Semana Mundial do Meio Ambiente

É tempo de guiar o mundo em direção à neutralidade do clima

19 de junho de 2008

Segundo Achim Steiner, Subsecretário Geral da ONU e Diretor Executivo do Pnuma – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, "as pessoas no mundo desenvolvido, como em alguns países e cidades em desenvolvimento – de Manchester e Manhatan a Moscou e Mumbai – podem desde já começar a deixar o hábito". E explica: algumas… Ver artigo

Segundo Achim Steiner, Subsecretário Geral da ONU e Diretor Executivo do Pnuma – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, "as pessoas no mundo desenvolvido, como em alguns países e cidades em desenvolvimento – de Manchester e Manhatan a Moscou e Mumbai – podem desde já começar a deixar o hábito". E explica: algumas medidas simples podem reduzir à metade as emissões diárias de CO2 de um indivíduo, com a possibilidade de cortes ainda maiores se alguns setores, como os fornecedores de energia, automobilíticos, aviação e fábricas de eletrodomésticos, contribuírem mais para um estilo de vida global mais ecológico. 

 Realizar campanhas para encorajar as companhias aéreas a fornecer milhas para viagens de trem ao invés de milhas aéreas com o objetivo de promover alternativas de transporte menos agressivas ao meio ambiente;
 Acordar com um despertador tradicional ao invés de um eletrônico – isso pode economizar aproximadamente 48 gramas de CO2 por dia.
 Secar as roupas no varal ao invés de secá-las na secadora – uma redução diária de 2,3 Kg de CO2;
 Trocar os 45 minutos na esteira ergométrica por uma caminhada no parque. Isto economiza aproxidamadamente 1 Kg dos principais gases do efeito estufa.

Estas são algumas das conclusões de dois relatórios lançados pelo Pnuma no Dia Mundial do Meio Ambiente, cujo tema é "Deixe o hábito – Rumo a uma Economia com Baixa Emissão de Carbono".
As principais celebrações foram realizadas na Nova Zelândia, um dos cincos países que se comprometeram a reduzir ao máximo suas emissões de carbono. Um dos relatórios, um tipo de guia para uma vida com baixa emissão de carbono, tem como título "Deixe o Hábito: um Guia das Nações Unidas para a Neutralidade Climática".  O relatório foca nos desafios e oportunidades enfrentados pelas maiores indústrias do mundo, incluindo as relacionadas ao transporte aéreo.
Para Achim Steiner "as emissões dos gases do efeito estufa pelos meios de transporte continuam a aumentar ao redor do mundo, sendo a aviação uma das principais fontes e a com maior crescimento. Mas ainda há incontáveis oportunidades políticas, administrativas e tecnológicas para mudar esta tendência por meio de escolhas mais inteligentes por governos, indústrias e o público global".
 "Algumas destas escolhas são grandes – de impostos para encorajar a criação de 'fazendas de vento' na costa em oposição à construção de mais usinas movidas a carvão a políticas nacionais que favoreçam formas mais limpas e ambientalmente corretas de mobilidade e formas que promovam a eficiência energética ao invés do consumo de energia", afirmou Steiner.

 

Mudança de hábito

 

 

 

 

 

Escolhas para reduzir pela metade sua emissão de carbono

O guia da ONU sugere várias pequenas escolhas perfeitamente factíveis, que juntas podem reduzir as emissões das regiões da Ásia, Europa e América do Norte (historicamente, os maiores contribuidores do aquecimento global) de 38 para 14 kg.
Segundo dados do Pnuma, as sugestões, que requerem pouca ou nenhuma mudança nos padrões de conforto, podem também ser relevantes para os países, cidades, setores e pessoas que fazem crescentes emissões de carbono. Aproximadamente metade das emissões individuais de carbono depende de escolhas pessoais, à exemplo da freqüência com a qual dirijimos ou viajamos de avião, e a quantidade de energia utilizada em nossas casas.
Dos 50% restantes, menos da metade advém indiretamente do consumo no nosso local de trabalho, 10% da manutenção das infraestruturas governamentais e 20% da produção de bens adquiridos pela população, incluindo os produtos alimentícios.

 

Veja como começar o dia com baixa emissão de carbono


 Optar por uma escova de dente não-elétrica evitará a emissão de 48g de CO2;
 Aquecer o pão em uma torradeira ao invés de aquecê-lo no forno, economiza aproximadamente 170g de CO2;
 Trocar as lâmpadas regulares de 60 Watts por lâmpadas econômicas produzirá quatro vezes menos gases do efeito estufa;
 Usar o transporte público ao invés do carro para ir ao trabalho em um trecho de 8km economiza 1.7 Kg de CO2 diariamente
 Desligar seu computador e o monitor durante o almoço e depois do horário de trabalho reduzirá as emissões de CO2 geradas por esses aparelhos em um terço;
 Investir em um chuveiro econômico não somente economiza 10 litros de água por minuto, mas reduzirá drasticamente as emissões de CO2 pela metade.

Economia verde

Tornando a neutralidade climática uma realidade

O Guia da ONU destaca como várias companhias, cidades, organizações até países estão tomando decisões e estratégias para atingir economias, comunidades e negócios com zero emissão de carbono.

Um grande acordo para esta transição para uma Economia Verde foi concebido sob a bandeira da Climate Neutral Network (CN Net) do Pnuma, lançada em Fevereiro de 2008.
A Nova Zelândia, um dos participantes fundadores da CN Net, foi anfitriã do Dia Mundial do Meio Ambiente – 2008. O país programa alcançar o patamar de 90% de sua produção energética em fontes renováveis até 2025 e reduzir à metade as emissões per capita dos meios de transporte até 2040, usando carros elétricos e biocombustíveis.   A Nova Zelândia também está buscando meios de reduzir emissões na criação de gado. Na sua economia, metade dos gases estufa vêm da agricultura. O importante é que durante a semana do Dia Mundial do Meio Ambiente, muitas companhias e organizações da Nova Zelândia terão seguido o exemplo do governo, aderindo à CN Net. A idéia de neutralidade climática também está se espalhando pelo mundo. A CN Net inclui participantes de todo o mundo em desenvolvimento, como a cidade de Rizhao, na China, movida a energia solar. Também toda a nação Centro-Americana da Costa Rica,  que tem se esforçado para alcançar a neutralidade climática a tempo para suas comemorações de 200 anos de independência, em 2021.

 

Futebol com neutralidade

Além disso, grupos tão diversificados quanto o clube de futebol britânico Ipswich Town ou o gigante banco Suíço Credit Suisse agora estão procurando reduzir suas emissões de gases estufa. O clube de futebol, por exemplo, calculou que sua produção era de 3.200 toneladas de CO2 a cada temporada. Pedindo que os patrocinadores que fizessem compromissos de economia de energia, neutralizou com sucesso essa emissão. O Credit Suisse, por sua vez, tem feito uma mudança gradual para fontes energéticas renováveis para reduzir três quartos do total de emissões vindos do uso de energia nos seus escritórios. Para  Achim Steiner, Subsecretário Geral da ONU  e Diretor do Pnuma, "está claro que estamos vendo uma Economia Verde emergindo através de comunidades e países em todo o mundo. A ciência conduz esta transição, moderando os impactos da mudança climática se não atuarmos". E acrescenta: "mas também há abundantes oportunidades econômicas caso as economias se tornem mais eficientes no uso de recursos".
"Agora é tarefa dos governos intensificarem suas ações e garantir que uma Economia Verde se torne global, um fenômeno duradouro. Tal nível de ambição será posto a prova em apenas 18 meses quando as nações terão que acordar em um novo e já concebido tratado na convenção de mudanças climáticas em Copenhagen no final de 2009", disse Steiner.
Mais informações: Para pedir o livro 'Deixe o Hábito: Um Guia da ONU para a Neutralidade Climática', acesse www.earthprint.com