Folha do Meio HÁ 15 ANOS Dezembro de 1989

A comunidade é quem decide

10 de dezembro de 2004

Tese do pesquisador José Fernando Morais: a conservação dos recursos naturais em bacias hidrográficas tem que ser socialmente justa. Secretário de Recursos Naturais do Ministério da Agricultura, Fernando Morais é responsável pela condução do Programa Nacional de Microbacias Hidrográficas, que busca o apoio conjunto dos poderes públicos municipal, estatal e federal no desenvolvimento integrado de… Ver artigo

Tese do pesquisador José Fernando Morais: a conservação dos recursos naturais em bacias hidrográficas tem que ser socialmente justa. Secretário de Recursos Naturais do Ministério da Agricultura, Fernando Morais é responsável pela condução do Programa Nacional de Microbacias Hidrográficas, que busca o apoio conjunto dos poderes públicos municipal, estatal e federal no desenvolvimento integrado de comunidades rurais, organizadas em função de uma microbacia, e que privilegia o manejo e a conservação de solos, a recuperação de florestas e de mananciais hídricos, bem como a melhoria do equilíbrio ambiental.
Atento às desigualdades entre comunidades urbanas e rurais, o secretário relaciona dois princípios do que pode se chamar de “ecologia social”, previstos no programa:
1) As comunidades rurais precisam ser tão bem atendidas em serviços públicos quanto as cidades;
2) O meio ambiente começa no meio da gente.
As comunidades rurais precisam
ser tão bem atendidas em serviços públicos quanto as cidades
Como preconiza o Programa de Microbacias, Morais defende que os projetos de conservação de recursos naturais devam nascer da decisão da comunidade e que os governos ajudem naquilo que for necessário. “Só assim, respeitando a visão do problema destes cidadãos, e agindo interativamente é que se terá uma consciência da necessidade de conservação. Respeitar sua decisão é reconhecê-los integrante do meio ambiente”, observa.


Negociação da dívida externa é boa opção para o meio ambiente


Os cientistas Paulo de Tarso Alvim, da Ceplac, e  Philip Fearnside, do INPA, defenderam a negociação da dívida externa brasileira em projetos de meio ambiente com o objetivo de preservação dos recursos naturais, recuperação de áreas degradadas e, sobretudo, através do incentivo à ciência e pesquisa para a busca de tecnologias limpas. ?A ocupação da Amazônia tem que ser antecedida por um grande investimento em ciência pelas universidades e centros de pesquisa?, diz Tarso Alvim.


A Folha do Meio Ambiente circulou pela 1a vez em
23 de junho 1989. Nestes 15 anos, o jornal chegou a 3.250 municípios, a todos os postos diplomáticos brasileiros no exterior, a todas as embaixadas
estrangeiras no Brasil, todas as ONGs nacionais e estrangeiras e a mais de 15 mil escolas no País.