Senadora da Floresta

Marina Silva recomeça no Senado batalha pela Amazônia

20 de junho de 2008

 O dedo de Mariana Silva aponta o governador Blairo Maggi por querer plantar soja a qualquer preço no Cerrado e na Amazônia       O desabafo de Marina   Ao pedir a ampliação do Plano Amazônia Sustentável, um dos motivos de sua saída do Governo, pois a execução do plano ficou a cargo do… Ver artigo

 O dedo de Mariana Silva aponta o governador Blairo Maggi por querer plantar soja a qualquer preço no Cerrado e na Amazônia

 

 

 

O desabafo de Marina

 

Ao pedir a ampliação do Plano Amazônia Sustentável, um dos motivos de sua saída do Governo, pois a execução do plano ficou a cargo do Ministro Mangabeira Unger e não dela,  Marina voltou a criticar Maggi, afirmando que "não era para o Governador Blairo Maggi questionar as medidas, era para continuarmos trabalhando juntos."
A ex-ministra rebateu as críticas de lentidão na concessão de licenças ambientais, assinalou as conquistas do ministério, cobrou apoio do governo para o projeto de desenvolvimento sustentável e afirmou que não houve suporte necessário às práticas produtivas sustentáveis. Em rápido balanço de suas atividades no Ministério do Meio Ambiente, Marina destacou a aprovação de leis importantes para o setor, como a Lei de Gestão de Florestas Públicas e a criação do Instituto Chico Mendes de Proteção da Biodiversidade Brasileira. Marina disse acreditar ser possível "fazer alianças pontuais, duradouras, porque não sou do tipo que acha que ter interesses diferentes é errado. O erro é não ter interesse, é camuflar os interesses."
Em relação ao seu sucessor, a ex-ministro disse que volta ao Senado "com espírito de co-autoria das boas propostas" do ministro Carlos Minc, e defendeu um diálogo construtivo com todos os partidos no Congresso, em defesa da política ambiental.

As próximas batalhas
A primeira batalha da senadora Marina Silva será convencer seus pares a rejeitar o projeto de decreto legislativo de autoria da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que torna sem efeito o decreto 6.321, assinado no final do ano passado pelo Presidente Lula, instituindo um "pacote" de medidas contra o desmatamento da Amazônia.
Marina pretende também defender a resolução 3.545 do Banco Central, que vinculou a concessão de crédito rural às atividades agropecuárias à regularidade ambiental das propriedades.
A regra, que entrará em vigor a 1º de julho próximo, está sendo combatida pelos ruralistas no Senado e na Câmara dos Deputados, além dos Governadores da Amazônia Legal. Em carta ao Presidente Lula, Blairo Maggi pediu mudanças na resolução, afirmando que, "mantida a restrição ao crédito, nos moldes previstos na resolução, milhares de produtores que estão sendo convocados a regularizar suas propriedades estarão impedidos de acessar o crédito rural já nos próximos meses, o que representará grave prejuízo ao nosso Estado e, conseqüentemente, ao País”. Blairo fala de "estrangulamento e paralisação" do agronegócio se a resolução for mantida. Mas a senadora Marina Silva defende firmemente a resolução, afirmando que sua revogação abriria caminho para um aumento nas práticas de desmatamento, especialmente nos meses de junho, julho e agosto, quando praticamente não chove na Amazônia.

Política de País
A senadora defendeu a necessidade de, na esfera do meio ambiente, ser executada uma "política de País", como a melhor forma de implementar uma "política de governo".
Para Marina, na questão ambiental, a política estruturante é aquela que pensa antes nas futuras gerações. "Elas podem não render a frase de efeito no momento, a popularidade. Mas é o que precisa ser feito em um Estado e em um País que tem uma Constituição, no seu  art. 225, que assegura que todo cidadão brasileiro tem direito a um ambiente saudável e que esse cidadão não é apenas o que está aqui, mas aquele que ainda não nasceu."