FOLHAS QUE CAEM

Nas alturas o cheiro da vida, em baixo o cheiro da morte

21 de março de 2012

Em todos os lugares arborizados, sempre há folhas pelo chão. Elas caem em todas as estações, em algumas de maneira mais intensa do que nas outras. Não é somente as folhas secas que de desprendem das árvores; algumas vivas e verdes também deixam as alturas e planam até o chão. Fatores alheios aos naturais causam… Ver artigo

Em todos os lugares arborizados, sempre há folhas pelo chão. Elas caem em todas as estações, em algumas de maneira mais intensa do que nas outras. Não é somente as folhas secas que de desprendem das árvores; algumas vivas e verdes também deixam as alturas e planam até o chão. Fatores alheios aos naturais causam as quedas e a maioria deles, ligados às ações humanas. Não há alarde quando elas descem sobre a terra, mas fica uma preocupação entre o casual e o provocado.

Nas alturas o cheiro da vida, em baixo o cheiro da morte. Entre estes dois quesitos, o transcorrer dos fenômenos observados pelos olhares contemplativos das pessoas sentadas nos bancos da vida: das folhas bailando ao vento; das folhas ornamentadas pelas flores; das folhas protegendo os ninhos; das folhas sombreando os frutos e as pessoas; das folhas deixando saudades nos galhos em que foram geradas.

As folhas possuem virtudes diferentes e muito longe do sentido simbólico, possuem valores que provocam ações utilitárias e contemplativas. Reclamamos quando elas sujam o chão e não as exaltamos quando proporcionam sombreamento. Varremos, amontoamos, queimamos, enterramos e até as utilizamos artesanalmente. No meio destes trabalhos, muitas vezes, o vento as espalha de acordo com a sua intensidade, parecendo brincar com a nossa paciência. Histórias adormecidas do cotidiano repousam no chão e por cima delas, caminhamos sem noção dos fatos ocorridos. Muitas destas folhas caracterizam momentos da nossa vida e guardam um pouco de nós.

Desejaria comprar uma caixa de lápis de cor, somente na tonalidade verde e colorir todas as folhas caídas que encontrasse. Logo desisto da intenção, pois estaria cometendo o mesmo erro de muitas pessoas ao alterar os propósitos da natureza.