale a pena conferir a reportagem especial sobre água.