Nascentes em Perigo

O desafeto às nascentes não é algo natural, é algo provocado pela intervenção humana.

19 de novembro de 2010

Manananciais de berços em situações variadas, formam leitos quilométricos que correm para o mar. Tristemente, muitos lá não chegam e se o conseguem é com muita dificuldade. Alguns, devido à má utilização de suas águas e pela evaporação devido ao aumento das temperaturas, estão esvaziando ou já secaram. Cada vez mais, as águas são retiradas… Ver artigo

Manananciais de berços em situações variadas, formam leitos quilométricos que correm para o mar. Tristemente, muitos lá não chegam e se o conseguem é com muita dificuldade. Alguns, devido à má utilização de suas águas e pela evaporação devido ao aumento das temperaturas, estão esvaziando ou já secaram. Cada vez mais, as águas são retiradas para saciar a sede da ganância humana. Não é mais apenas o necessário para a sobrevivência, mas também para o supérfluo bem estar cotidiano. Estão subjugando-as e tornando-as escravas de pretensas realizações para as quais não foram delineadas.
Embora haja uma conscientização para a preservação de nascentes, o progresso desordenado avança para elas principalmente pela exploração da vegetação nativa. Mesmo vivendo harmonicamente com todas as espécies, esbarra na tecnologia humana e perde sua hegemonia ecossistemática, provocando situações significativas no fluxo das águas. Com sua trajetória modificada, canalizada, barrada e contaminada, suas propriedades tornam-se impróprias e limitam a fonte de subsistência da população. Não raro, recebe a junção de outras águas e extravasa seus limites de forma sinistra, como um alerta pelas ofensas recebidas.
O desafeto às nascentes não é algo natural, é algo provocado pela intervenção humana. Mesmo que elas tenham um processo de regeneração inicial, não suportarão por muito tempo as ações degradáveis. Na busca incessante de preservar locais que possuem vertentes e melhorar a qualidade do abastecimento das áreas populosas, as autoridades lançam programas variados, mas nem sempre executados. Oferecem apoio técnico e financeiro para algo que deveria ser a obrigação natural de cada indivíduo. Enquanto alguns preservam, outros não seguem as recomendações e matam a correnteza logo abaixo. O homem que ama a vida, a natureza e a liberdade, deve preservar todas as manifestações hidrográficas, pois elas concedem todas as essências da sobrevivência.