Folha do Meio Ambiente

A manipulação da JB Carbon foi evidente. Além de patrocinar a veiculação de matérias pagas em um canal de TV local, trouxe a advogada Samanta Pineda que representava as madeireiras, carvoarias e o deputado da UDR, Max Rosenmann e ainda contratou três ônibus para transportar trabalhadores para pressionar os deputados. Tudo sob a coordenação da esposa do vice-prefeito de Morro Cabeça no Tempo, Dalva, acusada de vender terras públicas devolutas a JB Carbon, no município. Mesmo assim, o bom senso prevaleceu  e a audiência foi uma vitória para os ambientalistas.
Já a representante do Ibama, Eugênia Medeiros, disse que o projeto Energia Verde é legal, foi aprovado pelo o MMA e que na área não tem Mata Atlântica conforme diz a lei 11.428/2006. Em momento algum, a técnica do Instituto Chico Mendes se posicionou favorável à criação do parque, afirmando que o projeto da JB se tratava de um plano de manejo florestal sustentável. “Ela fez tanto lobby para a JB que foi aplaudida pelo o grupo da empresa”, disse Francisco Soares, da Furpa. Os ambientalistas sentiram-se vitoriosos com o pronunciamento da Curadora do Meio Ambiente do Piauí, Carmem Almeida, que em sua fala reprovou e criticou a advogada Samanta Pineda, perguntando-lhe para quem ela estava a serviço e comentando que a mesma representava um Estado, Paraná, que não era exemplo de conservação do meio ambiente. O deputado Marden Menzes, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia, também desmascarou Samanta que tentou se apresentar como representante da frente parlamentar da Câmara dos Deputados, ao pedir que ela mostrasse ofício que lhe credenciasse a falar em nome daquele poder. Ela recuou e se apresentou por outra entidade (Funcerrado). A Curadora Carmem Almeida disse, ainda, que estava claro que havia uma conspiração, “A verdade é que um capitalismo selvagem quer tomar conta de uma região muito rica em biodiversidade”, garantiu Francisco Soares. Para a Curadora, “no Piauí, a política ambiental que se está praticando é irresponsável”.
Sobre o fato levantado pela advogada Samanta Pineta de que há um grupo dentro do MMA contra os empresários,  Francisco Soares rebateu a advogado: “Estão cometendo uma injustiça com quem tem um nome reconhecido internacionalmente pela luta em defesa do meio ambiente no Brasil”. Ele se referia ao Secretário Executivo João Paulo Capobianco e seus assessores. Quem defendeu também a preservação da Serra Vermelha foi o representante nacional do Movimento dos Sem Terras-MST, Claudemir Vieira e dos Quilombolas Antônio Bispo. Claudemir pediu ao deputado Marden que ficasse atento para não permitir a manipulação da Assembléia pelo o agronegócio como tentou o grupo do JB.