FHC: profissionalização do turismo significa maior renda e mais empregos

19 de abril de 2004

Palavras do PresidenteNo encontro do Rio, foram acertadas as bases de um gigantesco esforço para qualificar os profissionais de turismo. Este ano, estamos treinando 119 mil trabalhadores com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT. Queremos ampliar este programa no ano 2000, mas queremos, principalmente, criar o clima e as condições para abrir… Ver artigo

Palavras do Presidente
No encontro do Rio, foram acertadas as bases de um gigantesco esforço para qualificar os profissionais de turismo. Este ano, estamos treinando 119 mil trabalhadores com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT. Queremos ampliar este programa no ano 2000, mas queremos, principalmente, criar o clima e as condições para abrir nossas portas ao turistas.


Tenho a satisfação de anunciar que um dos efeitos positivos da nova política cambial foi nesse setor. Os brasileiros estão preferindo viajar e conhecer o nosso país ao invés de ir para o exterior. E essa tendência deve se manter. Temos um país de excelente clima, de natureza rica e pouco explorado. Temos história e uma hospitalidade superior à de qualquer outro país. Reconheço que nossos serviços precisam melhorar.


E foi com essa finalidade que os ministros do Trabalho e do Turismo se encontraram com os secretários. Todas as regiões têm atrações turísticas. Estamos precisando de mais profissionais. E os municípios, mesmos os mais distantes, estão interessados. Anote o bom exemplo do Estado do Acre, que está formando 400 pessoas para trabalhar bem o seu grande pólo de turismo ecológico.


O programa patrocinado pelo FAT tem cursos de gerentes, garçons, guias mirins e de língua estrangeira. Há ainda outros que orientam sobre elaboração de pacotes de viagens, de organização de eventos e sobre a abertura de pequenos negócios.


Nessa empreitada, contamos com a parceria dos governos estaduais, das quatro centrais sindicais e das confederações patronais. Todos os países lutam para atrair viajantes e nós devemos entrar forte nessa concorrência. Afinal, de cada 10 pessoas que trabalham no mundo, uma é da área de turismo.


Este ano, aproximadamente 6 milhões de estrangeiros estão visitando o Brasil e 45 milhões de brasileiros estão viajando pelo país. Vamos melhorar os serviços para multiplicar esses números. Como resultado, você sabe, teremos mais empregos para os brasileiros.



Uma estatal como produto turístico


A Eletronorte, cobrindo 58% do território brasileiro, leva energia elétrica a 13 milhões de brasileiros, através do trabalho de pouco mais de quatro mil pessoas. A Eletronorte é hoje a 19ª sociedade anônima brasileira, segundo a Fundação Getúlio Vargas, com um patrimônio líquido de R$ 1,1 bilhão. Os desafios para o cumprimento de sua missão são ainda maiores considerando-se a região em que atua, a Amazônia Legal, cobrindo 5.800.000 km2 do território nacional, mas abrigando apenas 11% da população brasileira.


Atuar numa região com 300 milhões de hectares de floresta densa, 140 milhões de hectares de floresta aberta e 1.100 rios, sempre foi e será um enorme desafio a quem se propõe a levar energia elétrica aos habitantes da área, atravessando com suas linhas de transmissão florestas fechadas e largos cursos d’água.


A Eletronorte vem avaliando também hotéis, através de diagnósticos dos aspectos de iluminação, condicionamento de ar, aquecimento de água, fator de potência, elevadores, cozinhas e lavanderias.


Em Manaus, a Empresa realizou um projeto piloto no Hotel Taj Mahal, efetuando a substituição de lâmpadas incandescentes por compactas e corrigindo o fator de potência, o que resultou em uma energia conservada de 70,26 MW/ano.


Graças ao marketing empresarial todas as nossas grandes hidroelétricas se tornaram atrações turísticas.



Centro-Oeste: o paraíso da pesca esportiva


As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste estão despertando para uma nova vocação que tem tudo para ampliar a quantidade de investimentos nos estados. Trata-se da pesca esportiva, modalidade que apenas nos Estados Unidos possui 60 mil adeptos. Em algumas áreas do país, sobretudo na Amazônia, há estrangeiros que chegam a gastar até US$ 8 mil por estadas de uma semana para praticar o esporte, mas esse dinheiro ainda não está sendo revertido para o segmento da forma considerada mais correta para os técnicos.


O assunto foi um dos principais temas do seminário realizado em Brasília, para discutir os primeiros resultados do PNMT. A primeira conclusão a que chegaram os agentes municipais é de que falta, ainda, a formação de uma infra-estrutura básica para abrigar os turistas interessados no esporte da pesca, de forma a criar condições para o desenvolvimento sustentável dos estados em questão e, até mesmo, legislações específicas.


Um dos estados considerados em situação mais avançada é o Pará, onde a Assembléia Legislativa aprovou lei sobre o tema no início do ano e o governo estadual lançou um plano de trabalho voltado para a modalidade.


“O turista que chega numa determinada região para pescar não fica satisfeito quando descobre que o próximo hotel está localizado a quilômetros de distância ou que precisa levar comida na mochila porque as cidades próximas não possuem infra-estrutura adequada. O turismo precisa ser pensado como um conjunto de ações para o desenvolvimento dos municípios”, explicou a coordenadora nacional do programa, Ana Maria Marcondes.


O evento contou com a participação de cerca de dois mil profissionais de turismo de todo o país e teve como principal objetivo a propagação dos resultados alcançados pelo PNMT nos últimos cinco anos. E também está servindo para divulgar os “casos” de sucesso observados nos municípios, assim como o repasse de experiências e a explicação de detalhes sobre o programa de crédito para os micro e pequenos empreendedores, lançado no início da semana pelo governo.



Prodetur vai investir 550 milhões de reais


O Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo no Distrito Federal, distribuído no V Encontro Nacional do PNMT, foi um catalisador dos debates sobre o processo de desenvolvimento sustentável.


Brasília representa, como Patrimônio Cultural da Humanidade reconhecido pela UNESCO, um marco do turismo arquitetônico do século XX. Pelo fato de ser a Capital da República e estar localizada no coração do Brasil é sempre uma referência estratégica para todos os segmentos políticos do país.


Agora, com o lançamento do PRODETUR Centro Oeste (juntamente com os governadores de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Distrito Federal) a responsabilidade de Brasília no plano turístico torna-se fundamental para o êxito desta atividade


A reunião destes estados representa a maior área agricultável do planeta , com mais de 160 milhões de hectares de áreas planas, férteis, com chuvas regulares, e drenadas por duas grandes bacias hidrográficas convergentes, do Araguaia e do Tocantins, consolidando o turismo de agrobusiness, ecoturismo e todas as outras modalidades dos produtos turísticos .


Além de tudo, o eixo Araguaia Tocantins do Plano Plurianual do Governo Federal, para o período 2000 a 2003, contempla a construção da hidrovia dessas bacias com um investimento da ordem de 14 bilhões, com um potencial de produção de mais de 100 milhões de toneladas anuais de grãos para exportação, com valor estimado de U$26 bilhões de dólares por ano. Para fins de comparação, a produção de soja atual do Brasil é de 82 milhões de toneladas.


Vale salientar que o investimento para o PRODETUR Centro Oeste é da ordem de 550 milhões de reais.


Somente na região de Brasília e do Entorno, que compreende 22 municípios correspondentes aos estados de Goiás e Minas Gerais, vai exigir imensos investimentos na área de saneamento básico, rodovias e todas as outras necessidades de infra-estrutura. Por isso mesmo, o Congresso Nacional promulgou a lei complementar n0 94, de 19 de fevereiro de 1998, instituindo a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno – RIDE, objetivando estabelecer um mecanismo institucional que vai permitir ao poder público desenvolver essa região de forma imediata.


Finalmente, para que Brasília se viabilize como destino turístico de categoria mundial, é primordial que os investimentos em promoção turística sejam realizados com o apoio de intensa atividade de Marketing local, nacional e internacional. É indispensável o conhecimento dos destinos pelos operadores para venda de pacotes turísticos aos segmentos-alvo dos turistas potenciais, os quais podem ser realizados em conjunto com as atividades de Marketing da Embratur.


A matéria na íntegra você encontra na edição de agosto da Folha do Meio Ambiente