Rios voadores

Rios Do Céu

22 de abril de 2012

Para que a população que mora longe da Amazônia saiba e entenda que a floresta faz, sim, uma diferença na vida deles, o projeto Rios Voadores promove oficinas de formação de professores da rede pública. Além de Brasília, atua em cinco cidades em cinco estados diferentes – Chapecó/SC, Cuiabá/MT, Londrina/PR, Ribeirão Preto/SP e Uberlândia/MG –,… Ver artigo

Para que a população que mora longe da Amazônia saiba e entenda que a floresta faz, sim, uma diferença na vida deles, o projeto Rios Voadores promove oficinas de formação de professores da rede pública. Além de Brasília, atua em cinco cidades em cinco estados diferentes – Chapecó/SC, Cuiabá/MT, Londrina/PR, Ribeirão Preto/SP e Uberlândia/MG –, na esperança de que esses professores se tornem grandes multiplicadores. Levamos as oficinas para os professores e a exposição do projeto, para o grande público, geralmente instalada dentro de um shopping local. 

 

 

O Projeto Rios Voadores busca aumentar conhecimentos científicos e meteorológicos sobre o transporte de vapor de água vindo da Amazônia, com trabalho de pesquisa, e difundir esses conhecimentos, com uma programação de educação ambiental voltada para professores. 
Graças à quantidade de chuva que cai no Brasil (são 15.200 km cúbicos por ano), apenas 5% da produção agrícola depende da irrigação mecanizada, fato que ajuda sobremaneira manter competitivos os preços dos produtos brasileiros. O Brasil é simplesmente o campeão do mundo em chuvas (o próximo colocado, a Rússia, recebe apenas 7.800 km cúbicos), algo que deveríamos valorizar muito mais do que os efêmeros campeonatos mundiais de futebol. A chuva é o combustível da máqnina-Brasil, no campo e na cidade, pois ela fornece a água que sai do bico em casa e que gera a maior parte da nossa energia elétrica.  Algumas poucas informações são necessárias para que as pessoas entendam o poder da floresta amazônica, e a importância dela continuar sendo uma floresta contínua, intacta, e não uma colcha de retalhinhos… o que parece ser seu fadado destino para os que a sobrevoam ou olham no Google Earth. 
O poder da floresta
É bom saber, por exemplo, que: 
O vapor de água é reciclado pela floresta aproximadamente 3 vezes entre Belém e Tabatinga, no oeste do Amazonas. Uma árvore de grande porte, com copa de 20 metros, é capaz de evapotranspirar mais de mil litros de água por dia.  A quantidade de água que circula na atmosfera na forma de vapor, oriundo da Floresta Amazônia por ano, é comparável que a quantidade despejada no mar pelo rio Amazonas. 
Pensando apenas nesses itens, e se acabarmos com a continuidade da floresta? Interrompendo o processo de reciclagem de vapor de água pela floresta, será que vamos reduzir a quantidade de umidade que chega a Tabatinga e às florestas peruanas, colombianas e bolivianas? 
A cada grande árvore dessas que derrubamos, cortamos o fornecimento diário de mil litros para a atmosfera (Vale lembrar: o consumo média per capita no Brasil é de 150 litros/dia). Essa enorme quantidade de umidade no ar regula nosso clima e o ciclo da chuvas. Esse equilíbrio precisa ser preservado.
 

"O Projeto Rios Voadores pesquisa as massas de ar
que provêm da Amazônia trazendo umidade 
para outras regiões do Brasil.”

 
 
Espalhando conhecimento
 
 

A região sul, as pessoas ficaram surpresas ao saber que a distante floresta amazônica tem influência no clima de suas cidades. Ao perceber como a Cordilheira dos Andes desvia as correntezas de ar de baixa altitude, empurrando-as em direção ao sul, trazendo umidade, a perplexidade inicial cedeu para o fascínio. Em Londrina, a aluna Guiliana, de 10 anos, escreveu assim no livro de presença: “Agradeço por terem ensinado à população de Londrina sobre este projeto tão empolgante e incentivador. Espero que vocês conscientizem as pessoas sobre o que está acontecendo em relação à floresta por conta do desmatamento.” 
O contato direto com o público, e especialmente com professores e alunos, foi um grande trunfo do projeto. Até agora, o projeto que tem o patrocínio da Petrobras alcançou 55 mil alunos direta ou indiretamente. Ver como professores da rede pública pelo Brasil afora vão à luta com tão poucos recursos, foi uma aula para a equipe do projeto. Passam conhecimentos importantes que, mesmo absorvidos por apenas uma pequena proporção dos seus alunos, talvez algum dia sejam úteis para compreender a relação entre a natureza e uma melhoria na qualidade de vida dos brasileiros, simbolizada pela frase “sombra e água fresca”.  Exatamente o que a floresta nos oferece. 
 
www.riosvoadores.com.br