Editorial

CRISES DE 2014… OPORTUNIDADES DE 2015!

19 de dezembro de 2014

Crises, ensina a sabedoria milenar chinesa, são oportunidades. Assim sendo, 2014 foi repleto de oportunidades.  Nem vou lembrar a Copa do Mundo e muito menos do vexame da Seleção Brasileira. O fato é que se não ensinamos mais futebol, pelo menos tivemos a oportunidade de aprender como se faz uma Copa do Mundo com a… Ver artigo

Crises, ensina a sabedoria milenar chinesa, são oportunidades. Assim sendo, 2014 foi repleto de oportunidades. 
Nem vou lembrar a Copa do Mundo e muito menos do vexame da Seleção Brasileira. O fato é que se não ensinamos mais futebol, pelo menos tivemos a oportunidade de aprender como se faz uma Copa do Mundo com a organização, descontração e competência da Alemanha. Os 7 a 1 no Mineirão foi apenas um detalhe.
 
Também não vou lembrar as eleições deste ano. Eleições para presidente da República, governadores e para o Congresso Nacional, quando a Justiça deu várias derrapadas e proporcionou alguns desencontros aos anseios populares. Mais: quando o sistema de urnas eletrônicas deixou no ar dúvidas mal explicadas.
 
Podia lembrar também a crise da Petrobras que não começou agora, mas culminou em 2014 com omissões, perdas, corrupções, prisões e delações. Nunca na história deste país a corrupção chegou neste patamar de lugar comum. Cada caixa preta que se abre assombra com fantasmas de enriquecimento ilícito, formação de cartéis, consultorias arranjadas e danosas, propinas generalizadas para partidos e políticos.  Nunca se viu tanto dinheiro estuprado para as Ilhas Virgens ou dinheiro virgem para as Ilhas Estupradas. 
 
Sim, não há como não falar da violência generalizada nas ruas, praças e favelas. Esta é uma crise social que permeia toda sociedade brasileira, sobretudo nos grandes centros urbanos.
 
E, por fim, é hora de antecipar ao agravamento da crise ambiental – desmatamentos, poluição, lixo, reciclagem e abandono das Unidades de Conservação – que muita gente nem está ligando. Bem, não estava ligando até atingir diretamente o bolso e a vida de cada um. Isso porque, uma das piores crises de 2014 foi justamente a falta d’água nas barragens e na torneira de casa. Mais uma vez uma crise veio para ensinar.
A verdade é que a ameaça do colapso no abastecimento de água na região metropolitana de São Paulo e em muitas cidades do interior paulista, mineiro e carioca, que se agravou muito desde o início deste ano, alertou para as omissões do poder público e acendeu a luz vermelha na cabeça de cada habitante.
A forte crise da insegurança hídrica nas cidades provocada pelo longo período de estiagem,  que secou nascentes de pequenos e grandes rios como o São Francisco, despertou oportunidades e ensinamentos imediatos. Dois deles são visíveis: 
1) A mudança do conceito da cultura da abundância. O brasileiro acha que está sobrando água. Pode desperdiçar que ela nunca vai faltar. Sim, o brasileiro do centro-sul começa a entender o nordestino e a sentir na carne o que é falta d’água. Aprendeu que a água é um bem finito e precisa ser preservado. 
2) O poder público, especialmente a Agência Nacional de Água, precisa se antecipar à crise que se avizinha. O colapso do abastecimento em São Paulo é um risco que pode ser repetido no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e muitas outras cidades.
A razão da crise todos conhecem. O que o Brasil quer agora é adoção de medidas urgentes e permanentes na busca de soluções. 
O fantasma do racionamento de água e, em corolário, de energia ronda a casa e a vida de cada brasileiro.
 
Gestão, conhecimento e criatividade são os melhores antídotos para qualquer crise. 
 
SG