A Bandeira Brasileira
4 de março de 2004Detalhes como a inclinação da faixa branca, as distâncias dos vértices do losango amarelo no campo verde, o desenho da esfera azul e a disposição das letras da legenda fazem a diferença na hora de reproduzir a Bandeira Nacional. As estrelas, retratadas na Bandeira, são 27 e representam os 26 estados e o Distrito Federal…. Ver artigo
Detalhes como a inclinação da faixa branca, as distâncias dos vértices do losango amarelo no campo verde, o desenho da esfera azul e a disposição das letras da legenda fazem a diferença na hora de reproduzir a Bandeira Nacional.
As estrelas, retratadas na Bandeira, são 27 e representam os 26 estados e o Distrito Federal. O número de estrelas varia de acordo a criação de novos estados. Em 1989, eram em número de 21. Esquecer uma estrela é desmembrar o País.
Dispostas em tamanhos diferentes, a menor das estrelas corresponde em comprimento a 1/3 da maior. Entre a maior e a menor existem mais três tamanhos e servem para identificar a diversidade de dimensões dos estados brasileiros. Um dado importante e curioso: o firmamento representado na Bandeira se refere ao céu do Rio de Janeiro do dia da Proclamação da República (15 de novembro de 1889), às 8h30, vista por um observador do lado de fora da esfera celeste.
Para muitos, a inversão do céu desenhado na Bandeira Nacional, como se fosse visto através de um espelho, causou polêmica na época. Mas as imprecisões da Bandeira foram aceitas e, até hoje, ela é reproduzida com o Cruzeiro do Sul no lado esquerdo, ao contrário, do que se observa no céu.
Outra curiosidade é quanto aos lados da Bandeira. Nela não é permitido o avesso. Ambos os lados, segundo a lei, são idênticos e não coincidentes como nas bandeiras inglesas e francesas. Uma maneira de verificar se as faces estão dispostas corretamente é, a partir do observador, certificar que a inclinação da faixa Ordem e Progresso obedece a direção da esquerda para a direita.
É comum ver nas manifestações patrióticas em época de Copa do Mundo, torcedores portanto exemplares da Bandeira com a esfera celeste, a faixa branca e a legenda invertidas ou centralizadas. A atitude vale pela festa da torcida, pela manifestação popular, pela criatividade do torcedor, mas não é correta. Tratando-se de um Símbolo Pátrio é importante o respeito às características originais.
História, desenho e tradição de nossa Bandeira
A Bandeira Verde-Amarela foi criada em 19 de setembro de 1822, por decreto
de D. Pedro I, e alterada em 19 de novembro de 1889
A HISTÓRIA – A história da Bandeira Nacional remonta a séculos antes do Descobrimento do Brasil. Os portugueses, sempre que navegavam, empunhavam bandeiras para diferenciá-los de outros navegadores. Modificadas a cada reinado, essas bandeiras adquiriam novos desenhos de acordo com a vontade do rei e as insígnias de ordens parceiras dos governantes nas conquistas. A cada reinado, uma nova bandeira. Hoje, estudiosos consideram essas bandeiras da Idade Média bem pessoais, por se tratar mais de um símbolo do rei do que do povo.
O DESENHO – Sempre criativo e ufano de sua Pátria, o brasileiro quis ter uma bandeira com desenho único e exclusivo, que a distinguisse das demais. Nossa Bandeira foi concebida por Jean-Baptiste Debret, artista plástico francês, trazido por D. João VI e fundador da Imperial Academia de Belas-Artes. Debret nasceu em Paris, em 1768, e em 1816 veio ao Brasil como membro da Missão Artística Francesa de Lebreton. Viveu 15 anos no Brasil dando aulas e produzindo muito.
Em 1829, realizou-se a primeira Exposição Oficial de Arte no Brasil. Debret só regressou à França em 1831, com a abdicação de Pedro I. Sua obra – Voyage pittoresque et historique au Brésil? é uma preciosa fonte iconográfica da vida colonial brasileira. Mas a tarefa de conceber a Bandeira foi dada por D. Pedro I, no seu regresso de São Paulo, logo após a Proclamação da Independência.
Dizem que o autor da Bandeira Brasileira não é tão lembrado por ser estrangeiro. A verdade é que Debret se inspirou em algumas bandeiras militares de seu país, ao tempo das conquistas napoleônicas. O desenho básico era de um losango inscrito num retângulo. Debret imaginava que a Bandeira do Império do Brasil iria impor desta forma respeito aos vizinhos e, mesmo, à Europa. Além de colocar as armas imperiais, cercada de estrelas que representavam as províncias, ele coloriu-a com o verde Bragantino e o amarelo dos Habsburgo, por sugestão do próprio Príncipe Regente.
A História diz que D. Pedro I mostrou-se intransigente quanto ao verde-amarelo, e justificava: ?O verde-amarelo representa a riqueza e a primavera eterna do Brasil?.
A REPÚBLICA – Quando veio a República, a tarefa de criar uma nova Bandeira não foi bem sucedida. Criou-se uma Bandeira de 13 listras horizontais, alternadamente verdes e amarelas, tendo no canto superior 21 estrelas de prata em campo azul. Essa Bandeira do Governo Provisório era uma variante da bandeira dos Estados Unidos. Aliás, essa bandeira foi hasteada no vapor ?Alagoas? e permaneceu içada durante a viagem do Imperador Pedro II para o exílio, causando-lhe grande desgosto.
O VERDE-AMARELO – Vários motivos levaram ao retorno da Bandeira desenhada por Debret: o marechal Deodoro da Fonseca, chefe do Governo Provisório, queria manter a Bandeira do Império, apenas retirando a coroa, pois era uma Bandeira que o povo conhecia e amava. Além de detestar a bandeira-cópia norte-americana. Benjamin Constant, positivista convicto, que fazia parte do Governo Provisório, fez prevalecer o projeto do Apostolado Positivista do Brasil de atualização da Bandeira do Império. Em 19 de novembro de 1889 (hoje Dia da Bandeira) era assinado o Decreto nª 4, adaptando a Bandeira da República do Brasil. Ficou mantido a tradição das cores nacionais, o verde-amarelo.