APA da Mantiqueira

Mutirão ambiental pelas encostas da Mantiqueira

18 de julho de 2005

A  bela região da serra da Mantiqueira que abriga o Parque Nacional de Itatiaia         A bióloga Isabel de Andrade Pinto e a pedagoga Hélène Arthur Delmonte se entregaram ao trabalho de conscientização da comunidade.   A região da Mantiqueira, que abriga o Parque Nacional de Itatiaia, tem paisagens de rara beleza… Ver artigo

A  bela região da serra da Mantiqueira que abriga o Parque Nacional de Itatiaia


 


 


 


 


A bióloga Isabel de Andrade Pinto e a pedagoga Hélène Arthur Delmonte se entregaram ao trabalho de conscientização da comunidade.


 


A região da Mantiqueira, que abriga o Parque Nacional de Itatiaia, tem paisagens de rara beleza cênica e ainda guarda resquícios de mata atlântica nativa.
Em 1985, foi criada a APA da Mantiqueira, a mais extensa Área de Proteção Ambiental já declarada no País. Os proprietários continuaram donos de suas terras e aliaram seu trabalho à conservação do meio ambiente. No entanto, um grupo de pessoas, entre ambientalistas, biólogos e gente da comunidade, resolveu participar de forma mais ativa. Para isso, criaram um projeto de gestão participativa na APA da Mantiqueira.
O projeto é coordenado pela Fundação Matutu e pelo Ibama. O interessante da gestão participativa é a parceria com vários colaboradores locais e nacionais. Confiante nesta forma de participação, o Fundo Nacional de Meio Ambiente destinou uma verba de R$ 100 mil para este projeto de fortalecimento do Conselho de Gestão da APA da Mantiqueira.
Quem chega ali no vale da Colina, em Campo Redondo e no Matutu, lugares tão bucólicos, não percebe que mais de 50 jovens trabalham ativamente no projeto. Eles entrevistam pessoas da região procurando saber o que eles pensam do meio ambiente em que vivem, buscando questionamentos e procurando respostas.
Antes eles tiveram que fazer um curso de capacitação, pelo qual receberam uma bolsa-auxílio de 100 reais para a realização o trabalho.
No final do ano passado, foram feitos vários encontros regionais, onde os jovens puderam apresentar os resultados de suas pesquisas.
Responsável pela pesquisa socioambiental do projeto, a bióloga Isabel Andrade Pinto diz que os resultados ainda estão sendo analisados, mas que já deu para perceber que a comunidade anseia por informações e está disposta a colaborar no que for preciso. E completa: “A conscientização ambiental é forte na região e muitas iniciativas partem da própria população”.
Com a definição do zoneamento ambiental, diretrizes de uso do solo e implantação de programas específicos de incentivo às modalidades de manejo existentes, fez-se necessário criar anteriormente um Conselho de Gestão da APA da Mantiqueira, que pudesse gerenciar todas estas atividades.
O projeto vem em tempo de fortalecer este conselho de gestão da APA. Além da aprovação pelo FNMA, o projeto tem parceiros de peso como o INPE, a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Universidade Federal de Lavras,  Instituto Sócio Ambiental, SOS Mata Atlântica, Parque Nacional Itatiaia e o Parque Estadual de Campos do Jordão.
 Uma das propostas do projeto é realizar oficinas participativas, mostrando um retrato sócio-econômico, cultural e ambiental da APA. Para isso, são utilizadas estratégias alternativas de comunicação e difusão das informações. Nestas ações,  são geradas cartilhas, folders, boletins informativos e um banco de dados com todas as informações sobre a APA.
Visando a educação ambiental, uma parte das cartilhas é direcionada para a rede de ensino e prefeituras. As cartilhas também têm um CD contendo sistema de informação geográfica com informações georeferenciadas da caracterização socioambiental.
Para Manoel Antônio Fortuna Serra Lopes, presidente da Fundação Matutu, este projeto além de respeitar a fragilidade do ecossistema, busca a inclusão social e a autogestão. “É a partir do contexto local que se deve partir para a resolução dos problemas ambientais de cada comunidade”, diz ela.
Vários temas são discutidos nos encontros. Desde a legislação em áreas protegidas até diagnóstico participativo e  interpretação da região por imagens de satélites.
Todos sabem que quando a vida se equilibra, a natureza agradece.