FAO: transgênicos são bons, mas não chegam aos pobres
24 de maio de 2004A questão dos transgênicos não deve ser tratada ideologicamente, mas sim racionalmente. Agora, a Organização para Agricultura e Alimentação da ONU (FAO) tomou posição frente aos Organismos Geneticamente Modificados e saiu em defesa de alimentos transgênicos com três argumentos fortes: ajudam financeiramente fazendeiros, trazem alguns benefícios econômicos e nenhum prejuízo à saúde. Em relatório, a… Ver artigo
A questão dos transgênicos não deve ser tratada ideologicamente, mas sim racionalmente. Agora,
a Organização para Agricultura e Alimentação da ONU (FAO) tomou posição frente aos Organismos Geneticamente Modificados e saiu em defesa de alimentos transgênicos com três argumentos fortes: ajudam financeiramente fazendeiros, trazem alguns benefícios econômicos e nenhum prejuízo à saúde. Em relatório, a FAO afirmou que o principal
problema com a biotecnologia na agricultura, até agora, é o fato de a técnica não ter chegado
rapidamente até os agricultores pobres e ter sido focada na maioria das vezes a favor de interesses econômicos. Algumas afirmações do relatório “Biotecnologia Agrícola: Respondendo às Necessidades dos Pobres?” tem alimentado mais ainda o debate sobre produtos geneticamente modificados, num momento em que essa tecnologia continua a enfrentar oposição de
vários ambientalistas.
“O mundo terá 2 bilhões de pessoas a mais
para alimentar em 30 anos, um desafio que a biotecnologia pode ajudar a enfrentar.”
“Os pobres não recebem os benefícios dos
transgênicos porque os produtos de que
necessitam são ‘culturas órfãs”, que não são alvo dos US$ 3 bilhões investidos todos os anos em pesquisas sobre a biotecnologia agrícola”.
“Um algodão resistente a insetos, desenvolvido pela China, é exemplo de como os países em desenvolvimento podem se beneficiar dos
transgênicos. Quatro milhões de pequenos
agricultores chineses cultivam algodão
transgênico, que fez as safras aumentarem
20% e reduziu o uso de pesticidas na
China em um quarto”.
“Até agora houve pouco progresso. Em vez de melhorar o valor nutricional de culturas importantes para a alimentação como o arroz e a mandioca, a indústria desenvolveu quatro variedades
principais de transgênicos: algodão, milho, canola e soja”.
“As preocupações sobre os efeitos da engenharia genética sobre o meio
ambiente são justificadas e os
transgênicos têm de ser cuidadosamente regulamentados para evitar qualquer risco e ganhar a confiança dos
consumidores. Os cientistas em geral concordam que os transgênicos atuais e os alimentos feitos com eles são seguros. Mas pouco se sabe sobre os efeitos
de longo prazo”.