Folha do Meio HÁ 16 ANOS - Microbacias hidrográficas

A comunidade é quem decide

25 de novembro de 2005

Atento às desigualdades entre comunidades urbanas e rurais, o secretário relaciona dois princípios do que pode se chamar de "ecologia social", previstos no programa: 1) As comunidades rurais precisam ser tão bem atendidas em serviços públicos quanto as cidades; 2) O meio ambiente começa no meio da gente. Como preconiza o Programa de Microbacias, Morais… Ver artigo

Atento às desigualdades entre comunidades urbanas e rurais, o secretário relaciona dois princípios do que pode se chamar de "ecologia social", previstos no programa: 1) As comunidades rurais precisam ser tão bem atendidas em serviços públicos quanto as cidades; 2) O meio ambiente começa no meio da gente.
Como preconiza o Programa de Microbacias, Morais defende que os projetos de conservação de recursos naturais devam nascer da decisão da comunidade e que os governos ajudem naquilo que for necessário. "Só assim, respeitando a visão do problema destes cidadãos, e agindo interativamente é que se terá uma consciência da necessidade de conservação. Respeitar sua decisão é reconhecê-los integrantes do meio ambiente", observa.
Baseando-se nos custos da conservação de solos, mananciais, flora, fauna e do trabalho extra que isto acarreta – de que se beneficia a sociedade urbana -, o secretário também acha necessário algum tipo de retribuição, por parte desta sociedade, ao seu esforço conservacionista, através de benefícios e serviços públicos. Ele ilustra sua tese com o exemplo norte-americano, onde o proprietário, que exerce um manejo conservacionista nas cabeceiras dos cursos d'água, recebe do governo mais benefícios dos que estão a jusante.
O Programa de Microbacias, segundo Morais, tenta resgatar parte desta dívida. Ele procura levar às pequenas comunidades rurais todo o conhecimento técnico disponível, através de pesquisas científicas e aporte de assistência técnica no local, pois, na sua opinião, sem livre acesso ao conhecimento científico da natureza não há conservação.

A Folha do Meio Ambiente circulou pela 1a vez em 23 de junho 1989. Nestes 16 anos, o jornal chegou a 3.250 municípios, a todos os postos
diplomáticos brasileiros no exterior, a todas as
embaixadas estrangeiras no Brasil, todas as ONGs nacionais e estrangeiras e a mais de 15 mil escolas no País.