Onofre Miranda

Estamos em plena piracema

5 de março de 2004

  Estamos em plena piracema nos rios brasileiros, que devem ficar livres da pesca amadora e profissional para que as espécies possam procriar e assim aumentar nosso estoque pesqueiro, já seriamente comprometido pela ação dos crimes ecológicos, construção de barragens e a pesca indiscriminada praticada por maus pescadores. Especialmente agora, na desova dos peixes, é… Ver artigo


 


Estamos em plena piracema nos rios brasileiros, que devem ficar livres da pesca amadora e profissional para que as espécies possam procriar e assim aumentar nosso estoque pesqueiro, já seriamente comprometido pela ação dos crimes ecológicos, construção de barragens e a pesca indiscriminada praticada por maus pescadores. Especialmente agora, na desova dos peixes, é que sentimos a falta de uma fiscalização mais ampla, numa demonstração que faz muita falta um órgão especifico para administrar o setor pesqueiro nacional, totalmente abandonado após a inexplicável extinção da Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (Sudepe), no ano de 1989, quando essa atividade passou para o Ibama, um órgão criado para cuidar do meio ambiente.


Ainda não perdi a esperança de aparecer alguém com vontade política e poder nas mãos para implantar no Brasil uma secretaria nacional de pesca e aquicultura e que venha para cuidar desse importante setor, como acontece em vários países do mundo, sendo que em alguns deles existem até ministérios para essa finalidade.


Pesca é fonte geradora de alimento e de turismo e bem orientada poderá criar novos empregos junto às águas interiores e marítimas, sendo importante salientar que temos, no país, cerca de 15 milhões de pescadores amadores e várias empresas que atuam no oceano, especializadas na captura e industrialização do pescado.


Pantanal


Desde 1ª de novembro está proibida a pesca esportiva no Mato Grosso, o mesmo devendo acontecer nos rios de Goiás, Tocantins e Minas Gerais. Também as redes e tarrafas não podem ser utilizadas na piracema, medida que considero salutar e indispensável nessa época. Se você está pensando em dar uma esticada até o maravilhoso pantanal do Mato Grosso, reúna seus amigos e comece a planejar a pescaria a partir de março de 2001.


Iscas


O pescador esportista tem preferência por várias iscas para atrair os peixes, como o minhocuçu, coração de boi, tripas de galinhas, queijos e pequenos peixes, como sarapó, piau, traíra e outros. Isto sem falar nas iscas artificiais que funcionam mesmo quando as águas estão bem claras.


Matas ciliares


Quando você terminar sua pescaria, depois de passar alguns dias acampado, tenha o cuidado de enterrar sacos plásticos, garrafas e toda a sujeira que sobra na cozinha. Evite fogo nas matas ciliares e não jogue nada dentro do rio. Pratique a pesca como um homem civilizado e protetor da natureza.


ANA


Depois de muita discutida foi finalmente aprovada a criação da Agência Nacional de Águas, porém os mineiros estão protestando. É que na sua diretoria o presidente FHC e o ministro José Sarney Filho deixaram de fora Minas Gerais, o estado que é conhecido como a caixa d’água do Brasil. Falha lamentável…


Minas é conhecida como a caixa d’água do Brasil, com suas 16 bacias hidrográficas, destacando-se as do São Francisco e do Paraná, que juntando-se ao Paranaiba forma a bacia do Prata. E tem mais: grandes reservatórios das hidrelétricas, como Três Marias, Furnas e São Simão e dezenas de outros.


Araguaia


O governo de Goiás baixou uma portaria que está causando polêmica entre os pescadores. Ela proíbe o transporte de peixes da bacia do rio Araguaia, ficando o pescador apenas com o direito de se alimentar, nas barrancas dos rios, com o que pescar. Nada de levar para casa ou para os amigos. A lei é dura, mas é lei. Não tive notícia se alguma associação de pescadores tenha entrado na justiça não concordando com essa portaria.








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