Gente do Meio

5 de março de 2004

  Eliana Granado, Anjo da Guarda dos Avá-Canoeiro Eliana Granado é antropóloga e desde 1986 vem desenvolvendo trabalhos junto a populações indígenas, especialmente os Avá-Canoeiro, índios do tronco Tupi que estão ameaçados de extinção.  Trabalhava na FUNAI, quando, em 1993, foi chamada para integrar a equipe do Departamento de Meio Ambiente de FURNAS e coordenar… Ver artigo

 

Eliana Granado, Anjo da Guarda dos Avá-Canoeiro

Eliana Granado é antropóloga e desde 1986 vem desenvolvendo trabalhos junto a populações indígenas, especialmente os Avá-Canoeiro, índios do tronco Tupi que estão ameaçados de extinção. 

Trabalhava na FUNAI, quando, em 1993, foi chamada para integrar a equipe do Departamento de Meio Ambiente de FURNAS e coordenar o programa ambiental "Gestão da Questão Indígena" referente à Usina Serra da Mesa, que estava sendo construída em Goiás. 

Um convênio com a FUNAI estabeleceu a forma de compensação aos índios pelas interferências decorrentes do empreendimento e Furnas assumiu a responsabilidade social para com esse grupo indígena. A partir daí, Eliana aposta na possibilidade de reconstituição do grupo. Participa diretamente na condução dos trabalhos de localização e contato dos índios Avá, que continuam isolados, e nos programas relacionados à saúde dos índios, à demarcação de suas terras, à fiscalização e proteção do meio ambiente, à educação bilingüe, à auto-sustentação e outros. 

“Sinto-me privilegiada por conhecer e conviver com os Avá-Canoeiro. Estou sempre aprendendo com eles”, costuma dizer Eliana Granado.

Fernando Fonseca
Um olhar sobre o Paranoá

Criado com o objetivo de equilibrar a umidade do ar, para recreação e paisagismo, o Lago Paranoá foi uma das primeiras obras da nova capital. As obras de represamento do rio Paranoá tiveram início em 1956, ficando concluídas em 59. Só em 1961 o Lago Paranoá abraçou toda cidade, alcançando a cota 1.000, formando um espelho d'água de mais de 40 km2. Mas Brasília cresceu e os problemas da cidade escorreram para o lago. Os aterros das margens e o forte assoreamento diminuiu em 2,3 km2 a superfície do lago.

É nessa luta pelo socorro do lago Paranoá que entra Fernando Fonseca, Diretor Geral do Instituto de Meio Ambiente do DF. Pernambucano, de Caruaru, com o pai de nome Severino, Fernando fez com a família, ao vivo e a cores, o caminho de Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto: deixaram o agreste para reencontrar a vida em Brasília, às margens do lago Paranoá. 

Hoje tratores fazem aterros proibidos, 80% das casas do Lago Norte e 50% das casas do Lago Sul avançaram seus terrenos sobre as águas, muros e cercas foram construídas, o lixo que a população joga na rua (papel, lata, plástico e toco de cigarro) e até mesmo o esgoto clandestino continua chegando ao lago.

E Fernando Fonseca alerta: outras cidades brasileiras (como o Rio de Janeiro com sua poluidíssima lagoa Rodrigo de Freitas) sofrem com o mesmo desleixo da população e a mesma omissão das autoridades. 

E qual a solução? Fonseca responde: -"Precisamos agir com rapidez. Urge normatizar o uso da orla do lago, aperfeiçoar a legislação, fazer o zoneamento da Área de Proteção Ambiental e, sobretudo, educar e conscientizar a população".

A imagem de Sebastião Salgado

Sebastião Salgado saiu de Aymorés-MG no início dos anos 60, para fazer o mestrado em Economia na Universidade de São Paulo. Durante o regime militar, Salgado mudou para Paris com Lélia e os dois filhos onde fez Doutorado na Ecole Nationale de Statisque et de I'Administration Economique e completou seus estudos na Universidade de Paris. 

Em 71, aos 28 anos de idade, Sebastião Salgado tinha um bem remunerado emprego no International Coffeee Organization de Londres. 

Quando Lélia, com ele há 35 anos, comprou uma Pentax para fotografar decoração para o Doutorado em Arquitetura, nasceu uma estranha e compulsiva necessidade de registrar em imagens tudo o que acontecia a sua volta. Salgado sente na fotografia, o veículo ideal para expressar-se. "O homem está sempre em busca de uma língua universal e esta linguagem é a imagem. 

É nas fotos que está a história de cada uma das pessoas. Nos campos, elas são números, bocas para alimentar. Nas fotos, elas ganham dignidade, um olhar", costuma dizer Salgado.

Edna Cardozo Dias e a tutela jurídica dos animais

Essa é uma discussão sempre muito oportuna, pois as relações do homem com os animais e com a natureza têm sido regidas pelo domínio. Segundo a advogada e escritora Edna Cardozo Dias, dessa relação nasceram atitudes positivas e negativas de domínio e de maus-tratos, todas elas da crença bíblica de que Deus outorgou ao homem o domínio sobre todas as criaturas. Ao se colocar no centro do Universo, o Homem vem legitimando toda sorte de exploração dos animais e da natureza. Do estudo aprofundado do tema e do reconhecimento dos direitos dos animais, nasceram várias publicações: SOS Animal, O Liberticídio dos Animais, Manuel de Crimes Ambientais e, agora, A Tutela Jurídica dos Animais.

Edna Cardozo Dias é advogada, pós-graduada em Direito Público e escreve artigos para revista e jornais, também é fundadora da Liga de Prevenção da Crueldade contra o Animal.

Para doutora Edna Cardozo Dias, a proteção aos animais constitui relevante questão jurídica, de natureza notadamente legal, ambiental, social e cultural, inseparável do permanente processo civilizatório. Mais informações: (31) 213-2777

Carlos Pousa prepara 4ª edição de "Brasil Sempre"

O nome é bom! O tema – meio ambiente – é melhor! E o conteúdo – desenvolvimento sustentável – é ótimo! Foram três edições que marcaram não apenas a consolidação da revista, mas também um posicionamento do Brasil como um dos países que lideram a reflexão sobre o desenvolvimento sustentável e as formas de implementá-lo. À frente de "Brasil Sempre" como diretor-responsável, o jornalista Carlos Pousa, é hoje gerente de Comunicação da CVRD.

Misto de jornalista e poeta (tem 2 livros publicados) o carioca Carlos Pousa tem um longo caminho percorrido nas áreas jornalística, cultural e de Marketing. Durante 12 anos gerenciou o marketing cultural do Banco Nacional, trabalhou em tevês, rádios e revistas e foi Superintendente do Meio Ambiente e Comunicação da Light.

"Brasil Sempre" é uma revista trimestral de circulação internacional do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds) e está chegando à quarta edição. Neste primeiro ano de existência, a publicação consolidou sua posição de foro de alto nível para os debates sobre desenvolvimento sustentável, filosofia que, sem dúvida, orientará a gestão empresarial no século 21. 

"Brasil Sempre" conta com empresários, filósofos, economistas e cientistas políticos, entre outros especialistas, que têm se dedicado, sistematicamente, a pensar o papel das empresas como promotoras não apenas do crescimento econômico, mas também do progresso social e da proteção ambiental.

A quarta edição apresentará, entre seus destaques: uma entrevista com Byron Queiroz, presidente do Banco do Nordeste, sobre os projetos de desenvolvimento sustentável da região; um artigo sobre Responsabilidade Social na pequena e na média empresa, escrito pelo diretor-técnico do Sebrae Nacional, Vinícius Lummertz Silva; e um depoimento do cientista político Hélio Jaguaribe.
Mais informações: 

www.informe.com.br/brasil
 fone: (21) 814-4768