Editorial

Caro Leitor

20 de dezembro de 2006

Lá se foi o 2006 e é hora de se fazer um balanço de trabalho e de vida. Todos os dezembros trazem dois sentimentos importantes. Primeiro o de festa e de família, pelo Natal e pelo Reveillon. E, segundo, o de fim de caminho e de início de nova jornada. Na verdade, dezembro nos permite… Ver artigo

Lá se foi o 2006 e é hora de se fazer um balanço de trabalho e de vida. Todos os dezembros trazem dois sentimentos importantes. Primeiro o de festa e de família, pelo Natal e pelo Reveillon. E, segundo, o de fim de caminho e de início de nova jornada. Na verdade, dezembro nos permite fazer um balanço e uma análise de nossas ações durante o ano que termina. Os janeiros sempre chegam trazendo uma áurea de esperança e um renovar de compromissos. Independente de pátrias, de credos e de ideologias, um novo ano é sempre tempo de comemorar a vida e as amizades. E de agradecer a Deus e aos homens de boa vontade.
Nessa edição de dezembro estamos fazendo uma retrospectiva de 2006. Um balanço ambiental que sempre nos leva a nos posicionar em relação às nossas obrigações e trabalhos profissionais e pessoais para 2007. E é bom que seja assim. Ainda está muito forte na minha cabeça as imagens e as mensagens do filme A Verdade Inconveniente, do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, cobrando uma posição de nossa geração com uma pergunta que as novas gerações certamente nos farão: “Aonde estavam nossos pais, que não pensaram nem acordaram, enquanto ainda havia uma chance para o planeta Terra?”
Pois é, o século 21 é assim: nos países ricos, a produção de automóveis ultrapassou a taxa de natalidade, ou seja, nascem mais carros do que crianças. As novas tecnologias deixam rapidamente obsoletos computadores, celulares, eletrodomésticos, tevês e brinquedos, enquanto a força do marketing incentiva as pessoas a trocarem equipamentos mais antigos por versões mais modernas. Acrescente a todo esse arsenal facilitador de um consumo compulsivo à comodidade dos descartáveis: fraldas, toalhas, guardanapos, luvas, coadores de café, embalagens de vidro, de plástico, de lata e de papel, todas cada vez mais resistíveis.
A Terra está com mais de seis bilhões de habitantes. E caminha para uma saturação do uso de recursos naturais e, evidentemente, de muito mais lixo. Se, de um lado, existem pessoas  egoístas, mercenários, interesseiros e gananciosos, de outro também existem os guardiões e os voluntários que lutam por um novo tempo e por uma nova ordem universal.
Quem acompanhou a vida política de parlamentares, de autoridades do Executivo e do próprio Judiciário de nosso País pôde comprovar cenas e ações terríveis de desamor à Pátria e aos princípios éticos. Mas, se para alguns a  ética não existe, que exista pelo menos a censura da sociedade e a punição da Justiça. O século 21 não pode continuar sendo o século da impunidade, geradora principal da audácia de quem não pensa no bem comum.
Obrigado, amigo leitor, por mais esta caminhada em 2006. Um caminhar que vem sendo feito nas páginas da Folha do Meio Ambiente desde junho de 1989. Em 2007, serão 18 anos de uma convivência sadia, rica e muito positiva. Aprendemos muito. Quanto maiores foram os obstáculos, maiores foram as vitórias e o aprendizado. E a vida é assim: leva-se um certo tempo para construir confianças. Mas, em segundos pode-se destruí-la. O segredo é ser vigilante. Estar atento. Em segundos, também, se pode fazer coisas pelas quais nos arrependeremos pelo resto da vida.
Falei de Al Gore e termino com uma frase sua sobre o que o levou a fazer o filme: “Quero ganhar a opinião pública para que ela pressione os políticos a agir com ética e a favor do bem comum”. Está aí a verdade que convém.
Um Feliz Natal e que em 2007 vença o amor, a amizade e a solidariedade.