Mercado ambiental brasileiro é estimado em US$ 2 bi anuais

8 de agosto de 2005

Empresas alemãs de tecnologia ambiental pretendem intensificar sua atuação no Brasil nos primeiros anos do Século 21. A Alemanha é a líder mundial em tecnologias na área ambiental, um mercado em crescimento estimado em mais de US$ 400 bilhões. A Alemanha é responsável por 20% das vendas mundiais no setor, seguida pelos Estados Unidos (18%)… Ver artigo

Empresas alemãs de tecnologia ambiental pretendem intensificar sua atuação no Brasil nos primeiros anos do Século 21. A Alemanha é a líder mundial em tecnologias na área ambiental, um mercado em crescimento estimado em mais de US$ 400 bilhões. A Alemanha é responsável por 20% das vendas mundiais no setor, seguida pelos Estados Unidos (18%) e Japão (14%).


As perspectivas de vendas da tecnologia ambiental alemã para o Brasil  foram discutidas durante o XI Seminário de Jornalistas, realizado dias 6 e 7 de março no Guarujá, litoral de São Paulo, em promoção conjunta da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo, Embaixada e Consulado-Geral da Alemanha.  Na abertura do Seminário, o embaixador da Alemanha no Brasil, Claus J. Duisberg, lembrou que a Alemanha tem mantido uma sólida cooperação com o Brasil na área ambiental, principalmente depois da RioEco-92.


O embaixador citou o financiamento, pelo governo alemão, de grande parte do Programa de Proteção das Florestas Tropicais, desenvolvido no Brasil pelo G-7, e também os recursos aplicados no Brasil pela GTZ, organização alemã de apoio a projetos nos países em desenvolvimento. Desde 1963 a GTZ investiu cerca de US$ 440 milhões em projetos de desenvolvimento no Brasil. Entre outros, a agência alemã financia no momento os projetos de recuperação de áreas degradadas por lixo tóxico na Grande São Paulo, o monitoramento da qualidade do ar na Região Metropolitana do Recife e o Programa de Impactos Ambientais de Barragens, no Paraná. A GTZ planeja desenvolver em breve na Grande São Paulo um grande projeto de ciclovias. Para o embaixador Duisberg, o Brasil é considerado pela Alemanha como um País prioritário para relacionamentos na área ambiental. A Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo, a maior do mundo, foi a primeira em escala mundial a criar a função de gerência em meio ambiente, em 1996. Em 1998, a Câmara lançou o “Primeiro Guia de Tecnologias Ambientais Brasil-Alemanha 1999-2000”. Uma das metas da Câmara para 1999 é conquistar a norma ISO 14.000, de gestão ambiental.


O Seminário
O Seminário realizado pela Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo mostrou que existe um enorme potencial no setor ambiental brasileiro. O mercado ambiental brasileiro é estimado em US$ 2 bilhões anuais, com projeção de crescimento (feita antes da crise do real) de 8% anuais até o início do Século 21.  As importações de tecnologia ambiental pelo Brasil movimentam por ano US$ 660 milhões, ou 30% do total. De acordo com dados de 1997, os Estados Unidos lideram, com US$ 231 milhões (35%), o clube de países que vendem tecnologia ambiental para o Brasil. Em seguida aparecem a própria Alemanha, com US$ 165 milhões (25%), a França com US$ 99 milhões (15%) e o Canadá com US$ 79 milhões (12%).


Controle da poluição atmosférica, tratamento de água e esgotos, gerenciamento de lixo urbano são as áreas que, na avaliação dos empresários alemães, existem maiores perspectivas de relacionamento com o Brasil. O presidente da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo, Ingo Ploger, acredita que, se o setor de saneamento básico caminhar para a privatização no Brasil, existem grandes possibilidades de investimento do capital alemão também nessa esfera.


Entre 27 de abril e 7 de maio, prefeitos  de várias capitais e grandes cidades brasileiras participam, em Munique, da Feira de Tecnologia Ambiental (IFAT). Os prefeitos vão visitar a Feira – grande vitrine da indústria alemã em tecnologia ambiental – a convite da Associação Nacional dos Municípios e Meio Ambiente (ANAMMA), que é presidida por Werner Zulauf, ex-secretário do Verde e Meio Ambiente de São Paulo. Os prefeitos vão conhecer sobretudo as novas tecnologias alemãs em incineração e compostagem de resíduos.