Editorial

Caro leitor

21 de dezembro de 2011

Esta é a última edição de 2011. Início de novo ano é sempre um renovar de sonhos e esperanças. Ter esperança alimenta a fé e reabastece nosso ser de  energia para a construção de novos sonhos. É o milagre do bem viver! Gosto muito de buscar inspiração em Soares da Cunha, o Trovador das Gerais…. Ver artigo

Esta é a última edição de 2011. Início de novo ano é sempre um renovar de sonhos e esperanças. Ter esperança alimenta a fé e reabastece nosso ser de  energia para a construção de novos sonhos. É o milagre do bem viver! Gosto muito de buscar inspiração em Soares da Cunha, o Trovador das Gerais. A cada ano que passa, relembro algumas das milhares trovas do poeta. E elas falam tão bem à alma… Sobre o milagre da fé, Soares tem uma trova imbatível:
Para se dar o milagre
Cada um que a gente queira
O santo pode ser falso
Basta a fé ser verdadeira.


É justamente no findar do ano quando um novo ano se aproxima que a gente se dá conta do que se fez e do que se deixou de fazer. Todos mais velhos e mais experientes, pois o tempo é implacável!
O Tempo é rio silente
Noite e dia a deslizar…
E passa tão mansamente
Que a gente nem vê passar.


O Tempo passa. Não pára. Natal, Reveillon, Carnaval e assim vai até chegar outros natais e outros carnavais. Na avaliação que fazemos honestamente para nós mesmos, sempre há momentos de tristeza e de alegria. De ganhos e de perdas. Pintou a Corrida de São Silvestre, cada um a seu modo olha pelo retrovisor e faz logo um balanço de como gastou as energias durante o ano que se foi. E como recarregar as baterias para desafios dos próximos anos. Tristezas e alegrias são temperos que dão força e ajustam nosso corpo e alma para estes desafios.
A vida senta-se à mesa
Das alegrias, porém
Vai temperando a tristeza
Com o sal que as lágrimas têm.


Para terminar, vou pedir licença ao poeta das Gerais para evocar outro poeta, também trovador: Fernando Pessoa. O poeta d?Além Mar ensina que viver é muito mais do que acabar e começar um novo ano. É garimpar estrelas.
Sonhe com as estrelas, apenas sonhe…
Elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento,
Ele precisa correr por toda parte…
Ele tem pressa de chegar, sabe-se lá aonde.
As lágrimas? Não as seque,
Elas precisam correr na minha,
na sua, em todas as faces.


O sorriso!
Esse você deve segurar.
Não o deixe ir embora, agarre-o!
Procure seus caminhos,
Mas não magoe ninguém nesta procura.
Arrependa-se, volte atrás,
Peça perdão!
(…)



Portanto, amigo leitor, viver é sonhar. É não deter o vento. É, às vezes, chorar e, muitas vezes, sorrir. Viver é, sobretudo, se arrepender e perdoar. Vida que segue!



SG