Caro Leitor
23 de julho de 2008Das 300 Unidades de Conservação existentes no Brasil, 82 estão sem gestor. Ou seja, não tem ninguém para dizer o que deve ser feito. Mais de 220 não têm plano de manejo e 173 não têm fiscal. A informação foi divulgada pelo próprio ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, em entrevista coletiva. Difícil de acreditar,… Ver artigo
Das 300 Unidades de Conservação existentes no Brasil, 82 estão sem gestor. Ou seja, não tem ninguém para dizer o que deve ser feito. Mais de 220 não têm plano de manejo e 173 não têm fiscal. A informação foi divulgada pelo próprio ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, em entrevista coletiva. Difícil de acreditar, mas é verdade. Para completar, das 53 reservas extrativistas, apenas duas têm plano de manejo.
E pensar que o governo federal pretende implementar o Plano Amazônia Sustentável, que foi a gota dágua responsável pela saída da senadora Marina Silva do MMA. Ao ser divulgado pelo governo e defendido pelo ministro Mangabeira Unger, ninguém disse que o cenário de governança era um caos. Coube ao próprio Minc mostrar qual a situação real. Talvez até para resguardar sua Pasta. Estes temas são discutidos nesta edição. Diante de uma situação de quase descaso, surpreende que o Brasil tenha sido escolhido para coordenar o Grupo de Países Megadiversos e Afins. O grupo reúne os 17 países que têm a maior biodiversidade do planeta. O que se espera, obviamente, é que o péssimo exemplo de abandono aplicado nas UCs brasileiras não seja levado ao grupo.
Um bom exemplo vem de Porto Alegre. A prefeitura da capital gaúcha, em convênios com a iniciativa privada e uma universidade, está reaproveitando o óleo de cozinha utilizado em frituras. Funciona assim: o óleo que sobra é entregue em pontos de coleta, cerca de 40, e é transformado em biodiesel. Por enquanto, a produção atende apenas um trator da prefeitura, mas a meta é que toda a frota possa ser movimentada com este combustível. Uma proposta pioneira que deve ser avaliada e difundida.
A vida tem muitos exemplos de pessoas, de empresas e de sociedades que conseguiram transformar uma aparente adversidade em sucesso. E é um destes exemplos que vamos conhecer nesta edição. A receita vem do agreste da Paraíba. A 180km de João Pessoa, uma região semi-árida conseguiu dar a volta por cima, se transformar em ponto turístico e movimentar uma das maiores economias criativas: a indústria do cinema. Cabaceiras é conhecida hoje como a “Roliúde Nordestina” por se transformar em um dos mais importantes “set de filmagem”. Cerca de 30 títulos en longas e minisséries já foram rodados ali.
Criatividade, esforço e gestão fizeram de Cabaceiras um espaço verdadeiramente hollywoodiano com direito a melhoria de renda, emprego, ecoturismo e um festival brasileiríssimo em torno da Festa do Bode Rei.
E bem longe do Brasil, o fotógrafo e colaborador da FMA, João Paulo Barbosa, continua sua viagem pelos lugares mais remotos e elevados do planeta para registrar o lixo no mundo. Nesta edição, João Paulo fala um pouco sobre o projeto.
O acúmulo de materiais inservíveis no Everest, por exemplo, já é uma preocupação de governantes. A China pensa em limitar o número de montanhistas que acessam o Everest por suas fronteiras para tentar reduzir a quantidade de lixo/ano.
Uma dica: vale a pena assistir ao filme de animação WALL-E, que alerta para a questão do lixo. O filme está em cartaz em todo País e mostra a agonia do planeta. Na história, a humanidade deixa a Terra para viver em uma estação espacial, enquanto espera a recuperação do planeta. O filme, real e pessimista, deixa uma luz de esperança se cada um fizer sua parte. É imperdível. A FMA, que caminha para 20 anos de vida, tem feito sua parte. E, mais uma vez, conclama seus leitores para colocar em prática seu lema: Ninguém deve deixar de fazer por só poder fazer muito pouco.
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