PV chega ao Senado

Senadora Marina Silva pede licença para tratamento de saúde e asume Júlio Eduardo

3 de março de 2004

      O Senado Federal tem entre seus integrantes um representante do Partido Verde: trata-se do senador Júlio Eduardo, do Estado do Acre, e que, pelos próximos quatro meses, cumprir exercício, enquanto Marina Silva, do PT, a titular do cargo, permanecer em licença para tratamento de saúde. Júlio Eduardo Gomes Pereira, de 41 anos, é médico… Ver artigo

      O Senado Federal tem entre seus integrantes um representante do Partido Verde: trata-se do senador Júlio Eduardo, do Estado do Acre, e que, pelos próximos quatro meses, cumprir exercício, enquanto Marina Silva, do PT, a titular do cargo, permanecer em licença para tratamento de saúde.


Júlio Eduardo Gomes Pereira, de 41 anos, é médico ginecologista, e militante dos movimentos ambientalistas e esquerdistas do Acre.


Ele aproveitou a oportunidade de sua posse para inscrever nos anais do Senado o Manifesto do Partido Verde e falar do ideário da agremiação. No seu discurso de apresentação, o senador Júlio Eduardo disse que “o desejo de um mundo ecologicamente equilibrado perpassou classes sociais, sexo, raças, nacionalidades, faixas etárias, corporações e religiões, tornando visível, antes que a globalização se tornasse a palavra da moda, a imagem de um mundo globalizado, pluralista, multicultural e solidário”.


O novo senador deixou claro o que pretende o Partido Verde: “construir um espaço para as idéias ecologistas no campo da política, do processo de tomada de decisões”.


História do PV


O Partido Verde nasceu no Brasil em 1986, e aos poucos vai adquirindo substância. Tem um deputado federal – Fernando Gabeira – e por menos de dois mil votos deixou de reeleger o prefeito da segunda maior importante cidade de São Paulo, Guarulhos. O prefeito atual, Jovino Cândido, perdeu para o candidato do PT mas conseguiu reunir mais de 212 mil votos.


Mas Júlio Eduardo não é apenas um “verde”. Ele garante que tem ainda “outras responsabilidades derivadas do fato de integrarmos o bloco social e político ao qual ainda cabe a denominação de esquerda…” Por essa razão ele se declara defensor dos direitos das minorias, “das mulheres, dos negros e de todos os grupos vítimas da opressão generalizada ou específica que reivindicam o seu direito à diferença.”


O senador garante que o Acre, sob a administração do petista Jorge Viana, “é um foco de irradiação de mudança”, respaldada sobretudo “no exemplo de lideranças emblemáticas como Chico Mendes…”


Júlio disse que, nos 120 dias em que permanecer no Senado, vai centrar suas atividades em temas como a defesa da floresta amazônica, da Mata Atlântica, do cerrado e de outros ecossistemas. Também discutirá “o dilema nuclear brasileiro” e abordará “a situação crítica das águas”.


Para mostrar a que veio, já pronunciou alguns discursos no Senado abordando justamente esses temas e participou de uma discussão com representantes do Banco Mundial sobre as melhores formas de combater a pobreza.