Corpo & Saúde

Obesidade e as gorduras

26 de abril de 2007

 O surgimento dessa doença está principalmente relacionado ao estilo de vida da po-pulação. No que diz respeito à alimentação, as pessoas têm consumido, em excesso, alimentos ricos em energia, com altos teores de açúcar e gorduras e pobres em outros nutrientes.Há evidências concretas de que algumas doenças típicas do adulto (obesidade, doenças cardíacas, câncer e… Ver artigo

 O surgimento dessa doença está principalmente relacionado ao estilo de vida da po-pulação. No que diz respeito à alimentação, as pessoas têm consumido, em excesso, alimentos ricos em energia, com altos teores de açúcar e gorduras e pobres em outros nutrientes.
Há evidências concretas de que algumas doenças típicas do adulto (obesidade, doenças cardíacas, câncer e osteoporose) são processos patológicos que refletem a exposição cumulativa a fatores de risco, dentre eles a dieta, quando não é diversificada e equilibrada.
Face a esse problema, durante a 57ª Assembléia da Organização Mundial de Saúde, foi aprovada a Estratégia Global para a Promoção da Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde, da qual o Brasil foi um dos signatários. Esse documento tem como meta promover e proteger a saúde, orientando a criação de um segmento favorável para a adoção de medidas sustentáveis em nível individual, comunitário, nacional e mundial, que, em conjunto, dão lugar a redução da morbidade e da mortalidade associadas a uma alimentação pouco saudável e a falta de atividade física.
A Estratégia Global recomenda obter o equilíbrio e um peso normal. Para a alimentação, limitar a ingestão energética procedente das gorduras. Substituir as gorduras saturadas por gorduras insaturadas e tratar de reduzir os ácidos graxos trans. Aumentar o consumo de frutas, legumes, verduras, cereais integrais e frutas secas. Limitar a ingestão de açúcares livres e de sal.


O que são essas gorduras presentes nos alimentos?


Existem quatro tipos, todas com o mesmo valor calórico (9 cal por grama), que são as gorduras saturadas, as insaturadas (subdivididas em monoinsaturadas e poliinsaturadas) e as gorduras trans. Elas têm esses nomes em decorrência da conformação molecular, que lhes confere propriedades diferentes.
As gorduras saturadas são sólidas à temperatura ambiente. Estão principalmente presentes nos alimentos de origem animal (carnes, vísceras, embutidos, leite integral, manteiga, creme de leite, iogurte integral, requeijão, queijos, bacon e banha de porco), e em alguns alimentos de origem vegetal (azeite de dendê, polpa e óleo de coco e chocolate).
Quando consumidas em excesso, são responsáveis pelo aumento de colesterol no sangue e pela formação de placas de ateroma, aumentando o risco de doenças cardíacas e acidentes cardiovasculares (AVC).
As gorduras monoinsaturadas são líquidas à temperatura ambiente e de origem vegetal. As maiores fontes são o azeite de oliva extra virgem e processado à frio, o óleo de canola, e o abacate.
As gorduras poliinsaturadas são também líquidas à temperatura ambiente. Estão presentes principalmente em alimentos de origem vegetal (óleos de girassol, milho, soja, açafrão, semente de linhaça, nozes, amêndoas, casta-nha do Pará e castanha de caju) e em alguns alimentos de origem animal, como os peixes que vivem em águas frias (atum, salmão, arenque, anchova, cavala, truta, sardinha).
Hoje já se tem conhecimento de que o consumo regular e mo-derado de gorduras do tipo mono e poliinssaturadas, como o azeite de oliva, peixes originados de água fria e frutas oleaginosas podem ajudar na prevenção de algumas doenças. Elas ajudam a proteger os vasos sanguíneos, aumentando a concentração do HDL Colesterol (lipoproteína de alta densidade, o chamado “bom” colesterol) no sangue e diminuindo o LDL Colesterol (lipoproteína de baixa densidade, o colesterol “ruim”).


Gorduras
As gorduras trans, nome simplificado da expressão química “ácidos graxos transversos”, aumentam as concentrações de LDL Colesterol e de triglicerídios, além de diminuir as concentrações de HDL Colesterol no sangue, razão pela qual estão associadas às doenças do aparelho cardiovascular.
A  orientação é de que o consumo seja o menor possível, procurando não ultrapassar a quantidade de 2 g por dia. Esse tipo de gordura é  formado por um processo de hidrogenação natural (ocorrido no rúmen de animais) ou indus-trial. As indústrias usam o processo de hidrogenação para transformar óleos vegetais líquidos em gordura sólida ou semi-sólida à tempe-ratura ambiente. 
Essas gorduras modificadas industrialmente são utilizadas para melhorar a consistência dos alimentos e também aumentar a vida de prateleira de alguns produtos. São usadas na fabricação de algumas margarinas, gordura para frituras, massas, sorvetes, bolos, salgadinhos de pacote, biscoitos e batata frita, por exemplo. Os alimentos de origem animal como a carne e o leite possuem pequenas quantidades dessas gorduras. Assim, fique atento às informações presentes nos rótulos dos alimentos. Selecione os que mais satisfizerem suas necessidades nutricionais, preferindo aqueles com menores teores de gorduras saturadas e de gorduras trans.


ESPAÇO DO LEITOR


Estou tentando emagrecer, mas nos fins de semana costumo tomar uma cervejinha. Isso faz engordar?
Augusto Pereira – São Paulo – SP


Augusto, um grama de álcool tem 7 cal (calorias). Os carboidratos ou proteínas têm 4 calorias por grama. Assim, um copo de cerveja engorda mais que uma fruta ou um pedaço de pão. Então, se o objetivo é emagrecer, evite bebidas alcoólicas.



Qual a diferença entre alimentos diet e light?
Maria Alice Couto – Pouso Alegre – MG


Maria Alice, sua pergunta é muito freqüente. Muitas pessoas não sabem diferenciar os produtos lights dos diets. Alimentos Diets ou dietéticos são aqueles produzidos para atender às necessidades específicas de alguns indivíduos, como, por exemplo, os portadores de diabetes. Esses produtos têm um determinado ingrediente, que pode ser o açúcar, o sal, ou a gordura, totalmente retirado de sua composição. Para o caso do diabético, o alimento dietético não deve conter açúcar. Os lights são alimentos que têm algum de seus componentes com quantidade diminuída. Eles devem apresentar redução de pelo menos 25% do teor de gordura, açúcar ou de outro componente, o que leva, geralmente, a uma diminuição do valor calórico em relação ao mesmo produto, na sua forma convencional. E atenção: nem todos os produtos
 diet estão livres do açúcar, e ser diet não significa que o alimento tenha poucas calorias. Por isso, leia sempre o rótulo dos produtos, onde estão contidas as informações nutricionais dos alimentos.


(*) Jussara Helou de Mesquita é Nutricionista – CRN1-3905 – [email protected]