Nascente e matas ciliares do Vale do São Francisco

24 de março de 2004

Prosseguem os debates sobre o projeto de transposição das águas do rio São Francisco, iniciativa que poderia resolver, em grande parte, os problemas do sertão nordestino, onde a ausência desse liquido vem causando sérias dificuldades para milhões de brasileiros e também para a vida animal. Um projeto dessa natureza deveria ser analisado por uma equipe… Ver artigo


Prosseguem os debates sobre o projeto de transposição das águas do rio São Francisco, iniciativa que poderia resolver, em grande parte, os problemas do sertão nordestino, onde a ausência desse liquido vem causando sérias dificuldades para milhões de brasileiros e também para a vida animal.


Um projeto dessa natureza deveria ser analisado por uma equipe de técnicos altamente especializados, para que erros primários não sejam cometidos e a idéia prejudicada, se seus objetivos forem considerados justificáveis. Acontece que o projeto foi entregue a um grupo de deputados federais, com parte deles sabendo o que opinar e a maioria votando por ouvir falar.


Essa comissão considera que é viável desviar também o rio Tocantins que em parceria com o velho Chico irão mudar a agricultura em vários estados do nordeste. Sei que o povo mineiro, por exemplo, é solidário a essa transposição de águas do rio São Francisco, porem precisamos, antes de mais nada, conseguir recursos para a recuperação de suas florestas ciliares e nas nascentes, protegendo-as da agressão constante com o machado, as moto-serras e o fogo criminoso. E também combater os crimes ecológicos, especialmente a poluição de águas, que vem aumentando de ano para ano, com indústrias lançando seus detritos naquelas águas, somando-se a isso os esgotos domésticos das cidades ribeirinhas, os garimpos e a retirada clandestina de areias em suas margens.


Que essa comissão que “trabalha” para colocar em pratica o projeto de transposição de águas do rio São Francisco, pare para pensar, analise tudo isso com seriedade e competência.


Antes que seja tarde demais e dinheiro jogado fora, mais uma vez, com o nordeste sendo palco de outra maracutaia, como já aconteceu em outras oportunidades.


Lobisomem do ano


Todos os anos, através de minha coluna “No Mundo da Pesca”, publicada há 30 anos pelo jornal Estado de Minas, de BH, escolho, com de uma comissão de alto nível, qual é o pescador que mais se transforma em lobisomem, durante o período da quaresma. Em 2000 foi escolhido, entre centenas de candidatos, o pescador Vicente de Paulo Resende, dono do Hotel Fazenda Mar Doce, de Três Marias, MG. Ele vai receber um troféu, em forma de carranca, durante uma concorrida peixada, como vem acontecendo, todos os anos. Essa promoção destina-se a não deixar morrer as lendas do vale do rio São Francisco.


Fiscalização


A fiscalização da pesca, em todo o Brasil, é deficiente e isso acontece por vários motivos, destacando-se a falta de um órgão nacional nessa área para administrar o setor pesqueiro. O pescador usa nossa imensa costa oceânica e milhares de rios e nada paga para isso, pois a taxa do IBAMA ninguém respeita. Tudo precisa mudar, criando-se a Secretaria Nacional da Pesca e Aquicultura, colocando para comanda-la pessoas altamente qualificadas e não apadrinhados políticos, o que é comum acontecer.


Rio Paracatu


O rio Paracatu, um dos principais afluentes do vale do São Francisco, foi visitado por uma equipe da diretoria de pesca do IEF de Minas Gerais e da Policia Florestal, com a apreensão de farto material proibido. Esse projeto foi uma iniciativa do boa praça Carlão, secretário de meio ambiente do município de Paracatu e um grande defensor de nossos cardumes e florestas ciliares.


Correspondência: 
Rua Nivaldo Correa, 260, bairro Jaraguá, 31270-450, Belo Horizonte, MG – Telefone (31) 443-6973 e fax (31) 491-8222