No ritmo da RIO+20

RIO+20 O que esperar

8 de junho de 2012

Embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado                 "O secretário executivo da Comissão Nacional para a Rio+20, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, explica o clima entre os participantes da grande conferência da ONU."         Comparação entre o Brasil da RIO’92 e o Brasil da RIO+20   Se olharmos… Ver artigo

Embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado
 
 
 
 
 
 
 
 
"O secretário executivo da Comissão Nacional para a Rio+20, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, explica o clima entre os participantes da grande conferência da ONU."
 
 
 
 
Comparação entre o Brasil da RIO’92 e o Brasil da RIO+20
 
Se olharmos o Brasil de hoje e o de 92, são muito diferentes. Hoje temos um país que apresenta números importantes em termos de crescimento econômico, inclusão social e redução de taxas de desmatamento – portanto, de proteção ambiental. Nas três dimensões do desenvolvimento sustentável, o Brasil tem o que mostrar. Portanto, é um país com uma outra inserção internacional. Os próprios emergentes assumiram um papel completamente diferente. Hoje em dia, os emergentes são as locomotivas do desenvolvimento global, seja como produtores ou consumidores.
Etanol para o pré-sal – Nenhum país do porte do Brasil tem uma matriz enérgica tão limpa como a nossa. Quase 90% da nossa energia elétrica é renovável. De toda a matriz, 46% é limpa. Se compararmos com países europeus que têm entre 2% e 3% da matriz limpa, eles é que têm de ser cobrados, não nós. Não somos cobrados.
Crise européia – A Europa segue firmemente empenhada em buscar um futuro de emissões mais baixas. Muitos dos países europeus emitem muito pelo fato de terem uma matriz energética muito suja, mas é visível o empenho deles em alterar esse quadro por meio de tecnologias mais limpas.
Relação Brasil-China – Nas áreas econômicas e, às vezes, política, a China é nossa parceira.   E tem uma coisa: a imagem da China nessa área é muito boa, porque é o país que de longe mais investe em energias renováveis, principalmente solar e eólica. Investem também em hidroelétricas e em programas de reflorestamento. A imagem de uma China que não se preocupa com o meio ambiente é antiga. Não corresponde aos dados estatísticos internacionais.
Relação Índia-Brasil – É claro que, quando um país tem uma população do tamanho da Índia, há grandes desafios para o atendimento das necessidades sociais, e de erradicação de pobreza. A Índia tem enfrentado esses desafios com bastante empenho e tem mostrado resultados importantes. A Índia também tem programas importantes na área de reflorestamento e de energia alternativa.
O que esperar da RIO+20 – Esperamos compromissos políticos com o desenvolvimento sustentável como a base de tomadas de decisão em todos os níveis. Não se pode mais separar em compartimentos estanques o econômico, o social e o ambiental. A integração dessas três dimensões aponta para um futuro com padrões de consumo mais sustentáveis, em um mundo que poderá abrigar até 2050 mais de 9 bilhões de pessoas. A ideia é que a RIO+20 aprove objetivos de desenvolvimento sustentável. Do mesmo jeito que hoje existem os objetivos de desenvolvimento do milênio, que são quantificados e em áreas específicas, que se voltam a soluções de problemas graves ligados à pobreza extrema, como mortalidade infantil e materna e saneamento básico. Os objetivos de desenvolvimento sustentável não se aplicam só aos países pobres mas ao mundo inteiro, e darão o foco, a direção aos modelos novos de desenvolvimento que levarão a essa plena integração das três dimensões do desenvolvimento sustentável.
Setores mais focados na RIO+20 – Além da energia (o objetivo é dobrar a oferta das energias renováveis na matriz mundial e a eficiência energética até 2030) temos outros setores importantes como: água, oceanos, segurança alimentar, consumo de produtos sustentáveis e cidades sustentáveis, ou seja, sempre setores que possam ser abordados do ponto de vista das três dimensões – econômica, social e ambiental.