Editorial

CARO LEITOR

10 de fevereiro de 2010

O Brasil, por ser uma país tropical, rico em biodiversidade e recursos hídricos, de tamanho continental e com 200 milhões de habitantes, encontrou soluções fantásticas como nação de primeiro mundo. Mas, tem também problemas fantásticos de subdesenvolvimento. Enquanto produz a melhor tecnologia tropical para o agronegócio, enquanto tem uma matriz limpa de energia e participa… Ver artigo

O Brasil, por ser uma país tropical, rico em biodiversidade e recursos hídricos, de tamanho continental e com 200 milhões de habitantes, encontrou soluções fantásticas como nação de primeiro mundo. Mas, tem também problemas fantásticos de subdesenvolvimento. Enquanto produz a melhor tecnologia tropical para o agronegócio, enquanto tem uma matriz limpa de energia e participa do mercado mundial de produtos sofisticadíssimos, o Brasil conserva redutos de pobreza absoluta, tem deficit de moradias, favelas que se multiplicam e saneamento deficitário. E mais: mares e rios continuam sendo os grandes lixões. O desmatamento não dá trégua. Falta vontade política e sobra omissão dos legisladores e tomadores de decisão para resolver de vez a questão da ocupação desordenada do solo, tanto em áreas de risco como em áreas públicas ao redor dos centros urbanos. As tragédias do final ano nas encostas de Angra e da  região da Serra do Mar mostram que a professora Regina Meyer, da USP, tem razão: “Não adianta mais só cobrar o cumprimento das regras existentes. Elas não dão mais conta do recado. Precisamos de uma legislação mais severa e mais responsável.”. Virou uma epidemia as pessoas pobres buscarem áreas de risco para morar. Além de mais baratas, são mais próximas ao mercado de trabalho. Contra epidemia, só vacina obrigatória. O Brasil precisa de uma lei de responsabilidade (como a fiscal) para frear a ocupação desordenada do solo. Senão, é aguardar o próximo final de ano para as próximas tragédias.