Boca no trombone

Mentiras e verdades sobre o Potássio do rio Indaiá

20 de dezembro de 2012

  O géologo Pedro Ferrari está preocupado com a omissão das autoridades.   Quanto mais rico e luxuoso o relatório de impacto ambiental ou de sustentabilidade de uma empresa mais ela busca esconder alguma verdade. E o caso da Verde Fertilizantes que explora o Projeto Cerrado Verde  nos municípios de São Gotardo e Matutina ,… Ver artigo

 

O géologo Pedro Ferrari está preocupado com a omissão das autoridades.
 
Quanto mais rico e luxuoso o relatório de impacto ambiental ou de sustentabilidade de uma empresa mais ela busca esconder alguma verdade. E o caso da Verde Fertilizantes que explora o Projeto Cerrado Verde  nos municípios de São Gotardo e Matutina , Minas Gerais. “Deste RIMA da Verde Fertilizantes só se aproveita a capa bonita”, garante  o geólogo Pedro Gervásio Ferrari.
O Projeto Cerrado Verde, da empresa Verde Fertilizantes, anunciado, pomposamente, como proposta para exploração de uma das maiores jazidas de potássio a céu aberto do mundo – seu orçamento está estimado em cerca de R$ 6 bilhões – pode estar se transformando  em caso iminente de  gravíssimas ilicitudes contra o meio ambiente  já  sendo praticadas também a céu aberto  na região do Centro-oeste mineiro, nos maciços de verdete do rio Indaiá, entre os municípios de São Gotardo, Matutina e Dores do Indaiá.
O relatório de Impacto Ambiental – RIMA  apresentado pela Verde Fertilizantes à população, na audiência pública do dia 27 novembro, deixa muitas suspeitas. As indagações ficam sem respostas, passando longe da verdade sobre as reais intenções dos responsáveis pelo empreendimento. Além de não demonstrar idoneidade nas descrições contidas no documento, a empresa envereda pela trilha da total ilegalidade, dolosamente deixando  de mencionar estudos ambientais obrigatórios dos meios físico, biótico e sócio-econômico-cultural em grande parte  de sua área referente a 10 requerimentos divididos em lotes de 1.800 hectares,  num total de 18 mil hectares.
A omissão das autoridades – Sem possuir recursos financeiros para tocar o projeto, ora dependente do Banco Mundial e do BNDES, e sem ter como explicar a própria tecnologia e os altos custos que inviabilizam a separação do potássio da rocha verdete, além das gravíssimas irregularidades já configuradas, a empresa persiste em seguir em frente. Suas ações já deveriam estar sob fiscalização  das autoridades judiciárias e dos órgãos ligados ao meio ambiente.

 
O promotor Cleber Couto quer tudo muito bem periciado.
 
As denúncias do geólogo Pedro Gervásio Ferrari são contundentes. Formado pela UFOP (Ouro Preto), em 1963, ex-chefe, durante 17 anos,  do Departamento de Geologia da Companhia de Pesquisas e Recursos Minerais – CPRM,  Ferrari é conhecedor profundo do verdete onde fez prolongadas pesquisas.  Para ele, uma simples esmiuçada no computador  foi possível apontar nesta área de 18 mil hectares um cartel formado por 10 firmas, subsidiárias da Verde Fertilizantes, em cujas áreas se localizam as irregularidades não mencionadas no Relatório de Impacto Ambiental.
Desde 7 de dezembro, por causa de fortes suspeitas, as coisas começaram a se complicar para a Verde Fertilizantes. O Ministério Público de São Gotardo, acatando as denúncias de Gervásio Ferrari, mandou colocar sob avaliação de uma equipe de peritos todos os levantamentos de campo descritos no EIA e no RIMA. Esta decisão desvincula o projeto Cerrado Verde do apoio popular, pois o empreendimento fica dependendo, agora, dos resultados a serem apresentados no inquérito civil aberto.
 

 

 

Os contornos do rio Inadaiá, por enquanto com águas límpidas

 

 
 
 
(*)  Centroesteurgente Wolneygarcia.
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