Raio x de Fernando noronha

Fernando de Noronha em 3D

25 de junho de 2014

  Com a ajuda de laser, todo assoalho marinho do Arquipélago foi mapeado em até 50 metros de profundidade.     Foram 700 horas de voo com a aeronave a 100 metros de altitude, usando as mais novas tecnologias de laser para mapear uma área de 112 km2. Foi a primeira vez que geólogos brasileiros… Ver artigo

 
Com a ajuda de laser, todo assoalho marinho do Arquipélago foi mapeado em até 50 metros de profundidade.
 
 
Foram 700 horas de voo com a aeronave a 100 metros de altitude, usando as mais novas tecnologias de laser para mapear uma área de 112 km2. Foi a primeira vez que geólogos brasileiros realizaram o mapeamento em 3D do relevo terrestre do Arquipélago de Fernando de Noronha e captaram o assoalho marinho da região para analisar recursos minerais além de avaliar os processos erosivos no litoral, causados pelo aumento do nível do mar.
 
 
De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), responsável pelo estudo, o experimento poderá ser empregado em toda a costa do país, o trabalho foi feito entre novembro de 2012 e fevereiro deste ano. Técnicos do CPRM explicaram que o mapa, divulgado esta semana, permite analisar o que está acima e abaixo da lâmina d’água. Segundo Roberto Ventura, diretor de geologia e recursos minerais da CPRM, o experimento poderá ser empregado em toda a costa do país, voltado para prospecção de minerais e para a  análise de dragagem em portos, além da avaliação de processos erosivos no litoral.
Roberto Ventura explica que um dos primeiros produtos desse levantamento será deter o conhecimento dos tipos de minerais que existem no fundo do mar e que podem ser aproveitados em diversos setores. Recursos que podem ser utilizados pela construção civil ou elementos aproveitados pela indústria de cosméticos poderão ser reconhecidos graças ao mapeamento com laser. Mas ressalta: “Isso não quer dizer que haverá liberação para esse tipo de exploração em Fernando de Noronha”.
 
Serviço pode estender para todo Nordeste
A 543 km de distância do continente, pertencente ao estado de Pernambuco, Fernando Noronha tem um conjunto de 21 ilhas. O arquipélago foi declarado Parque Nacional e recebe proteção ambiental do governo federal. O levantamento com laser poderá ainda auxiliar na observação de regiões portuárias que necessitem receber obras de dragagem ou, também, na observação de processos erosivos no litoral brasileiro, já registrado em grande parte do país, causado pelo avanço do mar.
“Ainda estamos em discussão de expandir esse serviço para todo o Nordeste. Mas um dado interessante seria definir a estabilidade das linhas de praia, quais são os locais de maior erosão e se o processo é causado naturalmente ou consequência de ações humanas”, explica Roberto Ventura. Um experimento deste tipo já é feito em Alagoas e deve ficar pronto em julho. Dependendo do resultado, o serviço poderá se expandir para o resto da região. “A proposta ainda será discutira com os ministérios”, disse.
O investimento para mapear o Arquipélago e o estado de Alagoas foi de R$ 6 milhões, verba liberada pelo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.