Papo de Pesca

“Operação Arrastão” no São Francisco

29 de abril de 2004

O Instituto Estadual de Florestas de MG, através de sua diretoria de pesca, vai executar o projeto “Operação Arrastão”, retirando peixes de centenas de lagoas marginais ao rio São Francisco e devolvendo-os ao leito do rio. Existem cerca de 500 dessas lagoas ao longo de toda a bacia hidrográfica do São Francisco, de sua nascente,… Ver artigo

O Instituto Estadual de Florestas de MG, através de sua diretoria de pesca, vai executar o projeto “Operação Arrastão”, retirando peixes de centenas de lagoas marginais ao rio São Francisco e devolvendo-os ao leito do rio. Existem cerca de 500 dessas lagoas ao longo de toda a bacia hidrográfica do São Francisco, de sua nascente, na Serra da Canastra até a divisa com a Bahia.
Milhares de surubis, dourados, curimatás, pirás, piaus, mandis, matrinchãs e outras espécies, serão capturados em redes e transportados até o rio, onde irão crescer e se multiplicar, levados em caminhões tanques e via aérea, com o helicóptero Guará I, do IEF. Antes do lançamento, êsses peixes receberão marcas, para futuros estudos de sua migração e crescimento.
A “Operação Arrastão”, coordenada pelo Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais, contará ainda com a participação do IBAMA, CEMIG, CODEVASF, Policia Florestal e várias prefeituras municipais do norte de Minas.
Essas lagoas já estão sendo selecionadas ao longo do rio São Francisco, (de Pirapora até a cidade de Manga) e o projeto para salvar êsses peixes deverá ter início no final do mês de maio.
Os mineiros dão assim, a todo o Brasil, um bom exemplo de como repovoar os rios, onde os cardumes ficam cada vez menores, vítimas dos crimes ecológicos e da pesca predatória.


Pesca
O leitor gaucho Renato Schroder enviou carta a essa seção, fazendo críticas a comentário que eu teria inserido nesta coluna, sobre a utilização da taxa anual cobrada dos pescadores. Ele leu uma coisa e entendeu outra. Há mais de 30 anos venho lutando com todas as minhas forças em defesa dos rios, das florestas ciliares e contra a pesca predatória. Defendo a tese que quanto mais pescadores esportivos pagarem essa licença, teremos cada vez mais recursos para salvar nossos pobres e sofrido rios, vítimas implacáveis de uma série de crimes ecológicos.
Sou contra o pescador amador e profissional apanhar peixes na piracema e na idade infantil. O esportista deve trazer para sua casa apenas o necessário para a família, o excesso devolvido ao rio para crescer a multiplicar.
Esse leitor está sempre enviando cartas para publicações especializadas, apresentando-se como contrário a pesca esportiva, o que é seu direito. Mas contra a pesca em geral fica difícil, pois essa atividade gera alimento, turismo e empregos. E depois, é bom ele lembrar que até um dos apóstolos de Cristo era pescador: Pedro.
Não sou desses que vivem falando em defender os rios. Venha até Minas e vai conhecer o que já fiz de concreto, ao lado de uma boa parcela dos pescadores amadores. Falo e faço, com muito trabalho e determinação. Saravá …


Escadas para peixes
Os peixes de piracema, como a grande maioria das espécies que habitam os rios brasileiros, necessitam de cerca de 200 km livres de rio para suas subidas, na época de piracema. Somente assim as desovas e a fecundação acontecem de maneira natural.
Acontece que as barragens, indispensáveis nas hidrelétricas, interrompem esse ciclo e a reprodução dos peixes é seriamente comprometida. Para sanar esse problema há necessidade da construção de escadas para possibilitar a transposição das espécies. Isso não acontece nunca, pois apenas 1% das empresas geradoras de energia elétrica se preocupam com essa providência necessária.
Escada para peixes ou desvio do rio, através de canais, ligando a sua jusante à montante, são os dois únicos meios para evitar a perda de todas as ovas nos 3 ou 4 meses da piracema, geralmente em novembro, dezembro e janeiro, quase sempre no início do período de chuvas.
Já estão em vigor leis que obrigam a inclusão de escadas de peixes nas obras das barragens, porém os empresários e até o próprio governo as ignoram, o que é uma irresponsabilidade e um crime contra a natureza.


Produção de surubis
Empreendimentos particulares, no Mato Grosso, estão produzindo em grande quantidade milhões de alevinos de surubis e os vendendo a fazendeiros de todo o Brasil, para criação em lagoas e açudes. Êsse peixe não procria em água parada, porém cresce e pode ser uma ótima opção para alimentação de milhões de brasileiros.


Pesque e Pague
Cresce o número de “Pesque e Pague” em todo o Brasil, atraindo a atenção de milhares de pescadores, especialmente crianças. Muitos dêles, além dos tanques com várias espécies de peixes, oferecem inúmeras variações para um bom fim-de-semana, como restaurantes, chalés, quadras esportivas e passeios ecológicos, em trilhas na floresta. O sistema de funcionamento de um “Pesque e Pague” é simples. Você entra, pesca e na saída paga o que conseguiu fisgar nos tanques cheios de tambaquis, tilapias, pacus, bagres, traíras, carpas e outros.


Pantanal
Pescadores de todo o Brasil e até do exterior, chegam, diariamente, ao Pantanal do Mato Grosso, uma das mais belas paisagens do mundo. São muitos rios cortando uma imensa região de florestas e milhões de pássaros e animais silvestres. Atualmente funcionam no Pantanal, norte e sul, uma infinidade de hotéis que oferecem muito conforto aos pescadores, inclusive alugando barcos com piloteiros experimentados. Você chega lá em seu carro, em ônibus especiais e de avião. Cada um escolhe como viajar, procurando em sua cidade uma agência de turismo especializada em excursões para pescarias.


Deveres dos pescadores
Os esportistas da pesca são, antes de mais nada, defensores dos rios e suas matas ciliares. O verdadeiro pescador amador jamais mata peixes na piracema, época de desova das espécies e também os pequenos, em idade infantil. Vamos pescar, divertir, passar momentos agradáveis junto à natureza, mas jamais agredi-la. Pesque apenas o necessário para sua família e devolva ao rio o excesso, nada de encher geladeiras para mostrar que é o campeão de sua cidade. Pescar é bom para o corpo e o espírito e o peixe não é o único objetivo. Vá ao sertão respirar seu ar puro, bater um papo com o barranqueiro, deitar numa rêde e conversar com as estrelas, uma noite de lua cheia. Êsse é um complemento para uma pescaria e tudo torna o passeio muito agradável.


Ibama e a Pesca
Os pescadores aguardam as modificações que deverão acontecer no IBAMA, transformando êsse órgão federal num instrumento para salvar o nosso combalido setor pesqueiro. Dêsde 1989, quando a administração da pesca a nível nacional passou para o IBAMA que êsse setor de atividade ficou totalmente abandonado.


Correspondência para essa coluna:
Rua Nivaldo Correa, 260 – Bairro Jaraguá Cep: 31270-450 – Belo Horizonte, MG
Tel: (031) 443-6973

Papo de Pesca

“Operação Arrastão” no São Francisco

29 de abril de 2004

O Instituto Estadual de Florestas de MG, através de sua diretoria de pesca, vai executar o projeto “Operação Arrastão”, retirando peixes de centenas de lagoas marginais ao rio São Francisco e devolvendo-os ao leito do rio. Existem cerca de 500 dessas lagoas ao longo de toda a bacia hidrográfica do São Francisco, de sua nascente,… Ver artigo

O Instituto Estadual de Florestas de MG, através de sua diretoria de pesca, vai executar o projeto “Operação Arrastão”, retirando peixes de centenas de lagoas marginais ao rio São Francisco e devolvendo-os ao leito do rio. Existem cerca de 500 dessas lagoas ao longo de toda a bacia hidrográfica do São Francisco, de sua nascente, na Serra da Canastra até a divisa com a Bahia.
Milhares de surubis, dourados, curimatás, pirás, piaus, mandis, matrinchãs e outras espécies, serão capturados em redes e transportados até o rio, onde irão crescer e se multiplicar, levados em caminhões tanques e via aérea, com o helicóptero Guará I, do IEF. Antes do lançamento, êsses peixes receberão marcas, para futuros estudos de sua migração e crescimento.
A “Operação Arrastão”, coordenada pelo Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais, contará ainda com a participação do IBAMA, CEMIG, CODEVASF, Policia Florestal e várias prefeituras municipais do norte de Minas.
Essas lagoas já estão sendo selecionadas ao longo do rio São Francisco, (de Pirapora até a cidade de Manga) e o projeto para salvar êsses peixes deverá ter início no final do mês de maio.
Os mineiros dão assim, a todo o Brasil, um bom exemplo de como repovoar os rios, onde os cardumes ficam cada vez menores, vítimas dos crimes ecológicos e da pesca predatória.


Pesca
O leitor gaucho Renato Schroder enviou carta a essa seção, fazendo críticas a comentário que eu teria inserido nesta coluna, sobre a utilização da taxa anual cobrada dos pescadores. Ele leu uma coisa e entendeu outra. Há mais de 30 anos venho lutando com todas as minhas forças em defesa dos rios, das florestas ciliares e contra a pesca predatória. Defendo a tese que quanto mais pescadores esportivos pagarem essa licença, teremos cada vez mais recursos para salvar nossos pobres e sofrido rios, vítimas implacáveis de uma série de crimes ecológicos.
Sou contra o pescador amador e profissional apanhar peixes na piracema e na idade infantil. O esportista deve trazer para sua casa apenas o necessário para a família, o excesso devolvido ao rio para crescer a multiplicar.
Esse leitor está sempre enviando cartas para publicações especializadas, apresentando-se como contrário a pesca esportiva, o que é seu direito. Mas contra a pesca em geral fica difícil, pois essa atividade gera alimento, turismo e empregos. E depois, é bom ele lembrar que até um dos apóstolos de Cristo era pescador: Pedro.
Não sou desses que vivem falando em defender os rios. Venha até Minas e vai conhecer o que já fiz de concreto, ao lado de uma boa parcela dos pescadores amadores. Falo e faço, com muito trabalho e determinação. Saravá …


Escadas para peixes
Os peixes de piracema, como a grande maioria das espécies que habitam os rios brasileiros, necessitam de cerca de 200 km livres de rio para suas subidas, na época de piracema. Somente assim as desovas e a fecundação acontecem de maneira natural.
Acontece que as barragens, indispensáveis nas hidrelétricas, interrompem esse ciclo e a reprodução dos peixes é seriamente comprometida. Para sanar esse problema há necessidade da construção de escadas para possibilitar a transposição das espécies. Isso não acontece nunca, pois apenas 1% das empresas geradoras de energia elétrica se preocupam com essa providência necessária.
Escada para peixes ou desvio do rio, através de canais, ligando a sua jusante à montante, são os dois únicos meios para evitar a perda de todas as ovas nos 3 ou 4 meses da piracema, geralmente em novembro, dezembro e janeiro, quase sempre no início do período de chuvas.
Já estão em vigor leis que obrigam a inclusão de escadas de peixes nas obras das barragens, porém os empresários e até o próprio governo as ignoram, o que é uma irresponsabilidade e um crime contra a natureza.


Produção de surubis
Empreendimentos particulares, no Mato Grosso, estão produzindo em grande quantidade milhões de alevinos de surubis e os vendendo a fazendeiros de todo o Brasil, para criação em lagoas e açudes. Êsse peixe não procria em água parada, porém cresce e pode ser uma ótima opção para alimentação de milhões de brasileiros.


Pesque e Pague
Cresce o número de “Pesque e Pague” em todo o Brasil, atraindo a atenção de milhares de pescadores, especialmente crianças. Muitos dêles, além dos tanques com várias espécies de peixes, oferecem inúmeras variações para um bom fim-de-semana, como restaurantes, chalés, quadras esportivas e passeios ecológicos, em trilhas na floresta. O sistema de funcionamento de um “Pesque e Pague” é simples. Você entra, pesca e na saída paga o que conseguiu fisgar nos tanques cheios de tambaquis, tilapias, pacus, bagres, traíras, carpas e outros.


Pantanal
Pescadores de todo o Brasil e até do exterior, chegam, diariamente, ao Pantanal do Mato Grosso, uma das mais belas paisagens do mundo. São muitos rios cortando uma imensa região de florestas e milhões de pássaros e animais silvestres. Atualmente funcionam no Pantanal, norte e sul, uma infinidade de hotéis que oferecem muito conforto aos pescadores, inclusive alugando barcos com piloteiros experimentados. Você chega lá em seu carro, em ônibus especiais e de avião. Cada um escolhe como viajar, procurando em sua cidade uma agência de turismo especializada em excursões para pescarias.


Deveres dos pescadores
Os esportistas da pesca são, antes de mais nada, defensores dos rios e suas matas ciliares. O verdadeiro pescador amador jamais mata peixes na piracema, época de desova das espécies e também os pequenos, em idade infantil. Vamos pescar, divertir, passar momentos agradáveis junto à natureza, mas jamais agredi-la. Pesque apenas o necessário para sua família e devolva ao rio o excesso, nada de encher geladeiras para mostrar que é o campeão de sua cidade. Pescar é bom para o corpo e o espírito e o peixe não é o único objetivo. Vá ao sertão respirar seu ar puro, bater um papo com o barranqueiro, deitar numa rêde e conversar com as estrelas, uma noite de lua cheia. Êsse é um complemento para uma pescaria e tudo torna o passeio muito agradável.


Ibama e a Pesca
Os pescadores aguardam as modificações que deverão acontecer no IBAMA, transformando êsse órgão federal num instrumento para salvar o nosso combalido setor pesqueiro. Dêsde 1989, quando a administração da pesca a nível nacional passou para o IBAMA que êsse setor de atividade ficou totalmente abandonado.


Correspondência para essa coluna:
Rua Nivaldo Correa, 260 – Bairro Jaraguá Cep: 31270-450 – Belo Horizonte, MG
Tel: (031) 443-6973