Ecologia & Saúde

Alimentos Poluentes

19 de abril de 2004

Está aberta a temporada de discussão sobre as vantagens e desvantagens dos alimentos transgênicos. Em primeiro lugar, saquemos do dicionário a definição de  transgênicos: “Diz-se do animal ou vegetal que contém material genético tirado de outras espécies, através de técnicas da engenharia genética.” Portanto, é o homem mexendo no ordenamento vegetal e animal que a… Ver artigo

Está aberta a temporada de discussão sobre as vantagens e desvantagens dos alimentos transgênicos. Em primeiro lugar, saquemos do dicionário a definição de  transgênicos: “Diz-se do animal ou vegetal que contém material genético tirado de outras espécies, através de técnicas da engenharia genética.” Portanto, é o homem mexendo no ordenamento vegetal e animal que a natureza levou milhões de anos para realizar (ou profanando a obra de Deus, se o enfoque for místico). Assim, os tais  transgênicos pecam contra a naturalidade e a religiosidade.
Em outras palavras, transgênicos têm conotação de aberrações do tipo transsexualidade induzida. Assim, ninguém pode garantir que esses alimentos geneticamente modificados por meios artificiais sejam benéficos para quem os comer e para a natureza como um todo. No primeiro aspecto, na alteração da estrutura genético-molecular dos mesmos podem ser geradas substâncias prejudiciais à saúde dos consumidores talvez de percepção só tempos depois, quando o mal estiver instalado de forma irreversível. E o perigo ecológico poderá ser sentido de forma ainda mais rápida e preocupante.
Acontece que os transgênicos,  já na fase de pesquisa, demonstraram ser mais resistentes aos agrotóxicos, no caso dos vegetais, e, quanto aos animais, à toxidade dos produtos veterinários. Assim, numa nação tipo Brasil, onde a ignorância e o analfabetismo campeiam principalmente no meio rural, dá para imaginar o festival de venenos na lavoura e pecuária, principalmente agora, que virou moda o fazendeiro ficar na cidade levantando financiamento agrícola e deixando a roça por conta e risco de capataz e peãozada com noções rudimentares sobre o perigo do mau emprego dos defensivos agropecuários, tanto para si, consumidores e para a natureza.
Atualmente, se,  com vegetais e animais naturais já se abusa no uso de venenos, o que se pode esperar da produção de transgênicos? Então, o ideal é incentivar-se experiências como as  que a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) realiza, usando animais e vegetais já  existentes  de boa produtividade e que melhor se adaptam ao local de exploração rural, para que requeiram o mínimo de combate químico a pragas e doenças. Assim, foge-se do perigo da produção de transgênicos tolerantes ao emprego abusivo de venenos e que podem viram alimentos poluentes.ATENTADO


Outro atentado contra a ordem natural das coisas é o que alguns médicos estão fazendo com os fofinhos e fofinhas. É a tal cirurgia diminuidora do tamanho do estômago dos obesos, para forçá-los a comer menos. É um martírio que os renitentes logo contornarão atacando mais vezes por dia a geladeira ou indo a toda hora às lanchonetes. Não é metendo a faca no bucho dos faustões-da-vida que os tornará esbeltos. Obesidade é problema para tratamento dietético, psicológico, glandular e substituição da vida sedentária pela prática constante de esportes aeróbicos (caminhadas, natação, hidroginástica etc.). Sim, porque essa de reduzir estômago é solução emagrecedora de araque, mas certamente engordadora da conta bancária dos que abusam da licença do porte de bisturi.


6 POR S DÚZIA


Pouco se faz para evitar desastres ecológicos, mas sobram medidas paliativas para tentar consertar o resultado das ofensas à Natureza. Um exemplo está aí, diante do nariz do povo e autoridades, em Brasília. É a morte anunciada da Lagoa do Jaburu, ao lado da residência do vice-presidente da República, cujo nível baixou ao ponto de torná-la de água estagnada, antes corrente para o Lago Paranoá, que banha os lados oeste e norte da Capital Federal. E foi justamente no Paranoá que buscaram a “solução” 6 por S dúzia para resolver o problema do Jaburu: bombear às custas do contribuinte água do lago para encher a lagoa, quando o certo seria disciplinar a abertura e utilização de poços artesianos nas vizinhanças e impedir outras agressões ao meio ambiente.


DE VERDADE


Buscando diminuir ao mínimo os atentados ecológicos decorrentes de uma das atividades humanas, solução quase que de verdade foi encontrada pelos pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas (SP). É um pulverizador de agrotóxico que economiza 60% de veneno e, o que é mais importante, reduz em 70% o risco de contaminação do operador do equipamento. A máquina tem abas antivento que fazem com que os produtos químicos atinjam  apenas a plantação e só eventualmente se espalhem pelo ar. É de construção e manejo simples, com preço que compensa, e muito, pela economia de agrotóxicos e, principalmente, pela proteção que oferece à vida humana e dos demais integrantes do meio ambiente.


MORTE INCENTIVADA


Parece piada hipócrita essa do Governo Federal criar imposto (a CPMF) para melhorar a saúde da população brasileira e, paralelamente, liberar empréstimo de juro baixo para indústrias de cigarros, setor co-responsável pelo câncer, enfisema pulmonar e outras doenças brabas. Até prova em contrário, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é quem pratica está morte incentivada no Sul do país.