Folha do Meio Ambiente

Jorge Khoury, novo presidente do Comitê da Bacia do rio São Francisco, faz seu alerta: o São Francisco agoniza há anos com o assoreamento, a derrubada de matas ciliares e o lançamento de esgotos sem tratamento. E os recursos vão todos para transposição.

A reunião de Salvador colocou em discussão as deliberações 20 e 21, definidas na última reunião plenária, realizada em junho em Belo Horizonte. Entre os assuntos tratados estavam as medidas para implementação do Plano de Recursos Hídricos da Bacia, o agendamento de reuniões da diretoria-executiva com o MMA/Ibama, Agência Nacional de Águas, Banco Mundial, GEF e Chesf.
Também foi discutida a renovação da composição de três das cinco câmaras técnicas que formam o Comitê, o plano de trabalho para estruturação das unidades regionais do Alto, Médio, Sub-médio e Baixo São Francisco, e definição do plano de ação para os próximos dois anos, estratégias e o cronograma de reuniões do grupo. Já estão previstas reuniões das Câmara consultivas regionais para o mês de agosto.

Gestão 2005/2007
Jorge Khoury foi eleito presidente do CBH-SF há cerca de um mês, na última reunião plenária do comitê, realizada em Belo Horizonte. Além da nova diretoria-executiva, todas as 120 cadeiras que compõem o CBH-SF, 60 titulares e 60 suplentes, passaram por processo de renovação, sendo que cerca de 40% dos membros foram reeleitos. Khoury obteve 53 votos dos 60 membros titulares do CBH-SF e garantiu continuar a luta para a revitalização do “Velho Chico”. “Estamos juntos nessa causa ambientalista”, avisou.
Baiano nascido às margens do São Francisco, no município de Juazeiro, Jorge Khoury ocupava o cargo de vice-presidente do CBH-SF e sempre apresentou uma posição combativa ao projeto de transposição apresentado pelo governo federal.
O novo presidente do CBH-SF aponta diversas falhas no projeto federal, a exemplo da pouca importância dada à revitalização da bacia, que “agoniza há anos com o assoreamento, a derrubada de matas ciliares e o lançamento de esgotos sem tratamento”, alerta o presidente. Khoury também costuma lembrar que muitos projetos de irrigação – a exemplo dos projetos Salitre e Baixio de Irecê, ambos na Bahia – de responsabilidade do próprio governo federal, estão parados sob a alegação de falta de recursos financeiros. “O governo federal diz que não tem dinheiro para concluir estes projetos e pretende investir R$ 4,5 bilhões na transposição, um projeto duvidoso e, comprovadamente, inviável ambientalmente falando”, conclui.