Coluna do Meio

21 de março de 2009

Sem gelo nos pólos Mais oficial, impossível: o Ano Polar confirma degelo no Ártico e na Antártida.  Ou seja: os pólos estão esquentando mais rápido do que se imaginava e seus mantos de gelo, especialmente o da Groenlândia, estão derretendo sob influência do aquecimento global.  As conclusões são do maior esforço de pesquisa já feito sobre… Ver artigo

Sem gelo nos pólos
 Mais oficial, impossível: o Ano Polar confirma degelo no Ártico e na Antártida.
 Ou seja: os pólos estão esquentando mais rápido do que se imaginava e seus mantos de gelo, especialmente o da Groenlândia, estão derretendo sob influência do aquecimento global.
 As conclusões são do maior esforço de pesquisa já feito sobre as regiões polares, que envolveu mais de 10 mil cientistas de 60 países, incluindo o Brasil.  O fato comprovado é que tanto o manto de gelo da Groenlândia quanto o da Antártida estão perdendo massa e portanto aumentando o nível do mar.
 Segundo Ian Allison, um dos coordenadores do Ano Polar Internacional, a 1a região a sentir o efeito das mudanças na Antártida será a América do Sul


Sem neve no Himalaia
 Nesta mesma linha de degelo, outro fato grave: a região mais alta da Terra não teve neve no inverno.
 No Vale de Kyangin Gompa-Nepal, nos Himalaias, perto do Everest, moradores dizem que é a primeira vez que comemoram o ano novo tibetano sem que haja neve no local.
 A região é conhecida como teto do mundo, e abriga as montanhas mais altas do planeta.
 Não precisa ser pesquisador para concluir que a falta de neve nos vales dos Himalaias em pleno inverno está ligada ao aquecimento global.


Cadê a bolsa do saneamento?
 Prova dos nove do Ipea:  34,5 milhões de brasileiros vivem sem esgoto sanitário. O número corresponde a 26,8% da população urbana.
 Como resolver este problema se o Brasil se comprometeu com a ONU que até 2015, vai reduzir pela metade a proporção da população sem acesso permanente a esgotamento sanitário?
 O ranking da questão é a seguinte: os piores: o Piauí, onde quase 30% da população não tem nenhum tipo de esgoto ou fossa séptica. Maranhão, Bahia, Acre, Alagoas e Amazonas vêm em seguida, com índices superiores a 20%. Já Brasília, SP, RJ, SC, MS e ES estão melhores na fita.


1…2…3… Angra 3  vem aí
 E a Eletronuclear recebeu do Ibama a licença de instalação definitiva, que permite o início das obras da usina nuclear de Angra 3.
 O Ibama sinalizou que pode ser mais flexível com relação à exigência de uma solução “definitiva” para os resíduos nucleares.
 Detalhe: entre as 44 condições apresentadas, a licença não fala mais em depósito final, mas depósito de “longo prazo”.
 O motivo? simples: abre a possibilidade de reciclagem do combustível nuclear, no futuro.
 Para Roberto Messias, presidente do Ibama, a solução para os resíduos deverá ser apresentada no início deste segundo semestre.


Billings
 A represa de Billings, em São Paulo, já é um problema pelo volume de esgoto e rejeitos que recebe.
 Agora a indústria química Solvay, do ABC paulista,  lançou mais rejeitos cáusticos no reservatório.
 E a Sabesp aparece com culpa no cartório por falta de monitoramento.


É preciso juizo com o Tizo
 Em 2006, o governo de São Paulo criou o Parque Tizo, aliás uma sigla deveras interessante: Terras Institucionais da Zona Oeste
 O Tizo fica no extremo da zona sul de São Paulo, às margens do Rodoanel. É uma área coberta com 70% de mata nativa preserva cinco nascentes e espécies de veados, jararacas, tatus e araras.
 Lá se foram três anos. Tizo não sai do papel e ainda provoca riso por tantas promessas não cumpridas.
 Ao lado do parque, uma invasão chamada Vila Esperança, com mais de 200 casas, engolhe o Iizo.


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Da inquieta Esperança


Bem sabes Tu, Senhor,
que o bem melhor
é aquele que não passa, talvez,
de um desejo ilusório.
Nunca me dê o Céu…
quero é sonhar com ele
Na inquietação feliz do Purgatório.


Mário Quintana


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“A rã não bebe toda a água
 do tanque onde mora”.


Provérbio dos índios Apaches


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Dever de casa em Ariquemes


“Se você tem estômago forte para sentir o verdadeiro horror, instale o Google Earth. Na caixa de pesquisa, digite ‘Ariquemes, Brazil’. Você será levado a esta cidade em Rondônia. Deixe seu ponto de visão a 100 km de altitude. Ative o comando ‘imagens históricas’. Vai aparecer uma janela que permite mudar a foto de satélite que cobre a região. Vá à primeira foto disponível (18/6/1975). Você vai ver Ariquemes cercada pela floresta intocada. Depois vá até a imagem de 27 de julho de 2008. Como está seu estômago? Que tal incluir este experimento de horror no currículo escolar?”


O recado de biólogo e articulista Fernando Reinach