Editorial

20 de março de 2013

A Copa de 2014 e o lixo  O Brasil é mestre em fazer boas leis. Mas cumpri-las é outro problema. É mestre também em fazer bons projetos. Estão aí os estádios para a Copa de 2014 com vários selos de sustentabilidade, cadeiras recicladas de garrafa PET e autossuficiência em energia. Muito bonito. Mas o que… Ver artigo

A Copa de 2014 e o lixo

 O Brasil é mestre em fazer boas leis. Mas cumpri-las é outro problema. É mestre também em fazer bons projetos. Estão aí os estádios para a Copa de 2014 com vários selos de sustentabilidade, cadeiras recicladas de garrafa PET e autossuficiência em energia. Muito bonito. Mas o que fazer com o lixo produzido durante a Copa se até hoje as cidades brasileiras convivem com lixões e apenas duas capitais tem coleta seletiva do lixo?

Olha que em 2010, o governo federal lançou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que, entre outras metas, pretende extinguir os lixões do Brasil até 2014. Ainda assim, Curitiba e São Paulo são as únicas cidades sedes que fazem coleta seletiva em todo o município.

Tudo leva a crer que o problema de hoje vai ficar muito maior durante a Copa.  Se os números do Ministério do Turismo estiverem corretos, são aguardados quase 2 milhões de turistas estrangeiros nas 12 cidades que abrigarão os jogos. Juntos, eles serão responsáveis por 2,5 mil toneladas de lixo por dia, que se somarão às 91 mil toneladas diárias que esses municípios já produzem regularmente, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente.
 
Uma grande oportunidade para os gestores das cidades sedes é buscar o apoio do BNDES que tem plano de financiar em até 50% dos custos dos projetos de coleta seletiva em grandes municípios, especialmente nas cidades sedes da Copa. Mas o plano parece ter baixa adesão. Segundo o engenheiro do BNDES, João Paulo Picanço, a pouca adesão tem a ver com a complexidade que os projetos têm. E mais: a adesão é maior em cidades que já temo serviço de coleta seletiva há mais tempo. Justifica Picanço que esses gestores têm mais facilidade, pois apenas ampliam o sistema de coleta seletiva.
 
A verdade é que a mobilidade, o tratamento sanitário e o lixo continuam sendo os grandes gargalos da sustentabilidade urbana.
 
O jogo ambiental também vale taça e se faz com gols verdes. A Copa da Alemanha, em 2006, foi o melhor exemplo. Isto significa que o homem já detêm o conhecimento e domina a tecnologia, mas se não tiver atitude e vontade política com certeza vai jogar a bola fora em 2014.
 
SG