Com a pala­vra, o leitor

20 de agosto de 2009

Que ave é?Temos uma casa nas montanhas. Sempre colocamos frutas, sementes e canjiquinha para os pássaros. Tem aparecido alguns bem diferentes como seriema, jacupemba, saracura e várias aves menores como saíra sete cores, que dizem estar em extinção. Tem uma ave que não conseguimos identificar. O macho é grande, escuro e com manchas marrons douradas… Ver artigo

Que ave é?
Temos uma casa nas montanhas. Sempre colocamos frutas, sementes e canjiquinha para os pássaros. Tem aparecido alguns bem diferentes como seriema, jacupemba, saracura e várias aves menores como saíra sete cores, que dizem estar em extinção. Tem uma ave que não conseguimos identificar. O macho é grande, escuro e com manchas marrons douradas no dorso. A fêmea é toda preta. Ambos tem o bico comprido. Será que é macuco?
Celina Guariento – Domingos
Martins-ES
[email protected] NR: Celina, consultando o livro do Dalgas Frisch “Aves Brasileiras” acho que você matou a charada. Veja como é o macuco. Seu habitat é justamente nesta região da Mata Atlântica.



 


 


(Capa da edição 201 – julho/2009 – Pixel de Luz)


 


 


 


SERRA VERMELHA
Caro editor: a matéria veiculada neste jornal sobre o desmatamento do Cerrado do Piauí é desproposital e mentirosa quando diz que o ambientalista Judson Barros fez acordo com a Bunge Alimentos. A jornalista escreveu a matéria para atender interesses escusos de amigos seus. A mentira deslavada põe em risco a credibilidade deste renomado veículo de comunicação. Foi toda planejada com o fim único de inserir a informação de tal acordo. Não posso estar sendo acusado irresponsavelmente sem ter o direito de me defender e mostrar a outra versão para o fato. A Constituição brasileira em seu artigo 5°/V vaticina: “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”.
A jornalista produziu o texto de modo tendencioso sem pelo menos ouvir o ambientalista. A intenção era plantar uma mentira para afagar o ego de quem provavelmente pagou pela matéria.
Quando ninguém no Piauí se habilitou para encarar a Bunge, eu o fiz. A Fundação Águas, ONG da qual presido ajuizou uma Ação Civil Pública na Justica Federal. Por duas vezes a Funáguas logrou êxito no TRF em decisões seguidas (3 X 0 as duas). A Bunge deveria estar parada. Mas, infelizmente, é a Bunge e um governo corrupto sem medida. Ainda de quebra jornalistas venais de interesses escusos jogando para a platéia e agindo na calada da noite no intuito de confundir a opinião pública.
Quem melhor pode explicar a situação é a jornalista. Ela não falou comigo antes de escrever a matéria, de cunho tendencioso e parcial, para atender interesses de amigos dela. A matéria é infame e mentirosa. Não recorri das decisões do TRF porque seria um grande mal para uma luta que temos levado adiante e, sobretudo, para o meio ambiente. O tempo dirá se eu fiz acordo com a Bunge. A sugestão do amigo da Tânia que tem os seus interesses feridos era de que a Funáguas entrasse com Embargos de Declaração numa decisão que tinha sido ao nosso favor. Conversei com vários advogados e todos foram desfavoráveis no sentido de que a Fudação entrasse com os embargos, pois suspenderia a decisão da Desembargadora proferida no TRF.
Ainda mais um pouco, a Polícia Federal, a pedido do TRF, entrou no caso, vamos ver se consta no Inquérito Policial algum acordo do ambientalista Judson Barros com a Bunge. A Fundáguas requereu junto ao Tribunal de Contas do Estado – TCE (maio/2009) que este Tribunal e o MP do CE promovesse (sic) uma auditoria nas isenções fiscais da Bunge Alimentos no Piauí. A jornalista sabe disso, todavia silenciou.
A multinacional promove uma ação contra o ambientalista na comarca de Uruçui, alegando damos materiais e morais onde pede uma reparação de R$2 milhões de indenização. A jornalista também sabe disso, mais uma vez calou-se. Tem que se ter limites até para a venalidade e a mentira, mesmo que seja isto fonte de renda.


Judson Barros – Presidente da Funáguas


 


Resposta da repórter Tânia Martins
Não há razão para o sr. Judson Barros, revoltar-se com o meu trabalho. Primeiro porque a informação foi prestada por um membro da Rede Ambiental do Piauí-REAPI. Segundo porque não foi a primeira vez que a notícia foi divulgada. Ainda em junho passado, o jornalista Arimatéia Azevedo, do Portal AZ, em Teresina, divulgou nota afirmando que Judson Barros havia se vendido para a Bunge.
Depois, como manda a regra e a ética no jornalismo, tentei ouvi-lo por telefone e email  e não houve resposta. Ao invés de vir a público comprovar que não existiu acordo com a Bunge,  Judson prefere vociferar. Por que não procura informar nos autos do processo a irregularidade e pedir o julgamento dos embargos esclarecedores? Afinal, nos autos os advogados da Bunge afirmam: “o exame deste caso, à vista das razões do pedido de reforma da decisão, aponta para uma confortável situação da ora recorrente na manutenção da decisão recorrida: ficaria autorizada livremente, por decisão com trânsito em julgado, a utilização de lenha de qualquer procedência (mata nativa em desmatamento ou reflorestamento), desde que autorizado pelo Ibama”.


Jornalista Tânia Martins


 


Carta de Dionísio Neto, da Rede Ambiental do Piauí
O comentário em questão não foi da jornalista, mas meu. Assumo a responsabilidade do comentário na matéria. Segue trecho: [Segundo ele, o presidente da Funáguas, Judson Barros, ao que parece não agiu corretamente. Comenta-se no Piauí, que ouve um acordo entre a Bunge e a Funáguas. Será?]. Judson, questiono você porque existem muitas dúvidas. Como eu, qualquer outro ambientalista do Piauí poderia ter sido entrevistado pela repórter.
Procuro sempre fazer ações de forma integrada aos outros companheiros do movimento. Temos credibilidade sim. E merecemos esclarecimentos. Esse depoimento que fiz para a Folha do Meio Ambiente é por que conheço o trabalho dela e o compromisso do jornal com a verdade e com o Brasil. É bom salientar: um exemplo claro desse belo trabalho é a série de denúncias que tem salvado a Serra Vermelha. Sim, a Folha do Meio Ambiente é a principal voz na defesa do Cerrado do Piauí.


Dionísio Neto  – Rede Ambiental do Piauí


 


Menino Deus
Sou diretor da ONG – Campestre Menino Deus, situada em Santa Maria-RS. Pela  seriedade das informações do jornal, gostaria de receber exemplares de antigas edições da Folha do Meio Ambiente para a nossa biblioteca e, também, para servir de subsídio para debates em nossas próximas reuniões.


Carlos Gomide  [email protected] – ONG-Campestre do Menino Deus Santa Maria-RS


 


Quem se escusa, se acusa.
Meu objetivo é esclarecer e comparar similaridades entre o modelo de construção do poder empresarial rural brasileiro, com aspectos da plataforma escravocrata sulista, faminta por terras, no período da guerra civil norte americana, mostrando como a ganância pode determinar a destruição do planeta.
A estratégia dos plantadores secessionistas do sul foi a de conquistar febrilmente novas áreas agrícolas na direção dos estados colonizados do norte e, assim, perpetuar a sua base de representação empresarial no congresso americano. Ao tirar das legislaturas territoriais dos colonos do norte o dever de eliminar a escravidão, mais rapidamente eles infectavam os poderes da união americana, tentando impor uma oligarquia detestável e irrestrita.
No sutil modelo patrimonial rural brasileiro, o movimento agroindustrial evoluiu na direção sul a partir do Brasil central, construindo uma extensa e monótona paisagem agrícola sem árvores. Na frente direcionada para o norte do País está a pecuária do “fato consumado” e essa é a estreita-guia da destruição das florestas; ou seja, uma logística torta baseada na política do “ou dá ou desce”. Para o latifundiário não pode haver abandono dos planos de conquista territorial pois se esgotariam a capacidade de sobrevivência e os motivos para receber indenizações de mais impostos sobre a população.
Diante dessa energia poderosa que move o motor da destruição dos biomas, a grande tarefa nacional será o dever constitucional de mostrar às massas a complexa interação entre o fenômeno da evapotranspiração da floresta amazônica e a pluviometria no nosso continente e, quem sabe, do planeta. Quem se escusa, se acusa.


Mário Vieira – prof. de Geopolítica – Rio de Janeiro – RJ