Ciência para a vida 2010

Arraes: a meta é produzir e conservar os recursos naturais

16 de junho de 2010

SAIBA MAIS QUEM É PEDRO ARRAES Pedro Antonio Arraes Pereira iniciou sua carreira de pesquisador em 1977, como bolsista da Embrapa, ainda no segundo ano de agronomia, sob a orientação de Johanna Dobereiner. Formado em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, o carioca Pedro Arraes é doutor em genética de plantas,… Ver artigo

SAIBA MAIS


QUEM É PEDRO ARRAES


Pedro Antonio Arraes Pereira iniciou sua carreira de pesquisador em 1977, como bolsista da Embrapa, ainda no segundo ano de agronomia, sob a orientação de Johanna Dobereiner. Formado em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, o carioca Pedro Arraes é doutor em genética de plantas, pela Universidade de Wisconsin, com especialização em genética molecular. Desde 1980 é pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, em Goiânia, onde foi chefe geral por oito anos. Sua experiência internacional inclui diversas missões oficiais do Governo Federal e a coordenação do Laboratório Virtual da Embrapa  (Labex) nos Estados Unidos. É presidente da Embrapa desde julho de 2009.


PEDRO ARRAES – ENTREVISTA


Folha do Meio – Presidente, como foi”Ciência para a Vida” 2010 em relação ao meio ambiente?
Pedro Arraes – Bastante promissora. Veja que dos 70 itens expostos, no espaço “Planície das Tecnologias”, e 15 produtos lançados, nada menos que 26 tecnologias têm por propósito exclusivo resolver algum problema ambiental. Na mostra havia bioinseticidas para controle do borrachudo e para combate de pragas da abóbora, alfafa, algodão, amendoim, arroz, batata, café, couve, espinafre, feijão, mate, pastagens, pêssego, repolho, soja, sorgo, trigo e tomate e técnicas de compostagem para consumir resíduos orgânicos de feiras livres e restaurantes.
Outro dado importante: havia também fórmulas para produção de um bioplástico a partir de amido de trigo e fibras da casca de coco verde, receitas de como produzir o xaxim (vaso) sem cortar o xaxim (Dicksonia sellowiana), em risco de extinção, usando outras plantas, facilmente renováveis. Num outro espaço, na Vitrine de Tecnologias, o visitante encontrou nada menos que 24 espécies de plantas para adubação verde como alternativa à adubação química. “Se  a produtividade fosse a mesma de 35 anos atrás, precisaríamos de três vezes mais terras para colher a quantidade de alimentos, fibras e bioenergia que produzimos agora. Isto multiplicaria por três a pressão sobre os recursos naturais?.


FMA – Esta contabilidade o satisfaz como presidente da Embrapa?
Pedro Arraes – Não, é imprecisa. Porque, por exemplo, todas as novas plantas  apresentadas têm impactos ambientais positivos. Os pesquisadores estão sempre trabalhando para melhorar a questão da produtividade e diminuição dos impactos ambientais. Se a produtividade fosse a mesma de 35 anos atrás, precisaríamos de três vezes mais terras para colher a quantidade de alimentos, fibras e bioenergia que produzimos agora. Isto multiplicaria por três a pressão sobre os recursos naturais em todos os biomas.


As conquistas da ciência
É fundamental o investimento em educação


FMA – O senhor acha que a população tem percebido este benefício ambiental conquistado pela ciência?
Pedro Arraes – Já avançamos nesse quesito. Mas, é surpreendente como muitas pessoas, mesmo esclarecidas, ainda subestimem ou até mesmo não percebam o benefício ambiental trazido por essas plantas e animais que têm maior rendimento por unidade de insumo, maior resistência a pragas, doenças e a secas, e pelas técnicas de plantio e de manejo de pragas, que poupam terra, água, energia e reduzem o uso de defensivos. É preciso investirmos mais em educar as pessoas quanto ao papel e as possibilidades da ciência.


FMA – O senhor quer dizer que a modernização tecnológica ajuda e produz ecoeficiência…
Pedro Arraes – É verdade. Volta e meia, emerge no debate uma visão de que modernização tecnológica ou uso intensivo de tecnologia sejam sinônimos de devastação ambiental. Sabe porquê? Por que ela vem atrelada a objetivos de eficiência econômica. Nada mais equivocado! Ao contrário disso, a preocupação econômica dos agentes produtivos é exatamente uma das forças que impulsiona a busca pela conservação dos recursos naturais.


FMA – A tecnologia sempre melhora a equação produzir com sustentabilidade…
Pedro Arraes – Isso mesmo. Não há como fazer desenvolvimento tecnológico sem buscar o uso mais eficiente e sustentado dos recursos naturais. Não faz sentido, em momento algum, criar uma tecnologia que consuma mais adubos, defensivos ou energia, ou que provoque erosão ou acabe com a água, porque usuário perde a base de produção. Ninguém quer isso porque perde a competitividade e sai do mercado. Se acontecer, muito antes de começar a sofrer pela falta de sustentabilidade ambiental, ele morre por falta de sustentabilidade econômica, que é letal no curto prazo. Então, por definição, avanço tecnológico é sinônimo de busca pela conservação de recursos naturais.


FMA – Como o cientista busca soluções para os problemas. Melhor dizendo, como o cientista se orienta?
Pedro Arraes – O que orienta o cientista é o fato de que toda a vida se organiza segundo o princípio da conservação eficiente da energia, ou seja, dos recursos naturais. Isto obriga o método e a prática científica a caminharem na mesma direção. Quando um cientista observa as relações entre elétrons e prótons dentro de um átomo, entre átomos dentro de uma célula, entre células dentro de um indivíduo e entre indivíduos (microorganismos, plantas e animais) dentro de uma cadeia alimentar, o que ele sempre encontra são processos que buscam otimizar a conservação de sua energia e da energia que mobilizam.


FMA – O que isso quer dizer exatamente?
Pedro Arraes – Vou explicar melhor. A planta usa o que extrai do ar, do solo e do sol, para produzir clorofila, depois açúcares, carboidratos e proteínas. Os animais comem as plantas, e usam isto para produzir carne e gordura. Nós comemos os animais e plantas, produzimos carne e gordura, força, trabalho e idéias. Quando nós, os animais e as plantas morremos, carne, gordura, clorofila e açúcares se transformam em nutrientes para microorganismos, solo e plantas, ou em petróleo. As idéias nos ajudam a compreender a vida e a otimizar a conservação dessa energia. Veja que o tempo todo é energia se transformando e se conservando. Se a cada passo, se perdesse um pouco da energia, a vida caminharia para a extinção. Então, é assim: nada se perde.


 


Muitas vezes se exige que uma vida cesse para que outra use essa energia e floresça. É isso que estabelece a cadeia alimentar“.


 


FMA – Lavoisier tinha razão!?
Pedro Arraes – É Lavoisier puro. Mas, temos que ser eficientes porque, também, nada se cria.
O princípio da conservação de energia quer dizer isto: você não perde, mas não consegue criar energias novas. Tudo o que você consegue é transformar uma forma de energia, que já existe, em outra forma de energia.


FMA – Mas não acaba sendo um dilema: morrer para renascer?
Pedro Arraes – Esse é o dilema ambiental. Pois muitas vezes se exige que uma vida cesse para que outra use essa energia e floresça. É isso que estabelece a cadeia alimentar. Mas, esse princípio é também a defesa do equilíbrio ambiental, pois exige que essa transformação seja eficiente, senão faltará energia para manutenção dessa nova vida: está aí o requerimento da sustentabilidade.


“Por definição, avanço tecnológico é sinônimo de busca pela conservação de recursos naturais.”


 



 


Variedade de algodão com vigor produtivo em Mato Grosso
do Sul


 


 



 


O alto potencial de rendimento do café,
inclusive compatível com a agricultura familiar


 


 



 


Milho: cultivares híbridas foram bem recebidas pelo setor privado


 


 



 


Maracujá híbrido indicado para o Cerrado


 


 



 


A pesquisa revolucionou a produção de trigo no Brasil


 


 


Cientistas: soluções e orientações


FMA ? Não existe a possibilidade de um cientista enveredar por uma pesquisa prejudicial no futuro?
Pedro Arraes ? Olha, a busca pelo conhecimento mostra ao cientista tanto as possibilidades de eficiência no uso dos recursos naturais como as de defesa ambiental. É claro que um cientista pode errar na leitura dessa realidade. Mas, aí, entra em jogo o método científico, a exigir que os experimentos e seus resultados, para terem validade, sejam repetidos por uma rede de outros cientistas, em locais, situações e momentos distintos. Dificilmente um erro passa desapercebido dessa rede de testes.


FMA ? Porque, então, ainda lidamos com episódios de desequilíbrio ambiental?
Pedro Arraes – A verdade é que, quando há desequilíbrio ambiental na atividade agrícola, das duas, uma: ou o conhecimento disponível não é ainda suficiente para gerar uma tecnologia ambientalmente sustentável, ou falhas na educação da sociedade impedem que ela faça melhor uso desses conhecimentos.


FMA ? Como assim? A agricultura brasileira não não tem sido acusada de ser predatória, devastadora e até ineficiente?
Pedro Arraes ? Bom, até 1970, a agricultura brasileira convivia, em sua maior parte, com sistemas de produção predatórios, simplesmente porque não havia conhecimento que fizesse da atividade agrícola algo melhor ajustado às condições tropicais. Ou usávamos conhecimento importado, inadequado, ou éramos simplesmente extratores do recurso natural sem deixar nada em troca.Hoje temos uma tecnologia adequada para um país tropical. Deixamos de ser meros extratores para buscar a sustentabilidade.


Voracidade da monocultura


FMA ? Mas não é essa a agricultura que ficou marcada pela voracidade em criar monoculturas?
Pedro Arraes – Veja que interessante e complexo: éramos predatórios, mas o nosso problema era a falta de alimentos. Passamos a ser eficientes no usos dos recursos naturais e o meio ambiente tornou-se o problema. É o dilema ambiental instalado. Esses 35 anos ficaram mais marcados pela eficiência em produzir alimentos. Mas, foi neste mesmo período que a pesquisa agrícola construiu toda a base tecnológica de defesa ambiental, da qual o país ainda se vale agora para lidar com os eventuais problemas de desequilíbrios na sustentabilidade ambiental.
É o caso do mapa de solos tropicais, que o país começou a elaborar há 60 anos e que nos deu os zoneamentos agro-ecológicos, os zoneamentos de riscos climáticos e, finalmente, os Zoneamentos Ecológico Econômicos.  São eles que hoje orientam o devido uso da terra, o melhor momento de plantio e políticas agrícolas importantes como crédito e seguro agrícola que desestimulam o cultivo em áreas ambientalmente frágeis. Um próximo passo importante é elaborar esses mapas na escala 1:50.000 (estão na escala 1:250.000), para tornar mais eficiente o planejamento da produção.


As visitas aos centros de pesquisa ou às exposições de tecnologia é o melhor incentivo para os alunos.
As escolas sempre programam o que se costuma chamar de “Dia de Campo Infantil”.


 


A revegetação de áreas degradadas serve muito às mineradoras.


FMA E como essas tecnologias de defesa ambiental beneficiam as pessoas  nos centros urbanos?
Pedro Arraes – Menores custos ambientais, alimentos mais sadios e mais baratos. Veja o caso do controle biológico, em pesquisa permanente desde a década de 1970, que usa vírus, bactérias, fungos e insetos como predadores naturais. Hoje, está definitivamente incorporado não só ao arsenal tecnológico de combate a pragas e doenças das principais culturas, mas também de pragas urbanas como os mosquitos da dengue, da malária e o borrachudo.
Outra tecnologia de grande impacto é a revegetação de áreas degradadas, que serve mais às empresas de mineração e de engenharia que aos agricultores.


FMA – Que respostas essa base tecnológica tem para o problema das emissões agrícolas de gases de efeito estufa?
Pedro Arraes – Estamos apostando em quatro tecnologias de defesa ambiental algo veteranas, mas sempre atualizadas e eficientes: a fixação biológica de nitrogênio, a recuperação direta de pastagens, o plantio direto e a integração lavoura-pecuária-floresta. Nesse momento, essas tecnologias respondem por 100% da proposta brasileira, levada à COP-15, de redução de 166,5 milhões de toneladas de CO2 equivalentes por hectare/ ano.



FMA – O senhor tem uma história nesta questão da fixação biológica de nitrogênio. A preocupação aí não era mais com a redução de custos?
Pedro Arraes – A fixação biológica de nitrogênio começou a ser estudada seriamente no Brasil em 1963, por Johanna Döbereiner que sempre trabalhou com muitos estudantes estagiários. Em 1979, eu era um desses estagiários.
Esta tecnologia obteve eficiência máxima, sobretudo nos cerrados, com a tropicalização da soja e outras plantas leguminosas no Brasil, pois dispensa a adubação nitrogenada química. Assim, ajuda o Brasil a economizar anualmente bilhões de reais. Mas, também, evita possíveis problemas de nitrificação dos lençóis d?água e seu uso zera as emissões de gases nitrogenados de efeito estufa. E, seu efeito pode se ampliar, pois hoje já existe esta tecnologia para gramíneas como cana e milho.


FMA – E qual é a ação do plantio direto na questão das emissões?
Pedro Arraes – No início, o interesse era acabar com as voçorocas (erosões) na região Sul. Além de resolver este problema, a técnica caiu nas graças do produtor também pelo seu diferencial econômico, em razão da redução do uso de máquinas e do consumo de energia. Mas, hoje os estudos revelam que, o plantio direto também retém no solo algo como 1.830 kg de CO2 equivalentes por hectare por ano.


 


E como será o amanhã?
A verdade é que com a ciência, a surpresa nunca cessa


FMA – Estas tecnologias estão aí há décadas e no entanto ainda há problemas. Isto não indica que é preciso mais que a tecnologia? Que é preciso  mais educação? 
Pedro Arraes – É verdade. O Brasil ainda convive com erosão, pastagens degradadas e uso intensivo de nitrogênio químico, que as emissões de carbono estão denunciando.
É, sim, falha na nossa educação: é que não se trata apenas de conhecer a existência das opções tecnológicas que fazem a defesa ambiental, mas de reunir elementos de convicção e condições operacionais que levem as pessoas a acreditar nestas possibilidades e a adotá-las nas suas atividades. Isto leva tempo. E não se trata apenas dos produtores. Envolve mais gente como os técnicos governamentais e as lideranças políticas.


FMA – E qual o potencial que temos para o futuro?
Pedro Arraes – Muito grande. O plantio direto, mercê do seu forte apelo econômico, está em 27,5 milhões hectares. Pode quase dobrar, ser usado em mais 20 milhões de hectares.
A fixação biológica de nitrogênio está em cerca de 20 milhões de hectares. Pode crescer mas uns 2 milhões de hectares. Estima-se que há cerca de 90 milhões de hectares de pastagens degradadas, que podem aos poucos ser renovadas com a integração lavoura-pecuária-floresta.


FMA – Mas quanto exatamente se pretende investir?
Pedro Arraes – Olha, o plano do governo para a COP 15 quer, até 2020, renovar diretamente apenas 15 milhões de hectares de pastos, implantar a integração pecuária-lavoura-floresta em outros 4 milhões de hectares, adicionar mais 8 milhões de hectares de grãos com plantio direto na palha e levar a fixação biológica para mais 11 milhões de hectares, nas lavouras de cana (35% dessa meta), de milho (20%), de feijão (10%) e da própria soja(18%). O conhecimento necessário já está aí. É um investimento total de R$ 56 bilhões, a ser feito em dez anos. E há uma segunda fase desse plano, envolvendo sistemas florestais e agroflorestais em áreas como a Amazônia, com serngueira e dendê, cujos balanços de emissões e custos ainda estão sendo calculados.


FMA – E como será o Amanhã?
Pedro Arraes –  O céu é o limite. O conhecimento disponível hoje, amanhã será maior e melhor. As tecnologias de amanhã serão mais refinadas, mais eficientes e mais baratas que as de hoje, como as de hoje o são em relação às do passado.
A inovação das ferramentas científicas, decorrente da evolução do conhecimento, permite aos pesquisadores revisitar toda a base tecnológica e melhorar de tecnologias disponíveis. O Simpósio de Criatividade Científica nos mostrou áreas novas que ainda vão surpreender muito.


FMA – E quais são estas áreas?
Pedro Arraes –  É como disse, o céu é o limite.
Por exemplo, a Ecologia Química. Parece uma contradição, mas na verdade investiga a química que as pragas usam para comunicar que vão atacar as plantas, bem como a defesa química, ou seja, os compostos voláteis que as plantas liberam para chamar os predadores desses insetos.
A Genômica, com o mapeamento dos gens e de suas funções, vai tornar mais eficiente a resistência a doenças, pragas, seca ou excesso de umidade.
Com a Nanotecnologia, os pesquisadores querem construir biossensores para detectar vapores químicos e contaminantes em alimentos e medir o pH das águas naturais, e tornar mais rápidos os testes para acusar respostas imunológicas às infecções viróticas e bacterianas dos rebanhos.


FMA – Tecnologias que precisam ser acompanhadas pela educação
Pedro Arraes – Esse é o problema. A marcha do conhecimento está sempre nos desafiando, porque lida com aquilo que ignoramos, com aquilo que tememos mais. Durante muito tempo, combinamos genomas próximos para obter novas plantas e animais. Era confortável.
Depois, passamos a lidar com a transgenia – a combinação de genomas muito diferentes – e o mundo reagiu muito assustado.
Então veio a genômica e nos disse que todos – homens, plantas, animais e microorganismos – viemos de um mesmo genoma. Já estamos nos acostumando à transgenia.
Mas, agora, já lidamos com a intragenia, ou seja, a resposta para nossos problemas não está no genoma próximo, nem no estranho, mas escondida no recôndito de nossos próprios gens.


FMA – O senhor acha que o saldo é sempre positivo? Não corre o risco de uma surpresa negativa?
Pedro Arraes –  Olha, a verdade é que com a ciência, a surpresa nunca cessa. Em todas as áreas, o conhecimento traz ainda mais conhecimento. Mas o saldo de benefícios para a natureza e para a humanidade é francamente positivo. Aos poucos a sociedade vai se educando para compreender isto.


” A marcha do conhecimento está sempre nos desafiando, porque lida com aquilo que ignoramos, com aquilo que tememos mais.”


 


E a pesquisa chega à mesa do consumidor


A pesquisa valoriz os produtos regionais


 


 



 


A estratégia comercial está também nas embalagens


 



 


Valorização regional: o néctar de açaí


 


 


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