O NORDESTE EÓLICO

Aerogeradores de energia eólica fazem nova paisagem nas praias e dunas do Nordeste

29 de junho de 2021

  Energia é fundamental para todas atividades humanas, mas as fontes energéticas, de origem fóssil, como carvão mineral, petróleo e gás natural, têm dois problemas. Primeiro, os ambientais. O segundo é que, aos poucos, vão se exaurindo na natureza. Qual a solução? Está justamente em minimizar os transtornos ambientais e investir em energias alternativas renováveis… Ver artigo

Silvestre Gorgulho – (Barreirinhas – Fleicheiras)

 

Energia é fundamental para todas atividades humanas, mas as fontes energéticas, de origem fóssil, como carvão mineral, petróleo e gás natural, têm dois problemas. Primeiro, os ambientais. O segundo é que, aos poucos, vão se exaurindo na natureza. Qual a solução? Está justamente em minimizar os transtornos ambientais e investir em energias alternativas renováveis como a eólica, solar, energia das ondas e até a geotérmica (calor do centro da Terra). O Nordeste está fazendo uma revolução na produção da energia mais limpa do Planeta que é obtida com o movimento dos ventos. É a energia eólica, captada por hélices gigantes ligadas a geradores.

 

 

DO QUE SE COMPÕE UM PARQUE EÓLICO

Segundo a ANEEL – Agência de Energia Elétrica – um parque eólico é um conjunto de aerogeradores interligados eletricamente, situados nas áreas circulares com raio de até dez quilômetros em torno das torres de medição anemométrica, no caso de terrenos de superfície plana com rugosidade homogênea. No caso de terrenos montanhosos e desnivelados, com raio de até seis quilômetros. Elementos que compõem um parque eólico:  aerogeradores ou turbinas eólicas, cujo número em um dado parque eólico depende do tamanho do terreno, sua disposição espacial em relação à direção dos ventos, contudo, geralmente os parques são projetados entre 10 e 20 aerogeradores. Na sua maioria, os aerogeradores com potência nominal entre 1,5 MW, 1,6 MW e 2,1 MW. Existe o cabeamento elétrico interligando cada torre ou aerogerador, com a finalidade de transportar a energia produzida por cada conjunto. Enfim, uma subestação elevadora de tensão que recebe a energia produzida e a direciona para ser transportada e conectada ao sistema nacional por linhas de transmissão.

 

Os complexos eólicos Omega Energia e Delta 3, nas praias de Caburé e Paulino Neves-MA, têm capacidade instalada de 220 megawatts para gerar 1 milhão de megawatts/horas por ano. Uma produção suficiente de energia para abastecer uma cidade com 700 mil habitantes. (Fotos Silvestre Gorgulho)

 

ENERGIA EÓLICA NO MARANHÃO – A Costa do Sol do nordeste participa forte na produção de energia eólica. Depois do Ceará e do Piauí, o estado do Maranhão entrou definitivamente no mapa da energia eólica brasileira com o início das operações do seu primeiro complexo eólico, localizado em Barreirinhas e Paulino Neves. Os complexos Omega Energia e Delta 3 têm capacidade instalada de 220 megawatts para gerar 1 milhão de megawatts/horas por ano. Uma produção de energia com capacidade para abastecer uma cidade com 700 mil habitantes.

 

Complexo eólico da ENGIE na praia de Trairi, ao lado de Flecheiras, no Ceará.

 

 

ENERGIA EÓLICA NO CEARÁ – Viajar pelo litoral cearense é apreciar as praias, o mar, as dunas e muitas, mas muitas torres de produção de energia eólica. O Ceará possui 86 parques eólicos que produzem 2.187,9 MW, mas a cada ano bate um novo recorde. Os parques eólicos estão nas praias de Guajirú, Mundaú, Flecheiras e Trairi. Estão autorizados a operar comercialmente até 2041. Os Parques Eólicos Cacimbas, Estrela, Ouro Verde e Santa Mônica estão autorizados para operar até 2045. O Conjunto Eólico de Trairi possui 86 aerogeradores, totalizando 212,6 MW de capacidade instalada.

ENERGIA EÓLICA NO PIAUÍ – O Piauí ocupa o quinto lugar entre os maiores produtores desse tipo de energia no Brasil, ficando atrás apenas da Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará e Rio Grande do Sul. Só o Parque eólico de Lagoa dos Ventos tem 230 aerogeradores que pode gerar mais de 3,3 TWh por ano.