Desemprego zero

Por uma nova política econômica

1 de abril de 2004

Meio Ambiente é qualidade de vida. E o fator mais importante para a melhoria da qualidade de vida chama-se emprego. A pessoa empregada tem disposição para crescer, para apoiar sua família, para apoiar sua comunidade, para defender a natureza e para lutar por um mundo melhor. Desemprego é frustração, é baixo astral e um convite… Ver artigo


Meio Ambiente é qualidade de vida. E o fator mais importante para a melhoria da qualidade de vida chama-se emprego. A pessoa empregada tem disposição para crescer, para apoiar sua família, para apoiar sua comunidade, para defender a natureza e para lutar por um mundo melhor. Desemprego é frustração, é baixo astral e um convite ao desânimo e à derrota. Por isso um grupo formado por economistas, cientistas sociais e políticos criou o site www.desempregozero.org.br como instrumento de luta por uma política de promoção do pleno emprego no Brasil.


No site já estão à disposição artigos, ensaios, entrevistas e estudos que demonstram não só a possibilidade, mas o imperativo de uma política econômica que garanta a retomada da prosperidade no País. Ele é atualizado diariamente, com comentários e artigos sobre a política econômica em curso e a viabilidade de alternativas.


Desemprego Zero ou pleno emprego não significa uma situação em que todo mundo esteja empregado. Significa, sim, uma situação do mercado de trabalho onde todos os aptos a trabalhar, e desejosos de trabalhar, encontram alguma ocupação remunerada, mesmo que seja no mercado informal. Na nossa situação atual, 15% da população ativa brasileira (Censo de 2000) estão desempregados, embora ativamente procurando emprego. E 13,5% da população ocupada têm rendimentos inferiores a um salário mínimo.


Isso é uma tragédia social, a maior de nossa história. Jamais tivemos, no passado, taxas de desemprego tão altas. Elas se aproximam rapidamente das taxas de desemprego verificadas nos países industrializados na Grande Depressão dos anos 30, que foi a maior crise social da história do capitalismo. Naquela época, os Estados Unidos lideraram a recuperação, mediante um amplo programa de aumento de dispêndio público e regulação do capitalismo liberal, chamado New Deal.


A luta proposta é uma luta por um New Deal brasileiro. A época é outra, as circunstâncias são outras, mas uma coisa continua válida: só governo, por meio de uma virada na política macro-econômica, pode criar condições para a reversão do desemprego e a retomada do crescimento. Para isso, é necessário aumentar o dispêndio público nas áreas de serviços públicos essenciais (educação, saúde, habitação, saneamento etc) e nas áreas de infra-estrutura, sobretudo logística.


O dinheiro para isso existe. Está no superávit primário, que alcançou no ano passado o patamar inacreditável de 5% do PIB.


São cerca de R$ 70 bilhões, numa base anual, que são retirados da sociedade e do setor produtivo e que não voltam para eles, mas, sim, que ficam esterilizados no mercado aberto (over).


Se esse dinheiro do superávit for aplicado em dispêndio público em serviços essenciais e em infra-estrutura, serão criadas no mercado de trabalho as primeiras condições para a retomada do crescimento. As outras condições são a queda drástica da taxa de juros e o controle dos capitais.
Mais explicações, assim como a relação dos colaboradores do movimento, estão no site www.desempregozero.org.br.


(*) J. Carlos de Assis é jornalista, economista,
professor e editor-chefe do
www.desempregozero.org.br