Boca no trombone!

1 de junho de 2013

PRAIA DE TAMBABA Falta de consciência ambientalista   Senhor editor, a exploração imobiliária dos bens naturais que existem na Paraíba está provocando uma séria ameaça de extinção de pontos naturais imprescindíveis para o nosso meio ambiente. A praia de Tambaba, que integra a Área de Proteção Estadual de Tambaba, criada pelo decreto estadual 22.882, de… Ver artigo

PRAIA DE TAMBABA

Falta de consciência ambientalista

 

Senhor editor, a exploração imobiliária dos bens naturais que existem na Paraíba está provocando uma séria ameaça de extinção de pontos naturais imprescindíveis para o nosso meio ambiente. A praia de Tambaba, que integra a Área de Proteção Estadual de Tambaba, criada pelo decreto estadual 22.882, de 26 de março de 2002, é uma dessas belezas naturais que está prestes a desparecer do mapa para os simples mortais e se transformar em área exclusiva para quem tem muito dinheiro.
A reportagem “PRAIA DE TAMBABA –  Não vale estuprar a mais bela praia de naturismo do mundo”, escrita Reginaldo Marinho, diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Paraíba, e publicada na Folha do Meio Ambiente no mês de março desse ano de 2013, é uma verdadeira prova de que a falta de consciência ambiental impera em nosso pobre estado.
Como tão bem explica Reginaldo Marinho,  “essa unidade de conservação está ameaçada de ter um de seus recantos mais nobres extinto para dar lugar a gigantesco complexo turístico, composto de quatro resorts, com 1.892 apartamentos, um campo de golfe de 18 buracos, quatro condomínios com 959 lotes residenciais, três pousadas com 288 unidades habitacionais, três clubes, um centro comercial e estacionamentos com 1.400 vagas”.
É de se perguntar: por que os empresários não investem em áreas que estão abandonadas por falta de incentivo no Sertão e no Cariri da Paraíba? Para quê explorar áreas de preservação, quando há espaço para se construir palacetes que serão visitados apenas por quem tem muito dinheiro? 
Quem joga golfe viaja até para o deserto, a exemplo do Egito, para praticar esse tipo de esporte. Será que se o governo desse condições para que esses empresários investissem em áreas livres, com paisagens maravilhosas,  e um pôr-do-sol invejável como existem no  Sertão paraibano não iria melhorar a nossa economia e empregar centenas de jovens que passam o dia nos bares jogando bilhar, quando não estão envolvidos com drogas? 
Atrativos não faltam! O que falta é consciência. Espero que esse projeto não vingue. Não sou contra o progresso e nem contra a indústria do turismo, mas investir onde deveria ser preservado é um crime contra um povo tão sofrido que até as belezas naturais, aos poucos, vem sendo privado de apreciar.
Joanildo Mendes é jornalista paraibano