Editorial

27 de agosto de 2014

ELEIÇÃO, MEIO AMBIENTE E OS CABOS ELEITORAIS Tanto nos debates como nas entrevistas, até agora, os presidenciáveis não falaram em meio ambiente e nem mostraram programas de governo onde as questões de sustentabilidade tenham sido postas para valer.  Talvez, com a perda precoce do candidato Eduardo Campos, haja uma reviravolta. É que, ao ascender à… Ver artigo

ELEIÇÃO, MEIO AMBIENTE E OS CABOS ELEITORAIS

Tanto nos debates como nas entrevistas, até agora, os presidenciáveis não falaram em meio ambiente e nem mostraram programas de governo onde as questões de sustentabilidade tenham sido postas para valer. 
Talvez, com a perda precoce do candidato Eduardo Campos, haja uma reviravolta. É que, ao ascender à cabeça de chapa, Marina Silva, vice de Eduardo, já com 21% de intenção de votos, vai levantar com mais força a bandeira ambiental. 
A ex-ministra do Meio Ambiente ao ocupar o espaço principal na chapa do PSB,  levará para sua base partidária em criação – Rede Sustentabilidade – a força de sua marca: meio ambiente.
Por que a questão ambiental volta com força? Por dois motivos: primeiro a bandeira principal de Marina Silva  é esta. Segundo, porque  os 21% nas pesquisas  levarão os outros dois candidatos – Aécio Neves e Dilma Rousseff – a equilibrarem melhor seus discursos e posições dando mais ênfase à política ambiental.
A reforma política é importante. Considero três pontos essenciais: acabar com o processo da reeleição, acabar com o mandato de apenas quatro anos para o executivo – presidente, governador e prefeito – e diminuir o número de partidos, para por fim às negociações espúrias de coligações para se conseguir mais tempo de horário eleitoral nas tevês e rádios. Outra questão é o financiamento público de campanha. Mas esse é um assunto tão complexo que dificilmente encontrará um consenso para uma votação urgente no Congresso Nacional. Deve ser uma decisão muito maturada.
A campanha começou para valer em 19 de agosto com o início da propaganda e do horário eleitoral gratuito nas tevês e rádios. Quais os aparatos que usam os políticos para sensibilizar os eleitores? São vários. Quanto mais rico o candidato, mais profissional. E quanto mais profissional, melhor tem que ser o marketeiro. E o marketeiro é o grande responsável pela imagem do candidato. Qualquer homem de marketing sabe: candidato a um mandato é igual candidato a um emprego: tem que ser santo, trabalhador e honesto. A perfeição chega na hora de preencher o currículo ou de se apresentar ao eleitor. 
E quais as ferramentas para conquistar o eleitor? São muitas: o rádio e a televisão jogam a campanha na rua; as pesquisas influenciam; as assessorias de imprensa e de relações públicas mobilizam; um bom sistema de informática garante a organização; a publicidade e os eventos arregimentam as pessoas; a confecção de brindes agrada; e os cartazes fixam a imagem. Mas há uma peça fundamental para quem quer se eleger: arrebanhar o maior número possível de cabos eleitorais. Por mais moderna, mais eletrônica que seja uma eleição, a figura do cabo eleitoral continua sendo essencial. Ele é o grande intermediário. Sua missão é ampla, geral e irrestrita. Ele representa o candidato, denuncia os candidatos invasores e se coloca como um elo entre a coordenação da campanha e a comunidade.
E, é justamente nos cabos eleitorais que está a grande vantagem de quem vai para a reeleição: a maioria deles tem um empreguinho básico no governo de plantão.
 
SG