Cartas

26 de novembro de 2014

A crise da água e a gestão improvisada Brasil da seca As chuvas já começaram, mas nossos rios continuam com sede. Muitas improvisações, obras inacabadas e aquela velha história “Farinha pouca, meu pirão primeiro”. Não sei se vocês aí em Brasília sabem, mas aqui em Petrolândia-PE os quase 5.000 hectares de área irrigadas estão sendo… Ver artigo

A crise da água e a gestão improvisada

Brasil da seca
As chuvas já começaram, mas nossos rios continuam com sede. Muitas improvisações, obras inacabadas e aquela velha história “Farinha pouca, meu pirão primeiro”. Não sei se vocês aí em Brasília sabem, mas aqui em Petrolândia-PE os quase 5.000 hectares de área irrigadas estão sendo obrigados a funcionar no rodízio de bombeamento. Há comunidades já prejudicadas, como o Brejinho de Fora, sem que se consiga bombear água nem para consumo humano. Nas áreas irrigadas, as fruteiras já estão abortando seus frutos. Teremos uma queda muito grande na produção e aqui não se trata de grandes empresários. São pequenos agricultores como tantos e tantos outros espalhados por esse Brasil a fora. A população aqui não sabe a quem apelar. E se tem alguém para resolver o nosso problema.
Jader G. Cardoso – Petrolina – PE
 
 
Defesa dos manguezais
Moro no litoral da Paraíba e vejo, com tristeza, como estão destruindo nossos manguezais. O ritmo de destruição é alucinante. È muito maior do que o ritmo do desmatamento das florestas da Caatinga. Tenho a impressão que muita gente mora a até uns 15 km dos manguezais e se beneficia deles para tirar seu sustento. Mas os manguezais estão sendo trocados por hoteis-resorts, por estradas e, pior ainda, por loteamentos e expansão urbana. Estava lendo sobre manguezais e aprendi que o Brasil tem 7% dos manguezais no mundo. Além do sustento de muita gente, os manguezais são os verdadeiros berços da biodiversidade marinha. 
Caetano N. Reis – João Pessoa – PB
 
 
Desmatamento aumentou. Até quando?
Acabou a eleição e o governo abriu seu armário de surpresas. Na campanha tudo era o país da maravilha e a oposição queria acabar com tudo que ía bem no Brasil. 
Acabou a eleição, nem a presidente tomou sua re-posse começaram os sustos: Juro bancário subiu, dólar subiu, o número de miseráveis aumentou e a devastação da floresta amazônica cresceu 122% em dois meses, em relação a 2013.
Os dados do INPE estão aí: foram devastados 1.626 quilômetros quadrados de florestas. Será que não existe mais fiscalização? Será que o governo federal e os governos estaduais desistiram das florestas brasileiras?
Espero que este jornal faça uma matéria bem crítica e bem real da verdadeira devastação das florestas brasileiras, especialmente na Amazônia, na Caatinga e no Cerrado.
Valtinho P. Firpo 
Rio de Janeiro – RJ
 
 
Mais bônus e menos ônus para quem preserva
Por que as políticas públicas são tão devagar quase parando quando é para dar incentivos reais a quem preserva florestas, não polui e  faz gestão correta do lixo e efluentes? 
O Brasil poderia estar em outro patamar de proteção do meio ambiente se existissem, por exemplo, incentivos fiscais reais para quem trabalha de modo sustentável. 
Não seria melhor criar bônus e menos ônus para os empresários, fazendeiros ou mesmo pessoas físicas que evitam queimadas, defendem as florestas e protegem a biodiversidade? Governos municipais, estaduais e federal, por favor, mais bônus e menos ônus a quem produz sustentavelmente.
Ray M. Nogueira
São Paulo – SP
 
 
Parque do Itatiaia
Escrevo por dois motivos. Primeiro para dizer que sou assinante do jornal há mais de 15 anos e tenho o maior carinho com esta publicação. Terminho minha leitura e já repasso a FMA para a escola de minha filha, a pedido de sua professora Kátia Teixeira, que o utiliza para suas aulas de educação ambiental, história e geografia. O segundo motivo seria para sugerir uma matéria sobre o abandono que está o Parque Nacional do Itatiaia, no coração da Serra da Mantiqueira. Os fazendeiros estão aumentando suas áreas de pastagens para gado. As pousadas e casas particulares usam rios e riachos para despejo do esgoto. Há também falta de uma maior fiscalização em relação aos turistas que deixam muito material descartado pelos acampamentos. Acho que a educação é uma obrigação de todos, mas se as pessoas não sentirem no bolso (com multas) e com algum tipo de constrangimento, os nossos parques, como nossas praias, continuarão sendo terra de ninguém. 
Fátima M. Alencar – Resende – RJ

 

Expedição Langsdorff
Fico imaginando a expedição chegando a Santarém, pelo rio Tapajós, e vendo aquela beleza tropical chamada Alter do Chão. Um paraíso considerado pelo jornal inglês “The Guardian” como a praia de água doce mais bonita do mundo. Alter do Chão foi fundada em 1626, pelo português Pedro Teixeira. É a antiga aldeia dos Borari, que com a chegada dos jesuítas recebeu o nome de Missão de Nossa Senhora da Purificação. Foi elevada à Vila em 1758. A Expedição Langsdorff esteve lá em 1828 e, como bem diz a reportagem escrita por Miguel Flori, todos estavam ansiosos para ver a foz do Tapajós e a grandiosidade do Amazonas. 
Alter do Chão recebeu este nome por causa da reforma toponímica promovida por Marquês de Pombal que obrigou todas as aldeias, vilas e cidades brasileiras a terem o nome de uma cidade portuguesa. Daí Belém, Santarém, Bragança, Óbidos… Parabéns pela série maravilhosa sobre a expedição tão pouco conhecida dos brasileiros. O jornal presta um serviço cultural, histórico e educacional intangível.
Cleber P. Ferreira Alves – Belém – Pará