Folha do Meio Ambiente

Em todas as coisas da natureza, diariamente, acontecem situações que marcam as finalidades básicas de sua existência. A nossa vida, que é uma dádiva dependente de outras vidas, também possui esta característica. Pela manipulação ecologicamente correta e com a consciência positiva de preservação, descobrimos fenômenos nunca dantes percebidos e até, por vezes, considerados repulsivos pela falta de um melhor conhecimento.

Uma destas pessoas, leitora e incentivadora dos meus trabalhos, plantou alguns exemplares da palmeira Fenix (Phoenix reobelinii), na fachada de um varandão de sua residência. É uma planta ornamental nativa do norte do Laos e do Vietnã e áreas do Yunnam, no sudoeste da China, amplamente utilizada em projetos paisagísticos. O objetivo foi encobrir uma abertura frontal, o que conseguiu com o rápido crescimento do vegetal. Aos poucos, em seus troncos, foram encaixadas algumas orquidáceas e, mais abaixo, plantadas flores que desabrocham conforme as estações.

Numa observação mais apurada, foram notadas folhas roídas e faltantes, que foram ocasionadas por uma lagarta de exótica formação e considerada uma praga pelos jardineiros. Mesmo com o alerta, a proprietária, por sugestão do filho mais novo, deixou que elas seguissem sua transformação natural. Embora possuindo proteções, algumas foram devoradas por pássaros ali constantemente presentes. Muitas sobreviventes, ao terminarem sua fase, abandonaram a planta e buscaram muros e paredes para crisalidação. O resultado foi a eclosão de borboletas que esvoaçaram por todas as partes, chamando a atenção pelo desenho e coloração das asas.

O acontecimento não incentivou a identificação da espécie, mas sim, a glorificação ao espetáculo apresentado. Um espetáculo que chamou a atenção de vizinhos e curiosos, que sondaram a possibilidade de também possuírem em suas propriedades tais agentes. Minha leitora ficou entusiasmada com o acontecimento e prometeu continuar a preservação de suas plantas e hospedeiros, para que estes e outros mistérios continuem se manifestando. Desta maneira, terá a oportunidade de melhor interagir com a natureza e usufruir corretamente de suas potencialidades, sem aquele algo mais que a mera curiosidade.