Atitude solitária cidadã
8 de agosto de 2005Na última edição, a Folha do Meio dedicou oito páginas sobre a Movimento de Cidadania pelas Águas. Foi um balanço deste mutirão pelas águas. Evidente que todo esforço organizado, bem orientado e constante é importantíssimo para o meio ambiente. Para despoluir, basta deixar de poluir, pois a natureza – sempre magnânima – se encarrega do… Ver artigo
- Na última edição, a Folha do Meio dedicou oito páginas sobre a Movimento de Cidadania pelas Águas. Foi um balanço deste mutirão pelas águas. Evidente que todo esforço organizado, bem orientado e constante é importantíssimo para o meio ambiente.
- Para despoluir, basta deixar de poluir, pois a natureza – sempre magnânima – se encarrega do resto.
- Mas tem muita gente que não gosta de dar as mãos, não gosta de participar de reuniões e diz não ter tempo para entrar nestes movimentos. Mesmo que eles sejam positivos e os considere essenciais. Questão de personalidade.
- No entanto, tem um movimento que qualquer um pode participar. Não precisa de reunião, de encontro e de agenda. É um movimento solitário. Simples. Que não precisa perder (se é que é perder) tempo com discussões e estratégias: é o movimento do cidadão consciente.
- Em que consiste? Na simplicidade de cumprir, no dia a dia, os compromissos da civilidade, da educação e das boas maneiras. Por exemplo: não desperdiçar água, não jogar lixo no chão, não jogar guimba de cigarro, papel de bala, chiclete na rua.
- Todos esses descartes vão acabar sendo levados pelas chuvas para os bueiros e o destino da água pluvial é certo: um rio, algum lago ou o próprio mar.
“Nunca sinta ódio pelos seus inimigos.
Isto pode afetar seu raciocínio em relação a eles.”
De Michel Corleone, sabiamente, no filme Poderoso Chefão 3.
Poder político da Mulher
- Apenas como referência, um dado interessante: nesta última eleição, os 27 estados brasileiros tiveram 3.417 candidatos à Câmara Federal. Deste total, apenas 352 eram do sexo feminino. Foram eleitos 484 homens e 29 mulheres. Ou seja, Câmara Federal é feminino apenas no vernáculo, pois na essência é masculino: 94,35% dos parlamentares são homens.
- Se acharam a estatística interessante, lá vai mais: as Assembléias Legislativas elegeram 105 deputadas ou 9,92% do total de parlamentares. Já os homens ocupam nada menos do que 1.059 cadeiras nas Assembléias, ou seja, 90,08%. Foi um total de 10.668 candidaturas e, delas, apenas 1.388 eram de mulheres. A Paraíba foi o estado que mais elegeu mulheres: 7 mulheres num total de 36 eleitos.
- As mulheres (que têm apenas uma governadora, Roseana Sarney, do Maranhão) fizeram ainda duas senadoras: Maria do Carmo Alves, do Sergipe, e Heloísa Helena, de Alagoas. Assim, nesta próxima Legislatura, o Senado terá um total de 5 senadoras. Além de Maria do Carmo (PFL-SE) e Heloísa Helena (PT-AL), que estão chegando, cumprem mais quatro anos de mandato as senadoras Marina Silva (PT-AC), Emília Fernandes (PDT-RS) e Marluce Pinto (PMDB-RR). As senadoras Júnia Marise (PDT-MG) não se reelegeu e Benedita da Silva (PT-RJ) foi eleita vice-governadora do Rio e dará lugar ao suplente Geraldo Cândido da Silva.
- Diante deste quadro, vale a pena estudar o resgate da importância das cotas para as candidaturas eleitorais, que é de um mínimo de 25% das vagas para o sexo feminino. Não foi fácil preencher estas vagas, tanto assim que apenas o estado de Tocantins conseguiu atingir esta cota mínima estabelecida em lei.
Antártica, Antárctica ou Antártida
- Há 15 anos o Brasil montou a “Estação Antártica Comandante Ferraz”. (Veja matéria na página 8 do Caderno de Ecoturismo). A gente está sempre deparando com esta confusão: alguns jornais escrevem Antárctica, outros Antártica (sem o “c”) e outros Antártida.
- Por via das dúvidas, resolvi ouvir o serviço de consultoria de Língua Portuguesa, que a Universidade de Brasília mantêm de longa data e com muita eficiência (061) 340-6162.
- Veio então a explicação da professora Letícia Magro Del Gaudio:
- Antártida é uma grafia aceitável e não totalmente correta. Mas Antárctica é a forma oficial, erudita e a preferida pelos especialistas. Vem do grego: o prefixo Anti + Artikós, que significa o oposto à região Ártica. Sempre com “c” antes do “t”.
- Quanto à forma Antártica, (sem o c antes do t) ela se popularizou e a Marinha brasileira acabou por batizar sua base no continente branco de “Estação Antártica Comandante Ferraz”.
- Pelo sim, pelo não, vale lembrar que Antárctica, a forma mais correta, é a mesma da cerveja. Com certeza, o marketing da cervejaria não ia dormir no ponto.
Celular, herói ou vilão?
- O mundo avança, as pessoas conseguem mais conforto, a ciência traz melhorias na qualidade de vida, os negócios crescem, a comunicação evolui e, quem diria, os avanços tecnológicos que trazem tantos benefícios trazem também muitos problemas. Um exemplo é a nova categoria de resíduos tóxicos que começa, já em progressão geométrica a provocar as maiores agressões ao meio ambiente: o descarte em grande quantidade de baterias de celular.
- O problema cresce. Nem o governo, nem as indústrias e nem as empresas que operam com a telefonia celular tomam uma iniciativa séria e definitiva para resolver a questão.
- Nesse novo lixo tóxico entram componentes como mercúrio, níquel e cádmio que afetam tanto o solo e a água como o próprio organismo humano.
- E mais: atrás do lixo das baterias de celular vem o descarte das pilhas, das lâmpadas fluorescentes, das peças de computador, dos “tonner” de impressoras etc.
- Se o Conama funcionasse, quem sabe já se teria encontrado uma saída?
* * *
SERIEDADE – Civilidade é isso: na Alemanha só se compra bateria de celular ou pilha de câmera fotográfica, se o cliente apresentar ao vendedor da loja a bateria e pilha usadas.
SINAL DOS TEMPOS – Os tempos andam tão bicudos, a vida tão difícil e a crise tão grande, que um respeitável empresário de Brasília não se deixou intimidar, foi à forra e bronqueou legal com um guarda que o interpelou: – O senhor sabe com quem está falindo? E o velho empresário ainda justificou: – Lutei tanto para deixar de ser pobre e atingir a classe média. Puxa vida! Quando consegui, a classe média ficou pobre!
VERDADE – Sempre é bom lembrar: o saneamento é mais barato do que construir ambulatórios e hospitais, onde 65% das doenças têm origem em problemas com água poluída.