Congresso & Meio Ambiente
11 de junho de 2011Congresso e o Dia Mundial do Meio Ambiente O Congresso Nacional realizou sessão solene comemorativa do Dia Mundial do Meio Ambiente, com mais de uma dezena de deputados e senadores se revezando na tribuna para discutir os temas relacionados ao desenvolvimento sustentável. A reunião contou com as presenças de um coro da Escola das Nações,… Ver artigo
Congresso e o Dia Mundial do Meio Ambiente
O Congresso Nacional realizou sessão solene comemorativa do Dia Mundial do Meio Ambiente, com mais de uma dezena de deputados e senadores se revezando na tribuna para discutir os temas relacionados ao desenvolvimento sustentável.
A reunião contou com as presenças de um coro da Escola das Nações, que entoou diversas canções de Villa Lobos e do compositor Guilherme Arantes, que interpretou três canções de sua autoria, ligadas ao meio ambiente, inclusive a conhecida “Planeta Água”.
Arantes dirigiu-se especialmente às crianças integrantes do coro, com idades entre sete e dez anos, lembrando-lhes o compromisso com o futuro e a necessidade de lutar para preservar os recursos naturais do País.
Assassinatos
A Câmara dos Deputados promoveu uma missa em homenagem aos trabalhadores rurais mortos em conflitos agrários em maio e junho. A missa foi celebrada pelo padre José Amaro, amigo da missionária Dorothy Stang, morta em 2005.
Um dos trabalhadores presentes à missa, Francisco Tadeu Silva, de 43 anos, foi ameaçado de morte no Pará, onde ocorreu o assassinato do casal José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo.
Segundo Silva, até o momento as autoridades locais não providenciaram nenhuma proteção para as pessoas ameaçadas. Segundo ele, “a polícia está investigando apenas as mortes. Eles nos visitam para pegar depoimentos e dar entrevistas, mas para nos proteger mesmo não fica ninguém.”- Em Rondônia foi assassinado o líder da Associação dos Camponeses da Amazônia, Adelino Ramos.
Código Florestal (1)
Diversos parlamentares membros da Frente da Agropecuária aproveitaram a sessão solene do Congresso para comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente para defender o texto do novo Código Florestal, recentemente aprovado pela Câmara dos Deputados.
Os parlamentares defenderam a polêmica emenda 164, aprovada pela maioria dos deputados, que permite aos detentores de terras incluídas nas APPs continuar desenvolvendo atividades agrícolas e pecuárias, além de anistiar os produtores rurais que desmataram suas terras, desde que se integrem a um programa de regularização fundiária.
Os oradores sustentaram também que os Estados devem ter autonomia para aprovar suas próprias regras ambientais, inclusive no âmbito das APPs. Alguns chegaram a defender que os Estados deverão aprovar seu próprio Código Florestal.
As regras contidas na emenda 164, acolhida pela Câmara, deverão ser rejeitadas pela maioria dos senadores, quando a matéria for submetida ao plenário.
Código Florestal (2)
As principais lideranças ambientalistas acreditam que dificilmente o projeto do novo Código Florestal seja votado ainda neste semestre pelo Senado. Os senadores entrarão em recesso no dia 17 de julho e só retornarão às atividades em primeiro de agosto.
O presidente do Senado, senador José Sarney, já avisou que não tem pressa e que pretende discutir o assunto com calma, estimando que a matéria não será votada pela Casa antes dos próximos quatro meses.
Há, da parte das lideranças ambientalistas, interesse em resolver logo o assunto. Tanto que conseguiram que as Comissões de Meio Ambiente e de Agricultura do Senado aprovem um só parecer, embora com dois relatores diferentes, para deixar clara a intenção de alcançar um acordo que permita a votação do novo Código aproveitando tanto quanto possível o texto original.
A senadora Kátia Abreu, presidente da CNA anunciou que vai liderar a bancada ruralista no Senado com a intenção de aprovar, sem mudanças, o texto do Código Florestal acolhido pela Câmara.
A representante de Tocantins, no entanto, já contabiliza uma perda importante: o senador Blairo Maggi, que chegou a ser premiado com uma “Motosserra de Ouro” pelas ONGs que combatem o desmatamento, anunciou que não concorda com a anistia dada aos produtores rurais que desmataram suas terras, conforme estabelecido no texto da Câmara.
Código Florestal (3)
Além das resistências na base do Governo no Senado, os ruralistas deverão enfrentar também a preocupação da presidente Dilma Roussef com as repercussões internacionais da aprovação de uma lei de anistia a quem desmatou e que transfira aos Estados a tarefa de legislar sobre meio ambiente, com a virtual abdicação desse direito por parte do Governo Federal.
Líderes ambientalistas lembram que, quando o projeto do novo Código Florestal for aprovado no Senado, provavelmente no final de setembro, faltarão apenas dois meses para que o Brasil compareça à COP 18, a ser realizada em Durban, na África do Sul.- Sem falar na RIO+20, a realizar em junho de 2012, no Rio de Janeiro.
Extrema pobreza
A Câmara dos Deputados começou a examinar a Medida Provisória nº 535, de quatro de junho corrente, instituindo o Programa de Apoio à Conservação Ambiental, pelo qual a União fica autorizada a transferir recursos financeiros a famílias em situação de extrema pobreza que realizarem atividades de preservação da natureza no meio rural.
De acordo com o texto, o repasse será feito trimestralmente no valor de 300 reais, por um prazo de até dois anos, podendo ser prorrogado, terá caráter temporário e não vai gerar direito adquirido.
Para ter acesso ao programa e aos repasses, a família interessada deverá atender a várias condições, entre elas encontrar-se em situação de extrema pobreza e desenvolver atividades de conservação em áreas de florestas nacionais, reservas extrativistas e reservas de desenvolvimento sustentável.