Folha do Meio Ambiente

Minha amiga – Rosete Ramos de Carvalho, leia seu artigo nesta edição “Casaco de Pele” – antes de viajar de férias para a praia, mandou uma mensagem dizendo que ela era uma mistura de urso que hiberna, de pato que migra e de cobra que, como bom pecilotermo, está sempre saindo do ninho para tomar sol.
Gostei da comparação. Até porque, todo início de ano, a gente começa a fazer uma retrospectiva de como foi o ano anterior e tem que sair da toca para se programar para o ano que começa. E tanto na retrospectiva do ano que se foi como nos planos de um novo ano, nós temos que, invariavelmente, imitar alguns animais com características bem próprias.
Na verdade, não há como passar um ano sem, às vezes, hibernar. Fingir de morto para evitar mais “tiroteio” ou economizar energias e confrontos, a fim de sair lá na frente, com mais gás ainda, para enfrentar novos e sempre crescentes desafios.
Também migrar, como pato, é importante.
As mudanças acontecem e temos que nos habituar a elas. Melhor dizendo: temos que ser aves de arribação para buscar bom tempo e fontes de alimento fresco. Há que se migrar e lutar para sobreviver às intempéries.
E, como ninguém é de ferro, como os animais pecilotermos ou de ?sangue frio? (peixes e serpentes que deixam as tocas para buscar calor para favorecer a atividade metabólica) também temos quase sempre de largar a tranqüilidade e o conforto de nossa casa e família para socializar e compartilhar nossas amizades, projetos e sonhos.
O importante disto tudo é não deixar de ser também como os passarinhos: voar, voar e ganhar o céu azul com nossos melhores sonhos de vida. E saber fazer de cada ano que se inicia uma nova marca de conquistas e de oportunidades para ser feliz. 

SG